Entramos em casa, e logo ouvimos gargalhadas vindas da
sala. Depois de Rodrigo ir pôr a mala dele ao seu quarto, fomos para a sala.
Quando chegamos, Rose, Marcus, Erik e outra rapariga olharam para nós. Reparei
que Aaron não estava lá, não sei porque seria, mas era bom que aparece - se,
senão tínhamos chatices.
Fomos os três sentar no sofá grande disponível, que
era mesmo á frente de Erik e a rapariga bonita. Olhei para ela, era muito
bonita. Tinha cabelos cor de ouro e olhos verdes azulados, trazia vestido uma
camisola azul, calças pretas e botas castanhas até aos joelhos. Ela percebeu
que eu estava a olhar para ela, por isso, olhou para mim e apresentou - se.
- Olá, sou a
Aurora.
- Olá, eu sou a
Cristiana.
- Prazer em
conhecer - te. Ouvi dizer que tu e o Erik acabaram, é verdade? - Perguntou - me
ela.
- Sim. - Vi
Erik entristecer. - Lamento Erik, mas eu não sou a tua alma - gémea, e por
isso, não podia ficar contigo.
- Como podes
ter a certeza? Eu senti a minha alma - gémea aqui! Como podes não ser ela!?
- Porque a tua
alma - gémea é uma pessoa que eu conheço e ela própria me disse que era a tua
alma - gémea.
- Quem é ela? -
Perguntou - me ele.
- Não te posso
dizer. Pelo menos por agora.
- Quando?
- Em breve.
- Porquê!? -
Exclamou ele, com uma voz chorosa.
Erik levantou as mãos e tapou a cara, principalmente
os olhos. Conhecendo como eu o conheço, ele iria chorar, que é raro ele chorar.
Levantei - me do sofá, sem pensar duas vezes, e ajoelhei - me á frente de Erik.
Estava a chorar, quando cheguei junto a ele. Levei as minhas mãos ás dele, e
tirei - as da cara dele para poder olhar para ele. Tinha lágrimas nos olhos,
lágrimas enormes mergulhadas na tristeza. Tirei uma mão minha e limpei - lhe as
lágrimas suavemente, e ele quase pareceu ficar alegre.
- Não fiques
triste. Eu gosto de ti, mas não como namorado. Como amigo. Se quiseres, podemos
ser........
- Não!
Ele respondeu - me tão bruscamente, que eu cai para
trás, esbatendo no chão. Apanhei um susto enorme. Quando voltei a olhar para
ele, tinhas olheiras vermelhas á volta dos olhos e o dourado do seu olhar era
cor de ferrugem. Olhava - me fixamente nos olhos, e eu pude ver muita raiva,
desespero e, principalmente, uma escuridão de morte. Arrepiei - me, mas tentei
levantar - me e dizer - lhe que lamentava e que ainda queria ser sua amiga. Mas
ele levantou - se, olhou - me cheio de ódio e desapareceu. Desconfio que ele
desapareceu no ar, ele mostrar - mo uma vez na sala de aula. Dividia - se em
milhares de pedaços e desaparecia no ar. Fiquei confusa, porque não entendi
aquela reacção. Eu contei - lhe, expliquei - lhe e tentei ajudá - lo, mas ele
não quis saber. Parvo!
- Que disse eu
de mal!?
- Nada,
querida. - Disse a Rose, a tentar ajudar - me.
- Obrigada por
me dizer. A minha vida é uma treta1
- Concordo.
- Então! Isso
diz - se?
- Claro. -
Concordou Rodrigo.
- Mas está tudo
contra mim. - Exclamei contrariada. - Agora vou ter com a Aurora, se ela não se
importar. Importas - te?
- Não.
- Obrigada.
Sentei - me ao lado dela, e nesse momento, percebi uma
coisa. A Aurora não parava de olhar para Rodrigo, e vice - versa. Que raio era
aquilo? Estaria ela a atirar - se ao meu namorado? Que merda era aquela? Ele
tem dona, e ela não está a achar piada á situação. Ou ela para de olhar para
ele, e vice - versa. Ou eu ia - lhe ás gadelhas!
Ele deve ter lido os meus pensamentos, ou viu o olhar
assassino que dirigia a ela, porque ele desviou o olhar dela para mim. Ele não
olhava para mim, mas para as minhas pernas. Não me teria importado se não
estivéssemos á frente de tanta gente, com as pernas um pouco abertas e a saia
quase nas ancas. Tinha colans, mas não queria ali excitações a mais. Fechei as
pernas, puxei a saia para baixo e encerrei a diversão dele. Ele ficou
aborrecido, mas não me importava nada disso. Que esperava ele? Que tira - se a
saia e a camisa para ele? Ele que vá sonhando, mas bem a dormir.
Nesse instante, apareceu Aaron. Vinha todo vestido com
roupa nova e, se não me enganava, ele trazia perfume. Dava parecenças a um
príncipe encantado. Se não tivesse o meu príncipe encantado, atirava - me ao
Aaron.
- Se não
tivesse o meu príncipe encantado, atirava - me a ti. - Disse ao Aaron.
- Então! Tens
namorado, lembras - te? - Exclamou Rodrigo, na defensiva.
- Sim, por isso
é que disse que já tinha príncipe encantado.
- Quem é? -
Perguntou - me ele.
- Tu.
- É este o
giraço? - Perguntou - me a Nessa.
- Sim.
- É esta a tua
bestfriend? - Perguntou - me o Aaron.
- Sim.
- Eu gosto. - Disseram
os dois ao mesmo tempo.
Aaron foi sentar - se ao lado da Nessa, e Rodrigo
ficou a uma ponta do sofá a fazer e a segurar a vela. Aaron muito atiradiço e
romântico, agarrou a mão da Nessa e beijou - a. Ela corou e sorriu, mas virou -
se para mim, para Aaron não ver a sua reacção. Aaron tinha os olhos muito
brilhantes e Nessa tinha o olhar perdido no dele. Iam dar um belo par de
namorados! Era como juntar o Doce á Sobremesa, ou a Loucura com a Diversão.
Rodrigo estava a ficar aborrecido, por isso, saiu e
veio ter comigo. Tentei conter o riso, mas foi impossível. Ri - me com tanta
alegria, que Rodrigo pareceu começar a rir - se também. A Nessa e o Aaron eram
almas - gémeas. Bastava olhar para a cara de um e a cara do outro, dava quase
para ver os anjinhos e os corações a voar por cima deles.
- São almas -
gémeas.
- Como sabes? -
Perguntou - me Rodrigo.
- Não
acreditas?
- Talvez, se
tiver provas.
- Queres
provas?! Eu mostro - te as provas!
- Força,
chérie.
- Aaron que
sentes agora?
- Sinto - me nos
sete céus, com assas e a voar pelas nuvens.
- Resposta
estranha, mas aceitável. Nessa, que sentes tu?
- Sinto - me
completa e em paz de alma e corpo.
- Esquisita
resposta, mas verdadeira. - Virei - me para Rodrigo. - Sinto o mesmo quando
estou contigo.
- Tens razão,
eu também sinto. Porque será?
- Porque somos
almas - gémeas.
- Concordo.
Ele inclinou - se para a frente e deu - me um grande
beijo. Foi um beijo muito apaixonado, quase dava para ver as faíscas de paixão.
Quando acabou, os nossos narizes tocaram - se e as nossas testas juntaram - se.
Éramos um casal de namorados, e almas - gémeas, muito romântico.
- Adoro - te. -
Disse - me ele.
- Amo - te.
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