O lanche foi muito divertido, e cheio de gargalhadas e
sorrisos. A Rose fez - me o favor da contar uma divertida e louca aventura de
Rodrigo e de Aaron. A aventura de Rodrigo era que, quando ele era pequeno e a
Rose lavava a roupa num tanque, ele meteu a boca no buraco e foi bebendo a água
com sabão até ficar meio bêbado e ir aos tombos. O Aaron tinha ido apanhar
pinhas e levou com uma pinha fechada no meio da cabeça.
- É por isso
que não bates bem da...pinha! - Comentei eu. - E tu andas sempre meio bêbado.
- Ah! Ah! Ah!
Ah! Mas que engraçadinha! - Respondeu o Aaron.
- Digo o mesmo.
- Concordou Rodrigo.
- Eu sei,
querido e meu amor. - Sussurrei - lhes.
- É querido,
mas não é para ti. - Reclamou a Nessa.
- Assanhada!
- Eu não estou
assanhada.
- Claro! Tu não
estás assanhada e eu sou o Pai Natal.
- Talvez esteja
um bocadinho assanhada. - Concordou ela.
- Ainda bem que
percebes - te, Palitótó.
- Palitótó?! -
Exclamaram Aaron e Rodrigo.
- É uma pessoa
que levou os palitos, logo é uma palitótó. - Expliquei eu e a Nessa.
- Ok, nós
entendemos.
Nesse momento, apareceram Erik e a Aurora. Vinham de
mãos entrelaçadas, e foi aí que reparei no sinal da mão dela, em forma de
coração como a Brancura tinha. Olhei para ela nos olhos, e vi a cor dos olhos
mudarem de castanho para verde e vice - versa. Era misterioso.
Desviei o olhar para Erik que olhava para mim e para o
irmão. Via - se a confusão e o medo no eu olhar. Ele queria perdoar - me e ao
irmão, mas tinha medo que nós o pudéssemos magoar, novamente. No entanto, ele
sabia que se não nos perdoa - se podia ficar sem bestfriend e um irmão. Não o
iria preciosas, ele com o tempo decidirá.
Eu sei, que tu sabes. Não é altura para falarmos,
falaremos mais tarde.
- Está bem.
- Com quem
falas? - Perguntou - me Rodrigo, ao ver que eu falava sozinha.
- Eu falava com
a Brancura.
- Porque não
lhe respondes - te por pensamento?
- Posso fazer
isso?!
- Claro. A tua
ligação com ela é mais poderosa que a minha, e eu consigo falar com o meu
animal. Por isso, podes falar com ela por pensamento.
- Tens razão.
- Eu sei que
tenho. Tenho sempre razão.
- Convencido!
- Achas?
- Não, meu
amor.
- Ainda bem,
chérie.
- Ok, fofoinho
(Quer dizer:"fofinho", mas mais adorável.)
Respondi á Brancura por pensamento e depois não
voltamos a falar, por isso, não sou mais nenhuma explicação para aquela
situação. Por muito que me custa - se a admitir, Erik e Aurora faziam um bonito
par de namorados. A Nessa e o Aaron também eram lindo casal. Marcus e Rose
igualmente bonitos. Eu e Rodrigo éramos também um lindo casal de almas -
gémeas.
Depois do lanche, Erik levou a Aurora a casa. Aaron
foi com a Nessa para verem o resto da casa e os pais de Rodrigo foram para a
sala. Ficamos eu e Rodrigo na cozinha, sozinhos.
- Queres ver o
meu quarto? - Perguntou - me Rodrigo. - Prometo que é só ver!
- Vamos.
Para não passarmos pela sala, fomos pela sala de
jantar que tinha uma porta para o corredor que dava para os quartos. Pelo
caminho ele pôs o braço nos meus ombros. Chegámos á porta muito depressa, e ele
ficou tenso e nervoso. Olhou para mim e para a porta, com o pânico na cara. Não
fiz ou disse alguma coisa, para não o enervar mais. Agarrou - me na mão e pôs -
se a brincar com os dedos, eu farta disse alguma coisa.
- Se não
quiseres mostrar - me o quarto, deixar estar. Eu não me importo.
- Não. Eu quero
mostrar - te, mas não sei como vais reagir.
- A reacção é
minha, por isso, não te preocupes. Vais mostrar - me o quarto, ou não?
- Ok. Vamos
entrar?!
- Vamos. -
Disse - lhe, enquanto entrava no quarto.
O quarto era muito bonito. Na parede da frente, por
baixo da janela, havia uma cama muito grande, com lençóis pretos (com as dobras
em branco), almofadas castanhas escuras e pretas. Sobre a cama, pendurados nos
cantos de ferros que se estendiam para cima, caia uma cortina comprida cinzenta
que tapava a cama.
Do lado esquerdo da cama, existia um roupeiro preto
com gravuras em prata, uma secretária branca com os livros e o computador, e na
parede havia duas prateleiras. Uma das prateleiras tinha uma aquário, a outra
tinha fotografias de familia.
Do lado oposto da cama, estavam mais duas prateleiras,
uma com pistolas e a outra com carros. Entre as prateleiras, havia um sofá de
dois lugares castanho, com uma enorme tapete cinzento com o desenho de um
morcego e uma lua quarto crescente.
Cada parede estava pintada de uma cor diferente, uma
era branca, outra era castanha, a seguinte era preta e a ultima era cinzenta. O
aquário estava na parede pintada de castanho, e estava a meter - me
curiosidade, por isso, fui espreitar. No entanto, não havia nada lá dentro,
estava vazia.
- Meu amor, que
bicho é que, supostamente, devia estar aqui?! - Perguntei - lhe.
- Como supostamente?
Não está aí a Noite?
- Não. E quem é
a Noite?!
- Agora não te
posso responder. Tenho de encontrá - la.
E pôs - se á procura do bicho que devia chamar - se
Noite e que deveria estar dentro do aquário na prateleira. Não liguei muito ao
assunto, até que senti alguma coisa a subir - me pelas pernas, a atravessar as
minhas costas e a enrolar - se á minha cintura. A pele da coisa era escamosa,
mas fofinha. Senti a respiração da coisa da minha cara e decidi virar - me,
mesmo não sabendo o que era o bicho.
Apanhei um susto tão grande, que achei que ia desmaiar
e que o meu coração iria parar de bater naquele instante. Ao meu lado estava a
cabeça de uma cobra, que a certa achei que ia fazer de mim o seu lanche. Mas
isso não aconteceu, porque quando olhei a cobra nos olhos, vi que se pareciam
com os de Rodrigo e que ela era minha amiga. Era magnífica, deveria ter quase 2
metros e era preta com um padrão branco e castanho.
Cuidadosamente, levantei a mão e fiz uma festinha á
cobra, mesmo por baixo do pescoço, e ela pareceu gostar, porque depois encostou
a cabeça dela á minha bochecha e fez - me ela uma festinha.
Ri - me do acontecimento e memorizei na cabeça que
nunca esqueceria este dia, era engraçado como uma cobra de 2 metros podia ser
nossa amiga. A cobra posou a cabeça no meu ombro, eu virei - me e fiz - lhe
outra festinha na cabeça.
- Rodrigo, a
Noite é uma cobra? - Perguntei - lhe, enquanto fazia festinha a uma cobra como
se fazia a um gato.
- Sim. - Virou
- se para mim. - Como é que sabes?!
Assim que fez a pergunta, teve logo a resposta visual.
Quando viu a cobra ao meu lado, ele ficou mais branco que a cal e os olhos
pareceram quase que iam saltar. Até correu para mim, só para me tirar a cobra e
a pôr dentro do aquário.
Depois de me tirar a cobra, deu um beijo e tirou o
telemóvel dele para meter música. Meteu um slowly, curiosamente. Agarrou
- me e começou a dançar comigo. Nós dançamos, dançamos e dançamos, até os
nossos pés não aguentarem mais. Depois da dança, finalmente, acabar, fomos
sentar - nos no sofá. Era confortável e dava vontade de dormir uma soneca nele.
- Porque tens
uma cobra no quarto?
- Porque estou
ligado a ela.
- Mas isso é
possível? Ter ligação com dois animais diferentes?
- Sim, deste
que tenham algo em comum. Mas á sempre o animal principal, que no teu caso é o
lobo e no meu é o morcego.
Estávamos tão cansados, que quando ele se deitou no
sofá, eu caí em cima dele. Pus a cabeça no peito dele e adormeci, com ele.
Acordamos com a Nessa a abanar-me e o Aaron á estalada ao Rodrigo. Levantámo-nos
depressa, pois não queríamos acabar nos cuidados intensivos do hospital, e
porque eram horas de ir embora para casa.
Aaron fez-nos companhia, porque queria levar a Nessa a
casa e dar-lhe um beijo antes de ir para a casa dele. Comigo foi o mesmo, mas
Rodrigo iria ter comigo e o Aaron não podia ir ter com a Nessa.
- Hoje posso
vir ter contigo?
- Claro.
- A que horas?
- Ás 10 horas.
- Adeus.
E ele foi-se embora, para mais tarde, regressar para
os meus braços e eu para os braços dele. Só tinha de esperar até á 10 horas.
Não era muito...
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