segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Capitulo 27

Olá, meus amados filhos das trevas ...


Capitulo 29 - Dormir Em Casa


Saímos da cozinha e virámos para a sala de jantar. Antes de eu entrar, a Rose disse que eu devia fazer uma entrada surpresa. Esperei que ela entrasse e dissesse: "Tenho uma surpresa."
Abri a porta e entrei. Ficaram todos muito surpreendidos, Erik parou de beber o sumo ( ou pelo menos parecia sumo), Rodrigo engasgou-se e Aaron ficou de boca aberta. O pai de Rodrigo e Erik foi o único que se levantou e me cumprimentou. Estalei os dedos e eles pareceram voltar ao normal, um normal muito abananado. Sentei ao lado do Erik, mas de frente para Rodrigo.
 - Que fazes aqui? - Perguntou-me o Erik, assim que me sentei.
 - Olha, fui a casa, mas a porta estava trancada. Não tinha chave, por isso, vim para aqui para ligar ao meu pai para me vir buscar. Ok?
 - Ok. E vais ficar para jantar?
 - Talvez. - Respondi-lhe com um misterioso.
 - Que rapariga misteriosa! - Comentou o Aaron. - A tua amiga também é assim?
 - Não, é pior. Nós somos a Atinadinha e a Rebelde. Eu sou a Atinadinha ela é a Rebelde.
 - E dão se bem?
 - Sim. Do tipo: Ela chama-me estúpida, eu chamo-lhe parva. Eu bato-lhe e ela bate-me. Eu digo um palavrão, ela faz o mesmo. A nossa relação funciona assim desde os 7 anos, e nunca mudou, e nunca vai mudar.
 - Então são best-friends? - Perguntou Rodrigo amorosamente.
 - Sim. As nossas zangas nunca duram mais que 20 minutos.
 - A sério? - Perguntou-me Aaron surpreendido.
 - Sim. Uma vez estávamos no 4º ano, e eu entalei na porta da casa de banho das raparigas a prima dela. Por coincidência, temos o mesmo nome, e não gostamos uma da outra. Mas fiquei feliz, pelo que lhe fiz. Que foi ?! - Exclamei, porque Erik, Rodrigo e Aaron olhavam para mim com cara de espanto e como se olhos lhes fossem sair das orbitas. - É verdade. A Nessa ficou chateada comigo, durante uns...10 ou 15 minutos. Enquanto ela estava chateada comigo, fui brincar para um ferro que havia na escola, onde andávamos á roda e ficávamos de cabeça para baixo. Ela, mais calma, pediu-me desculpa e eu também pedi a ela, depois disso ficamos novamente best-friends.
 - Nessa? - Perguntou o Aaron.
 - O quê?
 - O nome dela é Nessa?
 - Ah! - Exclamei ao perceber. - Não. O nome dela é Vanessa, mas eu trato-a por Nessa. É mais adorável.
 - Concordo. Quando é me apresentas a ela? - Interrogou-me Aaron, com um sorriso malandro.
 - Calma Garanhão! - Disse-lhe. - Irás conhecê-la amanhã! Ok?!
 - Queres que te sirva o jantar? - Perguntou-me Rose, a rir.
 - Por favor.
 - Então ficas para jantar! - Declarou Erik.
 - E, talvez, para passar aqui a noite. Porque a tua mãe foi maravilhosa a dar a volta ao meu pai, o que é raro.
 - A quem o dizes.
 - Estás a lembrar-te do que ele te disse.
 - Sim. O teu pai é muito protector. E pelo que me mostrou é muito protector, em relação á sua menina. - Disse Erik, olhando directamente para mim.
 - Todos os pais adoram proteger as suas meninas dos rapazes, independentemente que ele seja bom ou mau rapaz.
  - Verdade. Eu próprio se tivesse uma menina seria assim com ela.  - Disse Marcus. - Mas, a minha amada, só me deu rapazes. Devo contentar-me com o que tenho...
 - Se quiser, pode adoptar-me como filha emprestada.
 - Considera-te parte da familia. - Disse Rose.
 - Obrigada.
Deixei a conversa e comecei a comer. Era carde de porco á Alentejana, e estava delicioso, a sobremesa era mouse de chocolate.
 - Que achas-te do jantar? - Perguntou-me Rodrigo.
 - Estava muito bom.
 - Comes-te pouco, não tens mais fome? - Exclamou Rose.
 - Não, Rose, estou cheia.
Seguimos para a sala, enquanto esperávamos que a Rose viesse da cozinha, e fomos jogar ás cartas. Ou melhor dizendo, eles jogavam e eu observava.
Reparei que a lua estava muito brilhante, o vento acalmara e o frio da noite dera lugar a um calor invulgar de finais de Setembro. A lua estava tão brilhante que iluminava todo o jardim como uma lâmpada gigante. Apetecia-me ir passear pelo jardim, por isso, perguntei se podia dar um passeio pelo jardim. Eles responderam que sim, e eu fui lá para fora. Abri a janela e fui para o jardim passear.
Aqui estou eu, no meio do jardim, a passear á noite. Descalcei os ténis, e fui passeando á volta da casa, mas sempre por perto. Estava tudo muito calmo, calmo demais para o meu gosto. Algo iria acontecer, daqui a pouco, acontece sempre alguma coisa.
Sentei-me na relva, que estava macia e bem cortada, virada de frente para o lago. O lago estava muito bonito com o reflexo da lua na água. Dava um ar mágico ao lago e a tudo no jardim. As rosas estavam fechadas, os grilos cantavam e pirilampos voavam ali perto. Os pirilampos, a certa altura, juntaram-se e fizeram uma roda de luzes á minha volta. Magnifico.
De repente, atrás de mim, ouvi um rosnado leve. Estava tão perto que, quando me virei para trás, me assustei com a Brancura. Encontrava-mos tão perto, que os nossos narizes se tocaram suavemente. Ri-me e ela fez o mesmo.
Precisamos falar.
 - Então vamos falar.
Não pode ser aqui. Vamos para debaixo da amendoeira.
 - Ok.
Levantei-me e segui-a até á amendoeira. Quando lá chegamos voltei a sentar-me e Brancura veio colocar a sua cabecinha de lobo nas minhas pernas. Apercebi-me que estávamos meio escondidas, logo o assunto era sério.
 - Que se passa?
O Erik sabe que falas-te com Rodrigo nos sonhos e que tu descobris-te que ele não era a tua alma-gémea.
 - Então era, por isso que ele estava chateado esta manhã!?
Sim. Ele vai tentar dizer coisas horríveis sobre o irmão para tu o deixares, mas não podes deixar que te afecte. Eu sou a sua alma-gémea, por isso, acaba tudo com ele o mais depressa possível. Ok?
 - Ok. Mas como é que podes ser a sua alma-gémea se és um lobo?
Eu sou um metamorfo, mudo de forma quando me apetecer. Podia ser humana, mas assim estou mais perto dele, sem desconfiarem. Não contes a ninguém, nem a ele. Pelo menos ainda não contes, mais brevemente.
 - Não contarei. Se podes ser humana, como te chamas?
Juliette Sophie Maslin Bates.
 - Nome bonito.
Obrigada. Quando chegar a altura para contar, dizer-te-ei. Está bem?
 - Sim.
Se calhar, vou me embora. Agora de preferência!
 - Porquê?
Por que a tua alma-gémea vem ali, e eu não quero ficar a fazer de vela. Adeus e muito amor e beijos.
 - Igualmente.
Passados uns segundos, Rodrigo viu-me e veio ter comigo. Enquanto ele chegava, o vento levantou-se e fez-me arrepiar. Ele sentou-se e pôs a cabeça onde a Brancura tinha posto a cabeça á pouco tempo. Depois o vento parou.
 - Que fazes aqui - Perguntou-me ele.
 - Estava a falar com a Brancura, meu amor. - Disse-lhe, enquanto fazia festas no cabelo dele.
 - Vais mesmo ficar aqui a dormir?
 - Sim. No quarto ao lado teu. - Disse. - Diz-me uma coisa.
 - O quê?
 - Tu podes controlar os ventos?
 - Sim.
 - Uau! Fazes-me lembrar o Drácula, tirando o facto de seres mais giro, menos maléfico e seres inofensivo.
 - Obrigada, por me comparares a um dos mais malvados e poderosos vampiros de toda a história. - Disse-me ele ironicamente.
 - Não fiques assim zangado, não disse aquilo por mal.
 - Está bem.
 - O Erik sabe que tu e eu falamos nos sonhos.
 - A sério?
 - Sim.
 - Mas como?
 - Não sei, meu amor.
 - Adoro quando me chamas "meu amor". Faz-me sentir dono do teu coração e um sortudo.
 - Tu tens o meu coração. Que horas são?
 - São 22 horas. - Disse-me ele, enquanto olhava para a lua.
 - Como é que sabes? E deveríamos ir dormir.
 - A lua disse-me e tens razão. Devíamos ir dormir.
 -  A lua disse-te?!

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