Assustei-me bastante com este sonho, ou pesadelo. O
coração batia descontroladamente e tremia por todo o lado. Por regra, quando
sonho com alguma coisa estranha, essa coisa acontece. Mas este sonho, eu não
podia deixar acontecer.
Levantei e despachei-me para a escola, pois queria
contar isto a Rodrigo. Era sexta-feira, logo amanha era a festa de anos deles.
Ele tinha-me dito que me ofereceria uma prenda inesquecível e que não poderia
devolver. Estava cheia de curiosidade!
Como sempre, Rodrigo esperava por mim e Erik fazia-lhe
companhia. Aparentavam conversar sobre a festa. Erik mostrava as suas ideias e
Rodrigo dava a sua opinião. Era bom eles conversarem, depois de tudo que se
passara. Aproximei-me devagar, e apanhei o final da conversa:
- Precisamos de
um doce fresco. Mas qual? - Disse Erik.
- O Doce
Mortal.
- Ok. Tudo
decidido. Tchau.
- Tchau.
Depois de Erik se ir embora, apareci e fui ter com
Rodrigo. Ele ficou desconfiado, mas não perguntou como tinha aparecido tão
depressa. Entramos na escola, e tivemos a turma sempre irrequieta até á última
aula.
A prof. já não consegui-a aturar-nos, por isso,
mandou-nos para casa. Logo, fui almoçar mais cedo a casa, e Rodrigo fez-me
companhia. Comemos todos juntos, e á tarde eu e Rodrigo fomos dar um passeio e
fazer um piquenique na barragem.
Levamos um cesto e uma toalha para meter no chão.
Aproveitamos as tarde para estarmos os dois sozinhos. Comemos e arrumamos o
resto do lanche. Tinhamos comido sandes com marmelada e sumo de laranja.
Depois de tudo arrumado, deitamo-nos na toalha a ver
as nuvens. Divertimo-nos muito a tentar encontrar formas nas nuvens, mas foi
difícil, pois as nuvens estavam sempre a mudar de forma, havia nuvens em forma
de coisas e animais, e de outras formas estranhas.
Ficamos na barragem, a ver o pôr do sol. O sol a
pôr-se é magnifico, havia cores muito vivas, como amarelo, laranja, rosa e
roxo. A lua pareceu do lado oposto, com uma cor dourada e brilhante. Tinha sido
mágico.
- Qualquer dia,
a lua e o sol encontram-se. - Disse eu, enquanto olhava para os dois.
- Isso é
impossível.
- Não é
impossível. É muito provável.
- Como?
- Tu és a lua,
porque és uma criatura da noite. Eu sou o sol, pois vivo durante o dia. No
entanto, apesar de tu seres a lua e eu o sol, nós estamos juntos como
almas-gémeas. Por isso, porque não poderá resultar com os astros?!
- Boa teoria.
Eu sempre ouvi dizer que, os opostos atraem-se.
- O sol e a lua
são opostos, logo atraem-se.
- Os opostos
atraem-se e tornam-se amores inquebrável.
- Verdade. O
nosso amor é assim.
Ele aproximou-se e deu-me um beijo doce e meigo. Doce,
porque ainda sabia a marmelada. Puxei-o e deu-lhe um beijo, que pareceu
aquecer-me a alma. Beijá-mo-nos outra, outra e outra vez. Foi até eu perder a
conta e dizer que devíamos ir para casa.
- Tens razão.
Vamos para casa, antes que ... - Disse ele afogando.
- Antes que… -
Repeti cansada.
- Nada. -
Exclamou ele, a mudar de assunto.
Não voltamos a tocar no assunto. Fomos para casa da
minha avó, onde ele me deixou e se foi embora. A familia achou-me muito feliz e
perguntou-me o que acontecera. Ao que respondi:
- Ele é maravilhoso. Vimos o pôr do sol.
Estive nos sete céus até á noite, que foi quando ele
voltou. Também ele estava feliz, tão feliz que quando chegou disse-me que
queria dançar. Achei estúpido, mas fiz-lhe a vontade. Dançamos um bocado e
depois fomos dormir. Estávamos tão cansados, que nem sequer falamos antes de ir
dormir ou eu tive tempo de ler o meu livro.
Com o cansaço todo, acho que afastou os sonhos e
pesadelos esta noite. Dormi como uma pedra, não ouvi nada. Só acordei de manhã,
ás 10 horas, e me lembrei que era o dia da festa de anos do Erik e do Rodrigo.
Levantei-me da cama e fui tomar banho, para ficar
bonita para o meu aniversariante. Vesti uma camisola e umas calças simples,
para poder andar por casa e não sujar a roupa que levaria á festa de anos.
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