- Erik.... Calma....
- Calma? Tu
queres que eu tenha calma!? - Disse - me Erik, friamente. - Ah! Ah! Ah! Ah!
- Não sejas
assim com ela! - Respondeu Rodrigo.
- Porque? Que
me fazes?
- Dou - te uma
sova que nunca recuperarás.
- Força! Mostra
- me o que vales! Vá!
Antes que eu pudesse agarra - lo, Rodrigo fechou o
punho e deu um murro na cara do Erik, o murro foi tão forte que ele cambaleou
para trás e caiu no chão. A cara dele avermelhou muito, e ele levou uma mão á
cara, mas Erik levantou - se na mesma. Eu apostava 500 euros em como lhe doeu.
Aproximei - me de Rodrigo, que me agarrou, porque
tinha medo de Erik naquele estado de humor demoníaco. Erik olhou para mim,
directamente nos olhos, e eu vi chamas nos seus olhos, semelhante ás chamas do
Inferno. Chamas puras e perigosas, até parecia que tinham vida. De repente
saiu, mas antes disse:
- Isto ainda
não acabou!
Assim que ele saiu, agarrei - me com toda a força a
Rodrigo e chorei no seu ombro com medo, desespero e tristeza. As palavras,
"Isto ainda não acabou!", não me saíam da cabeça. Tinha medo do que
podia acontecer. Medo do que Erik podia fazer. Medo que alguma coisa
acontecesse a Rodrigo. Tinha medo por Rodrigo e, um pouco, por mim. Deixei de
chorar, pois não ajudava a melhorar a situação, mas fiquei abraçada a Rodrigo.
Ele percebeu que eu não estava bem, por isso ficou abraçado a mim mais uns
minutos e tentou animar - me.
- Vê o lado
positivo.
- Qual é o lado
positivo? Diz - me, porque eu não estou a ver o lado positivo.
- Tu não namoras
com o meu irmão, logo eu posso namorar contigo.
- Tens razão.
Obrigada por me animares.
- De nada. Sou
tua alma - gémea, que esperavas!?
- Podemos
afastar-nos dele na escola.
- Com certeza.
Se te faz sentir melhor, está bem...
- Sim, faz - me
sentir melhor.
- Então agora,
vamos descer, comer o pequeno - almoço e ir para a escola como se nada se
tivesse passado. Ok?
- Ok.
Descemos até á sala para o pequeno - almoço, mas desta
vez o lugares foram diferentes. Eu, Rodrigo e o Aaron ficamos de um lado,
enquanto que o Erik e os pais deles do outro lado. O pior disto era que eu
estava de frente para Erik, e isso era arrepiante. Principalmente, depois do
que se passara no quarto á pouco tempo. Não tive coragem de pedir a Rodrigo
para trocar comigo de lugar, pois não queria parecer estúpida e medrosa.
Comemos todos em silêncio, o que foi bom, e isso
ajudou - nos a acalmar os nervos. Aaron tinha os olhos brilhantes de ansiedade.
Erik estava chateado e Rodrigo feliz, mas ligeiramente preocupado. Sabia o
motivo de cada um, para estar daquela maneira, mas preferi não dizer nada. Não
queria que houvesse uma discussão, especialmente á hora do pequeno - almoço.
Terminamos o pequeno - almoço rapidamente, para
chegarmos á escola a horas. Mas antes de irmos embora, a Rose deu - nos um
beijo na testa e desejou - nos boas aulas. Para ser franca, senti - me como uma
filha dela. Senti - me bem. Senti - me em paz, pelo menos naquele momento.
Chegámos á escola muito depressa, despedimo-nos do pai
deles, e fomos para a escola. Erik afastou - se de mim e de Rodrigo, logo que o
pai se foi embora, e deixou - nos sozinhos o resto do dia. Aaron era um
sortudo, não vinha á escola e estava de férias. No intervalo, encontrei a
Vanessa para combinarmos a sua ida á casa dos pais de Rodrigo. A Nessa achou
estranho não ver Erik, por isso, perguntou.
- O Erik? Não
anda convosco?
- Desapareceu.
- Desapareceu?
- Exclamou ela espantada. - O que é que ele te fez?
- Descobri que
ele me mentia e que ele não era a pessoa certa para mim.
- Então....Acabaram?
- Sim. Mas,
descobri a pessoa certa para mim.
- Quem é? -
Disse ela, antes de perceber. - Já sei quem é!
- A sério? Ah!
- Disse - lhe no gozo.
- Sim. Se não
for, não sei quem será.
Olhámos as duas para Rodrigo, que ficou muito corado. Achei
garça, e por isso, cheguei - me a ele e abracei - o. Ele aproveitou e puxou -
me para me dar um beijo. O beijo demorou tanto, que a Nessa, farta de segurar a
vela, disse:
- Arranjem um
quarto!
Quando o beijo acabou, comecei a corar. Devia parecer
que tinha andado a beber uma garrafa de vinho tinto, por isso, assim que pude,
mudei de assunto.
- Sempre vais a
casa dele para conheceres o Aaron?
- Claro. Quero
conhecer o giraço.
Despedi - me dela e fui com Rodrigo para o bloco B.
Durante o dia muita gente, perguntou - nos por Erik, ao que eu respondi: Nós
acabamos, porque ele não era a pessoa certa para mim. A pessoa certa para mim
era Rodrigo, e ele está chateado connosco. Repeti isto, umas 50 vezes, mas
não me importei. Algumas pessoas perguntaram por preocupação, outros
perguntaram por curiosidade.
Rodrigo levou - me a casa, mas desta vez, entrou em
casa. Apressei - me a apresentá-lo á avó, a avó perguntou - me por Erik e eu
respondi que ele estava mal disposto e não pode trazer - me a casa. Era mentira,
mas o que é eu podia fazer?! Sim, eu sei, não devia ter mentido. Mas isto era
uma situação diferente. Não lhe podia dizer que eu e o Erik tínhamos acabado
porque eu amarava o irmão e que ele agora queria vingança. Não podia! Daqui a
um mês, talvez diga alguma coisa. Talvez!
Esperei pela Nessa, que apareceu ás 14:20. Pudemos ir
para casa de Rodrigo mais cedo, Rodrigo já não tinha fome, porque tinha comido
comigo em casa. Fiquei entre eles, para não haver briga e ir de mão dada aos
dois.
Quando chegamos, reparei que havia um carro a mais na
entrada da casa. Era um lindo, jaguar preto, com bancos de pele branca. Mas de
quem seria? Estava para perguntar a Rodrigo, mas ele parecia ter entrado em
estado de choque. Não dizia nada ou mexia alguma coisa. A Nessa também reparou,
e tentou ajudar - me. Pensei, mas me ocorria - a nada, mas de repente a Nessa
deu - me uma ideia.
- Beija - o. -
Disse - me ela.
- O quê?
- Beija - o.
Nos filmes resulta sempre.
- Achas?
- Experimenta.
Inclinei - me para a frente e dei - lhe um beijo. Ele
ficou surpreendido, mas acordou para corresponder ao meu beijo. Depois de
acabar, olhei para a Nessa e para ele.
- E ainda dizem
que não resulta.
- Concordo. -
Disse a Nessa.
- O que é que
resulta? - Perguntou ele.
- Nada! - Respondemos
eu e a Nessa.
- Ok.
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