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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Capitulo 32

Olá, meus amados filhos das trevas ...


Ele veio-o ter comigo como prometera e passara a noite. Dormi sem perturbações nos braços dele. Ao olhar para ele, pareceu-me pensativo e preocupado. Perguntei-lhe o que se passava, mas ele não me respondeu, preferiu ficar com o assunto dó para ele. No entanto, ás vezes, ria-se e sorria para não se mostrar desinteressado.
De manhã, quando acordei, tinha no lugar onde ele estivera uma caixa. A caixa era de veludo azul escuro, achei suspeito, mas abri-a porque tinha o meu nome. Mandei um grito de alegria, quando vi um colar simples de prata com um pequeno diamante no centro. O pequeno diamante era rosa trabalhada, do tamanho de uma bola de golfe. Era lindíssimo.
Levantei-me e vesti-me, mas antes de ir para a escola, guardei a caixa numa gaveta e fechei-a á chave. Levei a chave comigo, para não haver o caso de alguém ver o colar.
Ao sair do portão de casa, encontrei Rodrigo á minha espera. Fomos até á escola de mãos dadas, e quando lá chegamos demos um beijo. Não foi para mostrar superioridade, mas porque faltava o beijo da manhã para que o dia corresse bem. O beijo demorou tanto que a Nessa teve tempo de aparecer e nos separar e nos ver nos meles.
Fomos para as aulas, mas combinamos encontramo-nos no campo, nos intervalos. A aula de história passou mais depressa que o normal, pelo a mim pareceu-me acabar mais depressa que o normal. Rodrigo esperou por mim, quando tocou. No entanto, Erik pôs-se a milhas.
A Nessa, só por acaso, estava já no campo á nossa espera e abraçada a um rapaz. O rapaz estava de costas para nós, mas parecia-me familiar. Tentei lembrar-me, mas não me aparecia ninguém na mente.
Para minha surpresa, quando chegamos, o rapaz virou e eu via que era o Aaron. Que estava ele aqui a fazer? A resposta era simples, era para ver a Nessa. A questão era: Como é que o deixaram entrar?
 - Que fazes aqui? - Perguntei a Aaron, enquanto me sentava, com Rodrigo.
 - Sou o novo aluno.
 - Como?!
 - Se ela está aqui, eu estou aqui. Mexi uns cordelinhos, e entrei na escola como aluno.
 - Que lindo e pindérico.
 - Olha quem fala! - Respondeu-me a Nessa. - Não era eu que estava na porta da escola, nos meles com o meu namorado.
 - Nós não estávamos nos meles. - Disse-lhe.
 - Ah, pois não. - Concordou Aaron com a Nessa. - Quem não te conhece que te compre.
 - Ela está comprada. - Reclamou Rodrigo com Aaron.
 - Hum!!!!!! - Disseram a Nessa e Aaron em coro.
 - Parem. - Ordenei-lhes.
 - Que pouca vergonha. Andar por aí nos meles.
 - Cala-te.
 - Assanhada!
 - Igualmente.
De repente, tocou para o regresso ás aulas. Aaron despediu-se da Nessa com um beijo muito apaixonado e vei-o connosco para as aulas, porque a sala dele ficava ao lado da nossa. Ele parecia muito feliz e isso via-se no olhar e na cara.
Quando chegamos, despedimo-nos do Aaron, e entrarmos para nos sentar-mos. Erik apareceu pouco depois de nós, e foi para a mesa do fundo, onde ficava muito longe de nós. Era assim desde que eu e ele acabamos, apesar de já não haver ódio, existia uma mágoa muito profunda que se via nos seus olhos dourados.
Tinha pena que não tivesse resultado, mas não podia continuar a mentir-lhe. Não conseguiria andar com ele e estar aos beijos com Rodrigo. O destino ditara que eu e Rodrigo éramos almas-gémeas e nada havia a fazer contra isso. Tentei que voltasse-mos a ser amigos, mas ele não quisera. Tinha, e tenho ainda, esperança que ele volte a ser o que era. O responsável, alegre e protector Erik. O Erik que em tempos fora meu amigo e namorado.
Custa-me imenso vê-lo daquela maneira, mas que podia eu fazer!? Desejava tanto ter uma poção mágica para poder apagar tudo o que se passara ou pelo menos apagar toda a dor que ele sentia.
Enquanto eu ia pensando, a aula de Geografia passou a voar, como o vento. Olhei para Rodrigo, que me estava a ajudar a arrumar as coisas da aula. Tinha a sexto sentido que me dizia que Rodrigo percebera que alguma coisa me perturbava, no entanto, não me perguntou o que se passava comigo. Aaron esperava impaciente por nós. E discretamente, olhei para o lugar onde Erik normalmente está, e ele não lá estava. Devia ter saído logo que tocou.
Saímos da sala, e fomos para o campo, ter com a Nessa. Ela logo que viu o Aaron, correu para os seus braços e deu-lhe um grande beijo.
 - E nós é que andamos na pouca vergonha. - Comentei eu.
 - Concordo. - Disse Rodrigo.
Acabaram o beijo e olharam para nós com cara de poucos amigos. Nós retribuí-mos o olhar, para depois nos rir-mos e irmos comer. Estava com tanta fome que consegui comer o meu pedaço de pão com fiambre e ainda, provar o croissant de chocolate. Estava tão bom que ficou um bocadinho nos lábios e Rodrigo me deu um beijo para limpar o chocolate.
Os restantes dias foram assim, divertidos e românticos. Dias de amor e semanas de beijos. Nós éramos os melhores amigos uns dos outros e os irmãos e irmãs de todos. Tudo foi desta maneira, até á véspera dos aniversários do Erik e de Rodrigo.

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