segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Capitulo 35

Olá, meus amados filhos das trevas ...


Fiquei a chorar durante algum tempo, não sei dizer quanto tempo, porque não contei. Basta dizer que chorei até já não ter lágrimas e não ter assunto para chorar. O coração voltara a bater como é normal, o sangue estava já quente, mas o buraco ainda cá estava. Um buraco muito grande e profundo, mais profundo que m poço.
Ele estava comigo, porque eu tinha a alma de uma antiga rapariga que ele amara e que o abandonou. Que haveria eu de fazer? E se fosse verdade? Não o podia abandonar, pois não queria parecer a outra e não conseguia viver sem ele. Talvez seja mentira. Seria muito bom, pois já não tinha que me zangar ou separar dele. Teria de se explicar. É que ele nem respondeu, "Sim" ou "Não".
 - Queres um explicação. E tens todo o direito em pedir uma explicação - Afirmou Rodrigo, de repente.
Olhei para o lado, e lá estava ele. Com um ombro encostado na árvore, os braços cruzados e cara sobre o ombro, que estava encostado na árvore. No olhar lia - se a culpa de não me ter contado e a mágoa que ele sentia, por si mesmo e por me ter magoado.
Não lhe disse nada, mas ele percebeu que naquele momento eu não queria dizer nada, especialmente a ele. Sentou - se a meu lado, agarrou - me na mão e entrelaçou os nossos dedos, uns nos outros. Olhou - me nos olhos e deu - me um beijo leve e que dizia:"Desculpa".
 - Vou contar - te a verdade. - Disse - me ele. - Há uns anos, apaixonei - me por uma rapariga chamada Claire. Era bonita e sobrinha de Lady Leonor, uma das mulheres mais ricas da cidade, naquela altura. Conheci - a numa das suas visitas á nossa casa, foi amor á primeira vista. Fomos amigos e, mais tarde, namorados. Tinhamos feito 3 meses de namoro, quando ela veio ter comigo e disse - me que já não me amava e nunca mais me queria ver. Nesse mesmo dia, ela desapareceu. - Ele fez aqui uma pausa, respirou fundo e continuou. - Um ano depois, encontraram - na a 10 km de casa. Nunca se conseguiu descobrir o que se passara, mas dizia - se que ela tinha sido atacada por um vampiro, devido ás marcas das persas e porque não tinha sangue nenhum.
 - Ela morreu lá? Se não quiseres, não respondas.
 - Não. Disseram no jornal, que ele tinha morrido noutro lugar e que tinha sido ali colocada. Mas, logo a seguir a ser encontrada, ela voltou a desaparecer. E desta vez, para sempre.
 - Lamento. Espera. Vocês eram a única familia de vampiros, em Paris na altura?
 - Não. Havia mais um casal, que tinha uma adorável menina. Mas porque perguntas?
 - Eles estavam em Paris quando ela desapareceu?
 - Não. A primeira vez que ela desapareceu eles tinham ido visitar a familia ao México, e na segunda vez, estavam de férias na Inglaterra.
 - Hum. Então não podiam ser eles!
 - Tens razão. Os meus pais não podiam, Erik é mau, mas não tão mau assim. Além disso, o Erik tinha ido fazer uma viagem até Berlim.
 - Como eu tenho a alma dela, achas que eu poderia lembrar - me de alguma coisa?
 - Talvez.
 - E como é que eu saberia?
 - Provavelmente, sentias - te mal disposta, magoada, medo, etc.
 - Acho que sei onde é esse lugar.
 - A sério?
 - Tão sério como eu ser tua alma - gémea. Agora vem comigo.
 - Mas para onde?
 - Já vais ver. Como estará ela nesta altura?
 - Feita em trapos e ossos.
 - Dispensava a informação.
 - Tu é que pedis - te…
Pusemos - nos de pé e seguimos o mesmo caminho para o corredor. Estávamos a meio do corredor, quando senti uma pontinha da dor, mas fui andando. A dor ficou maior, e a ela foi juntar - se a má disposição, parecia agora que me estavam a torturar. Depois apareceu a tristeza, tão profunda como o universo.
Quanto mais andávamos, mais me parecia que estava a ficar sem ar. As pernas começaram a ficar bambas, estava a ficar muito cansada, o sangue corria com dificuldade, os batimentos cardíacos eram mais lentos e tinha uma enorme dor de cabeça. Tive de parar, porque senão caía para no chão. Rodrigo apercebeu - se e parou para me vir ajudar.
Sentei - me no chão, pois já me aguentava em pé. Ele fez o mesmo e eu olhei para a armadura á nossa frente para distrair - me. No entanto, verifiquei que esta armadura era diferente das outras, a mão que segurava a espada, estava virada para cima ao contrário das outras. Havia uma amolgadela no lado esquerdo e os pés estavam juntos, enquanto que os outros estavam com os pés afastados.
E existia um círculo por baixo da armadura, como se houvesse uma porta por detrás dela. Era misterioso, mas não impossível. Como se tivesse a certeza, fui directa á mão que tinha a espada, e puxei - a para cima. Depois tentei rodar a armadura, conforme mostrava o circulo, mas não consegui - a.
Ele mesmo sem perceber, ajudou - me a rodar a armadura. Juntos conseguimos rodá - la, e descobrimos uma porta. Entramos lá dentro, e quando nós entramos senti um arrepio a percorrer - me o corpo. Isso confirmou que o meu instinto estava certo. Ali tinha acontecido alguma coisa.
Existiam teias de aranhas que chegavam a parecer cortinas, e ratos que pareciam gatos bebés, morcegos enormes e pequenos pendurados no tecto, aos milhares. E corvos que nos olhavam friamente, mas um deles veio até mim, e ficou em cima do meu ombro, por uns tempos. Não me assustavam ou me incomodavam.

Capitulo 34

Olá, meus amados filhos das trevas ...


A princípio não percebi, porque é que ele me perguntara se eu tinha a certeza, mas agora... Depois de estar 2 horas a ver fotos e só ir a meio dos álbuns. Tínhamos visto, pelo menos, 6 álbuns e ainda faltavam outros 6 álbuns para ver. Decidimos que ficaríamos por ali, porque já tinha a fotos que necessitava, mas reparei que faltavam fotos em todos os álbuns.
 - Ro, porque faltam fotos nos álbuns?
 - Porque o Erik levou - as para o seu próprio álbum de fotos. O que é que me chamas - te?
 - Ro. O diminutivo do teu nome. Gostas?
 - Sim.
Estávamos sentados no sofá, a ver as fotos, quando ele aproveitou para me dar um longo beijo. Com o beijo, acabou a concentração. Ele deitou - me e depois deitou - se ele por cima de mim, para continuar a beijar - me. Segurava - o pelo ombros e ele segurava - me pela cintura. Os beijos foram aumentando de temperatura, tão quentes que nós quase nem conseguíamos recuperar o fôlego.
De repente, ele deixou de me beijar nos lábios e começou a beijar - me no pescoço. Era muito bom, posso vos dizer. Ele beijava - me de cima para baixo, e vice - versa, e passava as persas na pele, como se fizesse um linha invisível. Os olhos dele escureceram, a respiração era rouca e o calor do corpo aumentava.
Continuava a beijar - me no pescoço, mas não me queixava, pois era maravilhoso. Parecia uma massagem, suave e com precisão. Depois parou, como se tivesse encontrado o que procurava. Levantou a cara, olhou - me nos olhos, e sorriu - me. Um sorriso provocador, para regressar aos beijos no pescoço, mas antes lamber os lábios com a fome a passar - lhe pela cara. No entanto, ainda exclamou:
 - Deixa - me provar - te. - Com a voz rouca.
 - Sim.
 - Poderá doer, mas depois passa a dor.
Logo que acabou de me dizer isto, lambeu - me o pescoço. E tenho a certeza, que apareceu lá uma veia minha. Ouvi a sua respiração ficar mais rápida e estrondosa. O coração dele batia irregularmente. E a temperatura corporal dele aumentou ardentemente. O ar ficara mais húmido e o sol escondera - se nas nuvens. Deixando - nos ás escuras e com ele pronto, quando......
 - Está tudo bem? - Perguntou a Rose, de repente.
Rodrigo assustou - se tanto, que saiu de cima de mim e caiu no chão. Caiu com tanta força, que se ouviu estalo das costas a bater no chão de madeira. Mandei um grito de susto, mas quando vi ele no chão, fiquei ralada com ele.
 - Estás bem? Ro? Meu amor? Responde - me, merda!
Levantei - me depressa e fui ajudá - lo a levantar - se do chão. Sentei - o no sofá e ajoelhei - me á sua frente para verificar se ele estava bem. Abracei - o para ver se ficava melhor, e depois lembrei - me que um copo de água faria lhe bem.
 - Vou buscar - te um copo de água. Ficas bem?
 - Sim.
Saí do escritório, deixando Rodrigo sozinho, e fui á cozinha. Rose não estava lá, mas tinha deixado um bilhete: Fui ás compras com o pai. Bjs. Então tinha de encontrar os copos sozinha. Bonito serviço!
Demorei 10 minutos para achar os copos. Agarrei na garrafa da água, enchi o copo e pus - me a caminho. O caminho foi rápido, por isso, cheguei a tempo de ouvir a conversa de Rodrigo com Erik. Falavam sobre mim e outra rapariga, pelo que eu percebi.
 - Tentas - te prova-la?
 - Sim, mas não consegui.
 - Ela deixou?
 - Sim. E estive muito perto. Bolas!
 - O que esperavas?! Que depois de a provares, ela te dissesse para continuares?
 - Olhar dizia - me que sim.
 - Não quererás dizer, que era a alma dela que dizia que sim.
 - Que queres dizer com isso?
 - Oh! Não me digas, que não percebes - te que a alma dela é a de Claire. A Claire que tu amas - te e que te abandonou sem qualquer explicação. A bela Claire, de cabelos castanhos e olhos cinzentos como prata.
 - Eu sei que a alma dela é a Claire.
 - Resumidamente, estás com ela porque ela tem a alma da tua antiga amada Claire. Não é verdade?
Ele não respondeu, logo era verdade. O meu coração parou, o sangue gelou - me e um buraco pareceu abriu - se. O copo caiu - me das mãos e partiu - se em mil pedaços no meu do chão do corredor. Rodrigo e Erik vieram a correr para a porta para ver o que se passava, mas não lhes liguei. Estava demasiado magoada, para me importar.
Afastei - me da porta e fui para a cozinha, novamente. Não pensei duas vezes, abri a porta com o demónio e entrei. Desci as escadas apressadamente e corri, não sei para onde, para encontrar o corredor. Acabei por encontra - lo, atravessei - o sem tomar atenção a nada, e cheguei ao alçapão. Não me interessei se tinha fechado o alçapão ou não, passei pela ponte e só parei debaixo da árvore de jasmim. Encostei - me á árvore, meti a cabeça nos joelhos e chorei, como nunca tinha chorado.

Capitulo 33

Olá, meus amados filhos das trevas ...


Que haveria eu de lhes oferecer? A Rodrigo já sabia, porque tinha juntado dinheiro para comprar dois anéis, um para cada um. Eram anéis simples de ouro com "Love" gravado. Ele iria adorar.
Mas a prenda para Erik, eu não sabia o que fazer. Talvez um álbum de fotos ou uma grande moldura com os melhores momentos dele em fotos. Sim, seria a moldura o presente ideal.
Fui para a escola com Rodrigo e tudo correu bem. Curiosamente, Erik não aparecera na véspera do seu aniversário. Disse a Rodrigo que precisava ir á ourivesaria, e ele disse - me que queria levar - me até lá e fazer - me companhia. O pai dele é que nos deu boleia até á ourivesaria e esperou por nós.
Quando chegamos á loja, mandei Rodrigo para o canto da loja para não ver o presente. Ele ficou amuado, mas depressa lhe passou, porque sabia que aquilo não o ajudaria em nada. Pedi á senhora da loja para me trazer o que lhe tinha encomendado e para não falar do presente porque estava ali o aniversariante. Paguei depressa e discretamente, para que ele não visse, e fomos embora.
 - Já podes vir.
 - Finalmente. Que compras - te?
 - A tua prenda de aniversário.
 - O que é?
 - Digo - te quando fizeres anos.
 - Mas é amanhã!
 - Eu sei. E será amanhã é que te irei dizer.
Entramos no carro do pai dele e arrancámos. Pedi para irmos a casa dele, para procurarmos algumas fotografias e para mostrar a Rose o presente dele. E enquanto eu ia dizendo isto, nós chegamos a casa dele.
Fui procurar Rose e Rodrigo veio comigo. Estava no jardim a tratar das rosas e cantar uma bonita, e familiar canção. Não reparou que tínhamos chegado, por isso, disse - lhe olá.
 - Olá, não vos ouvi chegar. Que fazem aqui?
 - Eu vi aqui, porque quero mostrar - lhe o presentes de anos de Rodrigo. E procurar umas fotos para a prenda de anos do Erik.
 - A sério? Vais fazer um presente para a besta do meu irmão?!
 - Sim, vou fazer um presente e não digas isso do teu irmão.
 - Porquê?!
 - Porque são irmãos e sangue do mesmo sangue.
 - Ok. Eu não aquilo novamente, mas não quer dizer que não pense assim.
 - Está bem, mas tenta não ser dessa maneira.
 - Posso tentar, no entanto, não te prometo nada.
 - Como queiras. - Voltei - me para Rose. - Acha que dá para lhe mostrar agora a prenda dele e para a Rose me dar a sua opinião?
 - Eu digo - te a minha opinião. Mas primeiro vamos para dentro de casa. Depois vais buscar a prenda, se a tiveres contigo melhor. E por fim, vens ter comigo á cozinha sozinha. - Rose olhou directamente para Rodrigo, quando murmurou " sozinha".
Assim fizemos. Pedi a Rodrigo que espera - se por mim na sala, enquanto eu ia á cozinha. Passei a caixa com os anéis a Rose, e ela disse que os adorava e que Rodrigo também iria adorar. Ela deu - me a caixa e eu guardei - a dentro do bolso do casaco. Fiquei muito feliz, com a opinião positiva, e lembrei da bonita musica que Rose estava a cantar.
 - Que música era aquela que estava a cantar?
 - Beauthy and the Beathe.
 - Eu sabia que conhecia a música, mas me lembrava.
 - É uma música bonita.
 - Concordo. Sabe onde posso encontrar, nesta casa enorme, os álbuns de fotos?
 - Sim. No escritório.
 - Onde é que fica?
 - Primeira porta do corredor, ao sair da sala, á esquerda.
 - Obrigada.
 - De nada.
 Fui á sala, agarrei em Rodrigo e fomos para o escritório. Era espaçoso, pintado de verde - claro e branco á volta da porta e da janela. Tinha duas estantes, uma ao lado da outra, uma secretária branca e um grande sofá creme, que parecia ter sido feito de propósito para se deitar nele. A luz do Sol era radiante e calorosa para um dia de Inverno.
 - Que precisas? - Perguntou - me Rodrigo.
 - De todos os álbuns de fotos, que existirem.
 - Ok, mas tens a certeza que queres todos?
 - Sim. Porque perguntas?
 - Por nada. - Disse - me ele, meio a rir - se.
E começamos a procurar os álbuns, para eu puder escolher as melhores fotos.

Capitulo 32

Olá, meus amados filhos das trevas ...


Ele veio-o ter comigo como prometera e passara a noite. Dormi sem perturbações nos braços dele. Ao olhar para ele, pareceu-me pensativo e preocupado. Perguntei-lhe o que se passava, mas ele não me respondeu, preferiu ficar com o assunto dó para ele. No entanto, ás vezes, ria-se e sorria para não se mostrar desinteressado.
De manhã, quando acordei, tinha no lugar onde ele estivera uma caixa. A caixa era de veludo azul escuro, achei suspeito, mas abri-a porque tinha o meu nome. Mandei um grito de alegria, quando vi um colar simples de prata com um pequeno diamante no centro. O pequeno diamante era rosa trabalhada, do tamanho de uma bola de golfe. Era lindíssimo.
Levantei-me e vesti-me, mas antes de ir para a escola, guardei a caixa numa gaveta e fechei-a á chave. Levei a chave comigo, para não haver o caso de alguém ver o colar.
Ao sair do portão de casa, encontrei Rodrigo á minha espera. Fomos até á escola de mãos dadas, e quando lá chegamos demos um beijo. Não foi para mostrar superioridade, mas porque faltava o beijo da manhã para que o dia corresse bem. O beijo demorou tanto que a Nessa teve tempo de aparecer e nos separar e nos ver nos meles.
Fomos para as aulas, mas combinamos encontramo-nos no campo, nos intervalos. A aula de história passou mais depressa que o normal, pelo a mim pareceu-me acabar mais depressa que o normal. Rodrigo esperou por mim, quando tocou. No entanto, Erik pôs-se a milhas.
A Nessa, só por acaso, estava já no campo á nossa espera e abraçada a um rapaz. O rapaz estava de costas para nós, mas parecia-me familiar. Tentei lembrar-me, mas não me aparecia ninguém na mente.
Para minha surpresa, quando chegamos, o rapaz virou e eu via que era o Aaron. Que estava ele aqui a fazer? A resposta era simples, era para ver a Nessa. A questão era: Como é que o deixaram entrar?
 - Que fazes aqui? - Perguntei a Aaron, enquanto me sentava, com Rodrigo.
 - Sou o novo aluno.
 - Como?!
 - Se ela está aqui, eu estou aqui. Mexi uns cordelinhos, e entrei na escola como aluno.
 - Que lindo e pindérico.
 - Olha quem fala! - Respondeu-me a Nessa. - Não era eu que estava na porta da escola, nos meles com o meu namorado.
 - Nós não estávamos nos meles. - Disse-lhe.
 - Ah, pois não. - Concordou Aaron com a Nessa. - Quem não te conhece que te compre.
 - Ela está comprada. - Reclamou Rodrigo com Aaron.
 - Hum!!!!!! - Disseram a Nessa e Aaron em coro.
 - Parem. - Ordenei-lhes.
 - Que pouca vergonha. Andar por aí nos meles.
 - Cala-te.
 - Assanhada!
 - Igualmente.
De repente, tocou para o regresso ás aulas. Aaron despediu-se da Nessa com um beijo muito apaixonado e vei-o connosco para as aulas, porque a sala dele ficava ao lado da nossa. Ele parecia muito feliz e isso via-se no olhar e na cara.
Quando chegamos, despedimo-nos do Aaron, e entrarmos para nos sentar-mos. Erik apareceu pouco depois de nós, e foi para a mesa do fundo, onde ficava muito longe de nós. Era assim desde que eu e ele acabamos, apesar de já não haver ódio, existia uma mágoa muito profunda que se via nos seus olhos dourados.
Tinha pena que não tivesse resultado, mas não podia continuar a mentir-lhe. Não conseguiria andar com ele e estar aos beijos com Rodrigo. O destino ditara que eu e Rodrigo éramos almas-gémeas e nada havia a fazer contra isso. Tentei que voltasse-mos a ser amigos, mas ele não quisera. Tinha, e tenho ainda, esperança que ele volte a ser o que era. O responsável, alegre e protector Erik. O Erik que em tempos fora meu amigo e namorado.
Custa-me imenso vê-lo daquela maneira, mas que podia eu fazer!? Desejava tanto ter uma poção mágica para poder apagar tudo o que se passara ou pelo menos apagar toda a dor que ele sentia.
Enquanto eu ia pensando, a aula de Geografia passou a voar, como o vento. Olhei para Rodrigo, que me estava a ajudar a arrumar as coisas da aula. Tinha a sexto sentido que me dizia que Rodrigo percebera que alguma coisa me perturbava, no entanto, não me perguntou o que se passava comigo. Aaron esperava impaciente por nós. E discretamente, olhei para o lugar onde Erik normalmente está, e ele não lá estava. Devia ter saído logo que tocou.
Saímos da sala, e fomos para o campo, ter com a Nessa. Ela logo que viu o Aaron, correu para os seus braços e deu-lhe um grande beijo.
 - E nós é que andamos na pouca vergonha. - Comentei eu.
 - Concordo. - Disse Rodrigo.
Acabaram o beijo e olharam para nós com cara de poucos amigos. Nós retribuí-mos o olhar, para depois nos rir-mos e irmos comer. Estava com tanta fome que consegui comer o meu pedaço de pão com fiambre e ainda, provar o croissant de chocolate. Estava tão bom que ficou um bocadinho nos lábios e Rodrigo me deu um beijo para limpar o chocolate.
Os restantes dias foram assim, divertidos e românticos. Dias de amor e semanas de beijos. Nós éramos os melhores amigos uns dos outros e os irmãos e irmãs de todos. Tudo foi desta maneira, até á véspera dos aniversários do Erik e de Rodrigo.

Capitulo 31

Olá, meus amados filhos das trevas ...


O lanche foi muito divertido, e cheio de gargalhadas e sorrisos. A Rose fez - me o favor da contar uma divertida e louca aventura de Rodrigo e de Aaron. A aventura de Rodrigo era que, quando ele era pequeno e a Rose lavava a roupa num tanque, ele meteu a boca no buraco e foi bebendo a água com sabão até ficar meio bêbado e ir aos tombos. O Aaron tinha ido apanhar pinhas e levou com uma pinha fechada no meio da cabeça.
 - É por isso que não bates bem da...pinha! - Comentei eu. - E tu andas sempre meio bêbado.
 - Ah! Ah! Ah! Ah! Mas que engraçadinha! - Respondeu o Aaron.
 - Digo o mesmo. - Concordou Rodrigo.
 - Eu sei, querido e meu amor. - Sussurrei - lhes.
 - É querido, mas não é para ti. - Reclamou a Nessa.
 - Assanhada!
 - Eu não estou assanhada.
 - Claro! Tu não estás assanhada e eu sou o Pai Natal.
 - Talvez esteja um bocadinho assanhada. - Concordou ela.
 - Ainda bem que percebes - te, Palitótó.
 - Palitótó?! - Exclamaram Aaron e Rodrigo.
 - É uma pessoa que levou os palitos, logo é uma palitótó. - Expliquei eu e a Nessa.
 - Ok, nós entendemos.
Nesse momento, apareceram Erik e a Aurora. Vinham de mãos entrelaçadas, e foi aí que reparei no sinal da mão dela, em forma de coração como a Brancura tinha. Olhei para ela nos olhos, e vi a cor dos olhos mudarem de castanho para verde e vice - versa. Era misterioso.
Desviei o olhar para Erik que olhava para mim e para o irmão. Via - se a confusão e o medo no eu olhar. Ele queria perdoar - me e ao irmão, mas tinha medo que nós o pudéssemos magoar, novamente. No entanto, ele sabia que se não nos perdoa - se podia ficar sem bestfriend e um irmão. Não o iria preciosas, ele com o tempo decidirá.
Eu sei, que tu sabes. Não é altura para falarmos, falaremos mais tarde.
 - Está bem.
 - Com quem falas? - Perguntou - me Rodrigo, ao ver que eu falava sozinha.
 - Eu falava com a Brancura.
 - Porque não lhe respondes - te por pensamento?
 - Posso fazer isso?!
 - Claro. A tua ligação com ela é mais poderosa que a minha, e eu consigo falar com o meu animal. Por isso, podes falar com ela por pensamento.
 - Tens razão.
 - Eu sei que tenho. Tenho sempre razão.
 - Convencido!
 - Achas?
 - Não, meu amor.
 - Ainda bem, chérie.
 - Ok, fofoinho (Quer dizer:"fofinho", mas mais adorável.)
Respondi á Brancura por pensamento e depois não voltamos a falar, por isso, não sou mais nenhuma explicação para aquela situação. Por muito que me custa - se a admitir, Erik e Aurora faziam um bonito par de namorados. A Nessa e o Aaron também eram lindo casal. Marcus e Rose igualmente bonitos. Eu e Rodrigo éramos também um lindo casal de almas - gémeas.
Depois do lanche, Erik levou a Aurora a casa. Aaron foi com a Nessa para verem o resto da casa e os pais de Rodrigo foram para a sala. Ficamos eu e Rodrigo na cozinha, sozinhos.
 - Queres ver o meu quarto? - Perguntou - me Rodrigo. - Prometo que é só ver!
 - Vamos.
Para não passarmos pela sala, fomos pela sala de jantar que tinha uma porta para o corredor que dava para os quartos. Pelo caminho ele pôs o braço nos meus ombros. Chegámos á porta muito depressa, e ele ficou tenso e nervoso. Olhou para mim e para a porta, com o pânico na cara. Não fiz ou disse alguma coisa, para não o enervar mais. Agarrou - me na mão e pôs - se a brincar com os dedos, eu farta disse alguma coisa.
 - Se não quiseres mostrar - me o quarto, deixar estar. Eu não me importo.
 - Não. Eu quero mostrar - te, mas não sei como vais reagir.
 - A reacção é minha, por isso, não te preocupes. Vais mostrar - me o quarto, ou não?
 - Ok. Vamos entrar?!
 - Vamos. - Disse - lhe, enquanto entrava no quarto.
O quarto era muito bonito. Na parede da frente, por baixo da janela, havia uma cama muito grande, com lençóis pretos (com as dobras em branco), almofadas castanhas escuras e pretas. Sobre a cama, pendurados nos cantos de ferros que se estendiam para cima, caia uma cortina comprida cinzenta que tapava a cama.
Do lado esquerdo da cama, existia um roupeiro preto com gravuras em prata, uma secretária branca com os livros e o computador, e na parede havia duas prateleiras. Uma das prateleiras tinha uma aquário, a outra tinha fotografias de familia.
Do lado oposto da cama, estavam mais duas prateleiras, uma com pistolas e a outra com carros. Entre as prateleiras, havia um sofá de dois lugares castanho, com uma enorme tapete cinzento com o desenho de um morcego e uma lua quarto crescente.
Cada parede estava pintada de uma cor diferente, uma era branca, outra era castanha, a seguinte era preta e a ultima era cinzenta. O aquário estava na parede pintada de castanho, e estava a meter - me curiosidade, por isso, fui espreitar. No entanto, não havia nada lá dentro, estava vazia.
 - Meu amor, que bicho é que, supostamente, devia estar aqui?! - Perguntei - lhe.
 - Como supostamente? Não está aí a Noite?
 - Não. E quem é a Noite?!
 - Agora não te posso responder. Tenho de encontrá - la.
E pôs - se á procura do bicho que devia chamar - se Noite e que deveria estar dentro do aquário na prateleira. Não liguei muito ao assunto, até que senti alguma coisa a subir - me pelas pernas, a atravessar as minhas costas e a enrolar - se á minha cintura. A pele da coisa era escamosa, mas fofinha. Senti a respiração da coisa da minha cara e decidi virar - me, mesmo não sabendo o que era o bicho.
Apanhei um susto tão grande, que achei que ia desmaiar e que o meu coração iria parar de bater naquele instante. Ao meu lado estava a cabeça de uma cobra, que a certa achei que ia fazer de mim o seu lanche. Mas isso não aconteceu, porque quando olhei a cobra nos olhos, vi que se pareciam com os de Rodrigo e que ela era minha amiga. Era magnífica, deveria ter quase 2 metros e era preta com um padrão branco e castanho.
Cuidadosamente, levantei a mão e fiz uma festinha á cobra, mesmo por baixo do pescoço, e ela pareceu gostar, porque depois encostou a cabeça dela á minha bochecha e fez - me ela uma festinha.
Ri - me do acontecimento e memorizei na cabeça que nunca esqueceria este dia, era engraçado como uma cobra de 2 metros podia ser nossa amiga. A cobra posou a cabeça no meu ombro, eu virei - me e fiz - lhe outra festinha na cabeça.
 - Rodrigo, a Noite é uma cobra? - Perguntei - lhe, enquanto fazia festinha a uma cobra como se fazia a um gato.
 - Sim. - Virou - se para mim. - Como é que sabes?!
Assim que fez a pergunta, teve logo a resposta visual. Quando viu a cobra ao meu lado, ele ficou mais branco que a cal e os olhos pareceram quase que iam saltar. Até correu para mim, só para me tirar a cobra e a pôr dentro do aquário.
Depois de me tirar a cobra, deu um beijo e tirou o telemóvel dele para meter música. Meteu um slowly, curiosamente. Agarrou - me e começou a dançar comigo. Nós dançamos, dançamos e dançamos, até os nossos pés não aguentarem mais. Depois da dança, finalmente, acabar, fomos sentar - nos no sofá. Era confortável e dava vontade de dormir uma soneca nele.
 - Porque tens uma cobra no quarto?
 - Porque estou ligado a ela.
 - Mas isso é possível? Ter ligação com dois animais diferentes?
 - Sim, deste que tenham algo em comum. Mas á sempre o animal principal, que no teu caso é o lobo e no meu é o morcego.
Estávamos tão cansados, que quando ele se deitou no sofá, eu caí em cima dele. Pus a cabeça no peito dele e adormeci, com ele. Acordamos com a Nessa a abanar-me e o Aaron á estalada ao Rodrigo. Levantámo-nos depressa, pois não queríamos acabar nos cuidados intensivos do hospital, e porque eram horas de ir embora para casa.
Aaron fez-nos companhia, porque queria levar a Nessa a casa e dar-lhe um beijo antes de ir para a casa dele. Comigo foi o mesmo, mas Rodrigo iria ter comigo e o Aaron não podia ir ter com a Nessa.
 - Hoje posso vir ter contigo?
 - Claro.
 - A que horas?
 - Ás 10 horas.
 - Adeus.
E ele foi-se embora, para mais tarde, regressar para os meus braços e eu para os braços dele. Só tinha de esperar até á 10 horas. Não era muito...

Capitulo 30

Olá, meus amados filhos das trevas ...


Olhei para a Nessa, que tinha cara de quem precisava de ajuda, e ela olhava para mim com os olhos muito abertos. Apressei - me a pensar em algo para a ajudar. A Nessa ainda corada, tirou as mãos dele.
 - Nessa, qual será o teu animal? - Perguntei - lhe depressa.
 - O meu quê?
 - O teu animal. Cada personalidade é parecida com a de um animal, o nos liga a esse animal, caso descubras qual é o animal. Qual é o teu? - Disse o Aaron.
 - Não sei.
 - Então, vamos descobrir.
Aaron agarrou, outra vez, na mão da Nessa e levou - a pelas enormes portas, que davam para o jardim. Eu e Rodrigo fomos de mão dada, atrás deles. Marcus e a Rose imitaram - nos. A Aurora foi a única que não quis vir connosco, preferiu ir ver como estava o Erik. Que relação teriam eles? Amorosa? Amizade? Não sei, mas não era da minha conta. Logo, não me ia meter.
Aaron e a Nessa ficaram na linha da frente, saiu - me um pouco futebolístico. Nós ficamos atrás a observar, a Nessa estava meio assustada e Aaron a tentar concentrar - se para a ajudar. Aaron pediu á Nessa para se concentrar, … blá... blá... blá... blá; entregou - lhe um caderno e fez ela lê - lo. Esperamos, esperamos, esperamos e esperamos. E nada aparecia.
Estávamos quase a irmos embora, quando um barulhinho nos chamou á atenção, e acabamos por ficar para ver o que iria sair dos arbustos. Saiu dos arbustos, nada mais ou nada menos, um gatinho. Era uma gatinho branco, com um olho azul claro e o outro olho dourado, e era adorável. Assim que viu a Nessa, correu e saltou para o colo dela. Não sei como, mas ela agarrou o gato no momento certo. Fez - lhe umas festas e o gato começou a ronronar.
 - Vou chamar - te…hum...Aaronessa. Gostas?
O gatinho abanou a cauda, em sinal de concordância. Aaron aproximou - se da Nessa, e segredou - lhe ao ouvido qualquer coisa que eu não ouvi. Ela olhou para ele e abanou a cabeça a concordar. Ela posou o gatinho no chão e deixou que Aaron a leva - se.
Tinha um pressentimento que ele lhe ia contar dos vampiros. Estava certa, porque quando olhei para Rodrigo ela confirmou - me. Ela iria precisar de mim, depois da revelação. Ou talvez não. Afinal, tínhamos visto muitos filmes de vampiros e ela aguentou. Apesar de ás vezes se agarrar com muita força, ás minhas almofadas nas partes assustadoras.
Fomos para dentro, e eu sentei - me com Rodrigo á espera deles. Mas a espera, fazia com que eu começa - se a pensar demais na situação. Que estaria ele a dizer - lhe? Porque se demoravam tanto? Estaria a correr tudo bem? Ela teria aceitado? Sim? Não?
 - Isto está a dar comigo em doida. - Disse em voz alta.
 - O que é que te está a deixar doida? - Perguntou - me Rodrigo.
 - A curiosidade.
Então pensei em ir pôr - me a espreitar por uma janela, mas não sabia qual era janela. Que vou fazer? Não posso começar a ver todas as janelas da casa! São muitas! Já sei, o que vou fazer! É uma ideia muito pouco desconhecida, mas eficaz.
Agarrei no telemóvel, e escrevi um SMS a perguntar á Nessa a que janela é que ela estava mais próxima. Ela perguntou - me para que queria eu saber isso. Para disfarçar, disse que era para não me aproximar dessa janela e não ver alguma coisa que não devia. Ela deu - me a descrição, e eu descobri que a janela era da cozinha. Levantei - me e tentei pôr - me a caminho.
 - Vais onde? - Perguntou - me Rodrigo.
 - Vou á cozinha fazer uma coisa que não devia.
 - O que é?
 - Espiar a melhor amiga.
 - Posso ir contigo?
 - Com certeza.
Agarrei na mão dele e fomos para a cozinha. Não era difícil dar com a janela, porque era a única janela. Tinha uma cortina creme, o que nos ajudava a esconder deles. Fiquei eu a uma ponta e Rodrigo a outra ponta da cortina. O visionamento e a audição para a cena era perfeito, por isso, ficamos calados e á espera que a conversa começa - se. Aaron tinha relva no cabelo, não sei porquê, mas também me iria meter. A Nessa tinha uma rosa vermelha nas mãos, que provavelmente teria sido Aaron a oferecer - lhe. De repente a conversa começou.
 - " Um vampiro?! A sério? "
 - " Sim, mas amo - te."
 - " Eu também te amo."
 - " E porque continuas a me dizer que não consegues estar comigo? "
 - " Tu vais viver para sempre, eu não. "
 - " A mortalidade é o problema? "
 - " Sim. "
 - " Eu prometo - te transformar - te quando quiseres. "
 - " Quero que o faças aos meus 19 anos. Ok? "
 - " Ok. "
 Aaron deu - lhe um beijo. E foi bastante quente, porque a Nessa ficou corada depois do beijo, e agarrou na mão dele para se irem embora, como se quisesse fugir. Eu e Rodrigo, ficamos na cozinha.
De repente, o meu estômago fez barulho a dizer que tinha fome. Rodrigo de certeza, tinha ouvido, porque começou a tirar bolachas, pão, doses, fruta, etc. Tinha um verdadeiro banquete, e não sabia por onde começar a comer.
Rodrigo agarrou numa bolacha e fez - me mordê - la, para depois ele comer a outra metade da bolacha. Foi tão romântico que decidi apanhar um morango e fiz com que ele morde - se para eu comer a outra metade. Ele adorou e, por esse motivo, partiu um pedaço de bolo e começamos a comê - lo juntos até faltar um pedaço. Ele ficou com o pedaço, mas levou - me o pedaço quase á boca. Quase. No momento, em que estava para o comer, ele tirou - me o pedaço da frente e deu - me um beijo. Foi um beijo muito doce e agradável. Amei o beijo!
 - Mas isto é sítio para estas poucas - vergonhas?! - Disse a Nessa, no gozo e sem avisar.
 - Tens algum problema!? - Respondi - lhe na brincadeira.
 - Sim. Não existe outro sítio para estes namoricos? - Disse Aaron. - Sim, chama - se quarto!
 - Não nos apeteceu ir para lá. - Reclamou Rodrigo.
 - Preciso de ralhar com alguém? - Perguntou a Rose.
 - Talvez. - Respondeu Marcus.
 - A culpa é dele. - Disse, apontado para Rodrigo. - Ele é demasiado adorável e eu não lhe consigo resistir. E existe uma frase que diz: "A única maneira de livrar - se da tentação é ceder a ela."
 - Faz sentido. - Concordaram todos.
Depois apareceu uma onda de amor, vinha não sei de onde, que fez os casais que ali estavam começarem a dar um beijo. Os primeiros foram eu e Rodrigo, seguiu - se a Rose e Marcus e por fim, a Nessa e o Aaron. Tinha sido uma cena muito amorosa.
 - Tenho uma cena para te contar! - Disse a Nessa, para me fazer curiosidade.
 - O que é?! - Perguntei - lhe.
 - Eu e o Aaron namoramos.
 - Eu sei, ele sabe e nós sabemos. - Respondi.
 - Sabem?! - Exclamaram a Nessa e o Aaron.
 - Sim, vimos o beijo ali fora.
 - Não sabes, que a curiosidade matou o gato. - Disse - me ela.
 - Isso aconteceu, porque o gato não teve cuidado e gastou as 7 vidas.
 - Tu és uma cusca.
 - Quem? Eu? Não sei do que estás a falar, cusca! - Disse - lhe.
 - Eu não sou cusca. - Respondeu irónica.
 - Eu também não!
Depois abraçámos - nos. Mas o abraço não demorou muito, porque era horas de lanchar e estava tudo com fome.

Capitulo 29

Olá, meus amados filhos das trevas ...


Entramos em casa, e logo ouvimos gargalhadas vindas da sala. Depois de Rodrigo ir pôr a mala dele ao seu quarto, fomos para a sala. Quando chegamos, Rose, Marcus, Erik e outra rapariga olharam para nós. Reparei que Aaron não estava lá, não sei porque seria, mas era bom que aparece - se, senão tínhamos chatices.
Fomos os três sentar no sofá grande disponível, que era mesmo á frente de Erik e a rapariga bonita. Olhei para ela, era muito bonita. Tinha cabelos cor de ouro e olhos verdes azulados, trazia vestido uma camisola azul, calças pretas e botas castanhas até aos joelhos. Ela percebeu que eu estava a olhar para ela, por isso, olhou para mim e apresentou - se.
 - Olá, sou a Aurora.
 - Olá, eu sou a Cristiana.
 - Prazer em conhecer - te. Ouvi dizer que tu e o Erik acabaram, é verdade? - Perguntou - me ela.
 - Sim. - Vi Erik entristecer. - Lamento Erik, mas eu não sou a tua alma - gémea, e por isso, não podia ficar contigo.
 - Como podes ter a certeza? Eu senti a minha alma - gémea aqui! Como podes não ser ela!?
 - Porque a tua alma - gémea é uma pessoa que eu conheço e ela própria me disse que era a tua alma - gémea.
 - Quem é ela? - Perguntou - me ele.
 - Não te posso dizer. Pelo menos por agora.
 - Quando?
 - Em breve.
 - Porquê!? - Exclamou ele, com uma voz chorosa.
Erik levantou as mãos e tapou a cara, principalmente os olhos. Conhecendo como eu o conheço, ele iria chorar, que é raro ele chorar. Levantei - me do sofá, sem pensar duas vezes, e ajoelhei - me á frente de Erik. Estava a chorar, quando cheguei junto a ele. Levei as minhas mãos ás dele, e tirei - as da cara dele para poder olhar para ele. Tinha lágrimas nos olhos, lágrimas enormes mergulhadas na tristeza. Tirei uma mão minha e limpei - lhe as lágrimas suavemente, e ele quase pareceu ficar alegre.
 - Não fiques triste. Eu gosto de ti, mas não como namorado. Como amigo. Se quiseres, podemos ser........
 - Não!
Ele respondeu - me tão bruscamente, que eu cai para trás, esbatendo no chão. Apanhei um susto enorme. Quando voltei a olhar para ele, tinhas olheiras vermelhas á volta dos olhos e o dourado do seu olhar era cor de ferrugem. Olhava - me fixamente nos olhos, e eu pude ver muita raiva, desespero e, principalmente, uma escuridão de morte. Arrepiei - me, mas tentei levantar - me e dizer - lhe que lamentava e que ainda queria ser sua amiga. Mas ele levantou - se, olhou - me cheio de ódio e desapareceu. Desconfio que ele desapareceu no ar, ele mostrar - mo uma vez na sala de aula. Dividia - se em milhares de pedaços e desaparecia no ar. Fiquei confusa, porque não entendi aquela reacção. Eu contei - lhe, expliquei - lhe e tentei ajudá - lo, mas ele não quis saber. Parvo!
 - Que disse eu de mal!?
 - Nada, querida. - Disse a Rose, a tentar ajudar - me.
 - Obrigada por me dizer. A minha vida é uma treta1
 - Concordo.
 - Então! Isso diz - se?
 - Claro. - Concordou Rodrigo.
 - Mas está tudo contra mim. - Exclamei contrariada. - Agora vou ter com a Aurora, se ela não se importar. Importas - te?
 - Não.
 - Obrigada.
Sentei - me ao lado dela, e nesse momento, percebi uma coisa. A Aurora não parava de olhar para Rodrigo, e vice - versa. Que raio era aquilo? Estaria ela a atirar - se ao meu namorado? Que merda era aquela? Ele tem dona, e ela não está a achar piada á situação. Ou ela para de olhar para ele, e vice - versa. Ou eu ia - lhe ás gadelhas!
Ele deve ter lido os meus pensamentos, ou viu o olhar assassino que dirigia a ela, porque ele desviou o olhar dela para mim. Ele não olhava para mim, mas para as minhas pernas. Não me teria importado se não estivéssemos á frente de tanta gente, com as pernas um pouco abertas e a saia quase nas ancas. Tinha colans, mas não queria ali excitações a mais. Fechei as pernas, puxei a saia para baixo e encerrei a diversão dele. Ele ficou aborrecido, mas não me importava nada disso. Que esperava ele? Que tira - se a saia e a camisa para ele? Ele que vá sonhando, mas bem a dormir.
Nesse instante, apareceu Aaron. Vinha todo vestido com roupa nova e, se não me enganava, ele trazia perfume. Dava parecenças a um príncipe encantado. Se não tivesse o meu príncipe encantado, atirava - me ao Aaron.
 - Se não tivesse o meu príncipe encantado, atirava - me a ti. - Disse ao Aaron.
 - Então! Tens namorado, lembras - te? - Exclamou Rodrigo, na defensiva.
 - Sim, por isso é que disse que já tinha príncipe encantado.
 - Quem é? - Perguntou - me ele.
 - Tu.
 - É este o giraço? - Perguntou - me a Nessa.
 - Sim.
 - É esta a tua bestfriend? - Perguntou - me o Aaron.
 - Sim.
 - Eu gosto. - Disseram os dois ao mesmo tempo.
Aaron foi sentar - se ao lado da Nessa, e Rodrigo ficou a uma ponta do sofá a fazer e a segurar a vela. Aaron muito atiradiço e romântico, agarrou a mão da Nessa e beijou - a. Ela corou e sorriu, mas virou - se para mim, para Aaron não ver a sua reacção. Aaron tinha os olhos muito brilhantes e Nessa tinha o olhar perdido no dele. Iam dar um belo par de namorados! Era como juntar o Doce á Sobremesa, ou a Loucura com a Diversão.
Rodrigo estava a ficar aborrecido, por isso, saiu e veio ter comigo. Tentei conter o riso, mas foi impossível. Ri - me com tanta alegria, que Rodrigo pareceu começar a rir - se também. A Nessa e o Aaron eram almas - gémeas. Bastava olhar para a cara de um e a cara do outro, dava quase para ver os anjinhos e os corações a voar por cima deles.
 - São almas - gémeas.
 - Como sabes? - Perguntou - me Rodrigo.
 - Não acreditas?
 - Talvez, se tiver provas.
 - Queres provas?! Eu mostro - te as provas!
 - Força, chérie.
 - Aaron que sentes agora?
 - Sinto - me nos sete céus, com assas e a voar pelas nuvens.
 - Resposta estranha, mas aceitável. Nessa, que sentes tu?
 - Sinto - me completa e em paz de alma e corpo.
 - Esquisita resposta, mas verdadeira. - Virei - me para Rodrigo. - Sinto o mesmo quando estou contigo.
 - Tens razão, eu também sinto. Porque será?
 - Porque somos almas - gémeas.
 - Concordo.
Ele inclinou - se para a frente e deu - me um grande beijo. Foi um beijo muito apaixonado, quase dava para ver as faíscas de paixão. Quando acabou, os nossos narizes tocaram - se e as nossas testas juntaram - se. Éramos um casal de namorados, e almas - gémeas, muito romântico.
 - Adoro - te. - Disse - me ele.
 - Amo - te.