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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Capitulo 40

Olá, meus amados filhos das trevas ...


Quando voltei a acordar, já Rodrigo se tinha ido embora e a avó estava a abanar-me para  eu acordar. A avó abanou-me com tanta força que caí da cama abaixo, e doeu-me muito, mas tive de levantar na mesma. Preparei-me para a escola, meio acordada e meio a dormir. Parecia um zombei! Que horror!
Fui para a escola, meio a dormir. Quase caí no chão, quando fui contra uma pedra, mas Rodrigo agarrou-me na altura certa. Ele deu-me um beijo e, por isso, acordei bem disposta. Seguimos o caminho normal para as aulas, no entanto, quando chegamos a turma deu os parabéns aos aniversariantes.
A festa de aniversário seria no sábado, ás 20 horas, em casa deles. Eles ofereciam uma visita guiada pela casa, mas só para quem estava convidado a ir á festa. Todos queriam ir, mas apenas alguns foram convidados.
O dia passou depressa, como sempre passava quando estava com Rodrigo. Era como se ele fizesse com que o tempo passa-se mais depressa. Seria isso possível? Tenho de lhe perguntar um dia.
A noite chegou e com ela veio Rodrigo. Ficou abraçado a mim, até eu ter sono e ir dormir. A certa altura ela perguntou-me, melindrosamente:
 - Não tens um presente para mim?
 - Não. Achas que mereces?
 - Claro que mereço.
 - Hum...Ok, mas se abrires agora, não tens para abrir no sábado. Como preferes?
 - És má. Podia dar-me uma agora e outra no sábado.
 - Deves pensar que sou a Santa Casa da Misericórdia.
 - Mas, podes ser a Santa Casa dos Presentes.
 - Isso é no pólo Norte, que é onde fica a fábrica do Pai Natal. Logo, se queres presentes pede a ele.
 - Má. Não gostas de mim, por isso, não me dás duas prendas.
 - Ah, eu não gosto de ti?! Vai ver se está a chover e depois vem cá dizer-me.
 - Não sejas assim!
 - Estás a dizer mentiras. Que queres que faça?
 - Que não leves o que digo por mal.
Abraçou com mais força e beijou-me no topo da cabeça. Agarrou-me a cara e fez-me olha-lo. Os seus olhos lembravam esmeraldas. Deu-me outro beijo nos lábios e disse-me:
 - Não disse aquilo por mal. Nunca te diria algo assim. Foi só na brincadeira.
 - Compreendo.
 - Prefiro abrir a minha prenda no sábado. Faz-te mais feliz?
 - Sim. Podemos ir dormir? É que foi um dia cansativo e tu és um ano mais velho.
 - Nem me lembres disso. Quem me dera poder voltar atrás no tempo.
 - Concordo.
Fomos dormir, e logo acabou a conversa. Ele trouxe o pijama dele, como sempre trazia, para poder dormir comigo. Adormecer-mos abraçados, e é quando normalmente sonho com coisas estranhas e que se concretizam.

Desta vez, estávamos em Paris. Estava eu, a Nessa, o Aaron,  Erik, Rodrigo, os pais deles e mais umas pessoas que não conhecia. Estávamos todos a preparar umas malas e a dizer que Tinhamos de nos despachar. O sonho andou para a frente.
Depois estávamos na Rússia, mais precisamente num palácio. Era grande e bonito, mas não consegui ver muito dele, porque fomos levados para uma sala enorme. Havia um homem á nossa espera. Não vi a sua cara, pois tinha um grande manto vermelho escuro a tapar-lha. Sabia apenas que era alto e forte.
Eu e Nessa fomos apresentadas ao tal homem, e ele disse qualquer coisa numa língua que não entendi. Percebi que era uma língua antiga e que quase ninguém tinha conhecimento dela. O homem falava com Marcus nessa língua, mas a certa altura, começou a falar uma português para eu e a Nessa perceber-mos.
 - Devem ficar duas semanas aqui. - Disse o homem.
 - Como lhe apuser, mestre.
Depois saímos da sala e fomos dar uma volta. Eu e Rodrigo encontramos um jardim de rosas na parte de trás do palácio, e fomos para lá. Vimos o pôr do sol abraçados, mas adormecemos no meio das rosas.
Quando acordei no sonho, descobri que não estava no jardim de rosas, mas num quarto ou sala que tinha uma grande cortina numa das paredes. Aparece o homem da sala e fez um sinal para mandarem subir a cortina
Olhei para ela, e vi o meu namorado do outro lado. Estava preso com umas correntes á parede, e as correntes eram muito grandes e pesadas. Perdiam-no pelos pulsos e deixando marcas. A única coisa que nos separava era um vidro e as idiotas das correntes. Ele debatia-se, mas logo que me viu, ele parou.
 - Rodrigo!
 - Cris! Espera por mim!
 - Esperarei sempre por ti! - Voltei-me para o homem e disse-lhe: - Solte-o ou mato-o!
 - Não tentes ameaçar-me!
 - Senão o que me faz?! Prende-me? Força! Não tenho medo! - Respondi-lhe. - Mas se lhe acontecer alguma coisa acabo consigo. - Disse, enquanto apontava para Rodrigo.
 - Não teria coragem, humana.
 - Posso ser humana e não ter muita coragem, mas se fizerem alguma coisa ás pessoas que amo, não se metam comigo.
 - Afinal, és corajosa. Mas serás suficientemente corajosa?
 - Por quem amo, serei sempre corajosa.
 - Só te quero fazer duas perguntas, por isso, tenta acalmar-te.
 - Se responder ás duas perguntas, você solta-o. Entendido?
 - Com certeza. Prometo solta-o.
 - As perguntas.
 - Ama-lo muito?
 - Sim.
 - E estarias capaz de morrer por ele?
 - Sim.
 - Nesse caso ... Desculpa.
Nesse momento o sonho acabou. Felizmente, acabou.

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