- A bruxa Julie, disse-lhe que o pai era um vampiro e
que morreu ao salvar-lhe a mãe. A mãe não aguentou sem viver sem o pai dela e
suicidou-se. A Helena cresceu, a acreditar nesta história, e casou-se com um
lorde Nicolas. Pelo que me contaram, eles tiveram uma rapariga, chamada
Juliette, e entregaram-na á bruxa Julie. Mas nunca ninguém a viu.
- Juliette? A
rapariga chamava-se Juliette?
- Sim. Porque
perguntas?
- Por nada.
- Resumidamente,
matas-te a mulher que amávamos por amor, viste a minha filha nascer e
mandaste-a para casa da bruxa Julie. E escondes-te tudo isto, porque?! - Disse
Rodrigo.
- Porque tinha
medo que alguém descobrisse.
- Hum ... Ok.
- OK? Mais
nada?
- Queres que
descarregue em ti a fúria que tenho agora?
- Não.
- Então,
acabou-se a conversa. Eu prometo não contar a ninguém sobre a Claire, com uma
condição. Não conto nem aos pais o que aconteceu.
- Qual é a
condição?
- Quero puder
ver Claire quando eu quiser.
- Ok. Prometes
não contar mesmo a ninguém?
- Sim.
- Jura por ela.
- Disse Erik, apontando para mim.
- Eu juro.
- Vamos embora.
- Pedi eu.
- Vamos.
Rodrigo pôs o braço á minha volta e levou de volta
para o corredor. Percebi que ele falava a sério quando disse que não contaria a
ninguém. Eles conversaram o resto do
caminho, como se nada se tivesse passado.
Quando regressamos lá a cima, pedi a Erik algumas
fotos suas para fazer a prenda de aniversário dele, deu-me algumas mas
desconfiado. Lanchei em casa deles e depois o pai deles levou-me a casa.
Dei-lhe um beijo e disse-lhe para voltar á noite.
Depois de ele se ir embora, fui para o quarto fazer os
presentes de aniversário deles. Escondi-os bem, não fosse Rodrigo encontrá-los.
Assim que acabei dos esconder, tomei banho e jantei, para ir para a cama
esperar por Rodrigo. Fui ler para entreter-me, enquanto esperava.
Ele apareceu ás 22 horas, já eu estava quase a
adormecer. Estranhamente, trazia o pijama dele vestido e era engraçado. Era
azul escuro com uns morcegos pretos. Ele meteu-se dentro da minha cama,
tirou-me o livro e disse-me:
- Horas de ir
dormir.
Ele deitou-se e puxou-me para si. Deitei a cabeça no
peito dele e ele abraçou-me. Pouco depois, estávamos os dois a dormir. Tive um
pequeno sonho, antes de adormecer na calma. O sonho, ou será pesadelo, foi
assim:
- Erik! - Gritou Aurora.
Estávamos na festa de anos deles e Erik estava na mesa
da comida. Tivemos uma conversa amigável e divertida, mas Aurora gritara por
Erik de repente, sem explicação. Ele virou-se para ela e viu-a a chorar. Tinha
lágrimas de raiva ou de arrependimento. Ele foi ter com ela, e ela disse-lhe:
- Acabou. Não
te amo mais.
Erik ficara
mais branco que cal, e entrou em estado de choque.
- Porquê?
- Simplesmente,
não sou a pessoa ideal para ti.
- Mas ...
- Não á mas.
Acabou. Fim. Nunca mais me fales.
- Se é isso que
queres ...
- É isso que
quero.
- Muito bem,
considera-o feito.
- Obrigada.
Depois da conversa ela saiu da festa e nunca mais a
vimos. Erik sofreu, novamente, um desgosto de amor. Que o fez voltar a
zangar-se comigo e com Rodrigo, pois achava que Tinhamos sido nós a manipular a
Aurora para acabar a relação com ele.
O sonho acabou e não voltei a relembra-lo. Passei o
resto da noite num sono tranquilo como uma pena e profundo como um poço. Foi
muito bom, depois de noites intermináveis com sonhos ou pesadelos idiotas e que
se concretizam sempre.
Só acordei, porque senti Rodrigo mexer-se. Ele estava
a tentar sair sem me acordar, mas não ia com seguir. Tenho um sexto sentido.
Agarrei-o e levantei a cabeça meio ensonada para vê-lo. Tinha o cabelo loiro
despenteado e os olhos verdes cansados. Olhei para o relógio, e mostravam 4:30
da manhã.
- Ias-te
embora?
- Sim. Não
fosse a tua avó encontrar-me.
- Fica. Não
pensas-te que eu não notava?! Pensas-te?
- Talvez. Como
soubeste?
- Tenho um
sexto sentido.
- Sempre,
pensei que só os vampiros é que tinham um sexto sentido.
- Sou
alma-gémea de um vampiro, também conta para a lista.
- Tens razão.
Vamos voltar a dormir? Prometo não fugir.
- Vamos dormir.
E voltamos a adormecer. Apesar de o tempo para voltar
a dormir seja pouco, foi maravilhoso e quentinho. Especialmente, porque tinha
Rodrigo comigo e a abraçar-me. Os seus abraços eram sempre muito quentes,
reconfortantes e muito, muito apaixonados.
Sem comentários:
Enviar um comentário