— Deves ser o Rodrigo? – Perguntei sem ter a certeza.
— Sim, sou. Porque queres saber? – Respondeu-me ele, num tom querido e tímido, mas ao mesmo tempo firme.
— Bem, é que eu vi com o teu irmão, mas pelo caminho perdi-me. Depois dei com a biblioteca, e pensei em entrar, encontrar um bom livro e ler, até que me encontrassem.
— Fizeste bem, a casa é muito grande, por isso, é muito fácil perderes-te. Disses-te que vieste com o meu irmão, portanto tu deves ser a Cristiana, certo?
— Certo. Como sabias o meu, nome?
— E tu como sabias o meu?
— Erik! – Dissemos nós ao mesmo tempo.
Rimo-nos um pouco. Descobri que o riso de Rodrigo era exactamente igual á de Erik, feliz, amoroso e reconfortante.
— Foi divertido. – Comentou ele.
— Sim, pois foi. Que andas á procura?
— Do meu romance preferido, “Drácula” Bram Stoker.
— Gosta do Drácula?!
— Sim, porquê tu não gostas?
— Estás a gozar, é altamente. Já a ultima versão do filme do Drácula?
— Bram Stoker's Dracula, 1992? Sim, estava muito bom.
— Concordo plenamente. A propósito o livro está aqui. – Apontando com o dedo, para o livro que estava na prateleira á minha frente.
— Obrigado, madame.
— Não têm de quê, cavalheiro.
E voltamos a rir. Ele tirou o livro da prateleira, e depois convidou-me para me juntar na mesa do fundo. Sentei de frente para ele, em cima da mesa ele tinha imensos papéis sobre vampiros, papéis como: NO MUNDO DOS VAMPIROS, O Mito do vampiro, Drácula. Também havia muitos livros sobre esse tema, tais como: o manual prático do vampirismo de Paulo coelho, Livro de Nod, Voiode, entre outros. Mas o ele tinha mais sobre a mesa era romances vampíricos, eram catorze romances diferentes, sem contar com o Drácula: Alma e Sangue - O despertar do Vampiro, Paixão Eterna, Marcada, Crepúsculo, Cárpatos 4- Magia Negra, O Beijo Eterno, Por Toda a Eternidade, Sangue e Sexo, Não Há Tranquilidade para o Malvado, Laços de Sangue, Diários do Vampiro, Entrevista com o Vampiro, Academia de Vampiros e Sangue Fresco.
— Uau! Para que é tudo isto?
— É que eu estou a fazer um trabalho, para mim, sobre o vampirismo. E pretendo ler tudo isto novamente.
— Fixe. Posso dizer uma coisa?
— Sim, claro. O que é?
— Todos os livros e documentos que tu aqui tens já eu os li.
— Todos? A sério?
— Sim, é que eu amo ler. E quando é romances ainda gosta mais, se tiver vampiros juntamente ainda melhor.
— Também gosto muito de ler, e se tiver amor e vampiros pelo meio ainda gosto mais. Que giro temos muito em comum, já vistes?
— Sim. Olha passas-te a ser um dos meus três melhores amigos, isto se tudo quiseres ser meu amigo?
— É claro que quero ser teu amigo, e já agora, tu passas-te a ser a minha única e melhor amiga. Só uma coisa, trata-me por Rodrick
— Obrigada pelo privilégio.
— Importas-te que eu trabalhe a quanto tu ficas a olhar para mim e a ajudar-me?
— Mas é claro, que não me importo.
Rodrigo começou a trabalhar no seu trabalho, enquanto eu olhava para ele, como ele me havia pedido. Ele tinha uma postura calma e descontraída, o contrário do Erik, estava muito concentrado. Escrevia devagar e com uma letra impecável. A certa altura deixei de olhar para a sua letra, comecei a olhar para a sua face. Era branca e suave, tinha uns lábios cheios e prefeitos, como se tivessem sido esculpidos por um artista. Acabei por me perder nos lábios e a imaginar como seria beijar aqueles lábios carnudos. Sem eu dar por isso, Rodrick deixou de escrever para me olhar. Olhou-me nos olhos, e eu vi-me num campo verde cheio de flores ao pôr-do-sol. Aproximou-se de mim, para depois me beijar. Os seus lábios eram tão suaves e ardentes. O beijo foi doce, carinhoso e romântico, como o beijo de dois apaixonados.
Levantámo-nos ao mesmo tempo, para a seguir nos juntámos num forte abraço e nos beijarmos novamente. Mas desta vez o beijo, foi mais ardente como o fogo, mais possessivo e muito mais louco. Senti-o puxar-me mais para si, como forma de dizer que tão cedo eu não sairia dali. Depois ele parou de me beijar, para me poder olhar nos olhos.
— Não te deixarei sair daqui tão facilmente. – Disse-me ele ofegante.
— Mas quem te disse que eu quero sair daqui. – Respondi-lhe eu.
— Ainda bem que não queres.
Depois de dizer isto, voltou a beijar-me. Enquanto nos beijávamos, apercebi-me que ao mesmo tempo íamos caindo de joelhos no chão envernizado da biblioteca. No fim de estás de joelhos no chão, começamos a deitarmo-nos. Ele ficou por cima de mim, com as suas mãos nas minhas costas a abraçar-me, enquanto que eu abracei-o pelos ombros. Ele beijava maravilhosamente bem, e eu não queria que ele me deixasse de beijar assim. Puxei-o, pela camisa creme, mais para mim. Ficámos assim um bom bocado, até pararmos de nos beijar.
Começamos a nos levantar. Ele conduziu-me até uma poltrona vermelha sangue, onde ele se sentou e eu sentei-me no seu colo. Encostei-me para trás e coloquei a cabeça sobre o seu peito forte, ele colocou os seus braços á minha volta.
— És incrível, sabias? – Comentou ele.
— Não, mas passo a saber.
— Quero que saibas que aquele não é o meu comportamento normal.
— Eu sei, aquele também não era o meu.
— Mas não parecia.
— Igualmente.
— Afinal já não te quero como melhor amiga.
— Não? Como assim, estás a acabar a nossa amizade? Fala, estás a dar cabo de mim!
— Eu não estou a acabar a nossa amizade.
— Então que estás a fazer? Explica.
— Eu não te quero como amiga, mas sim como namorada, aceitas?
— Eu …eu … eu … Não sei. Acabamos de nos conhecer, e eu não sei nada a teu respeito.
— Se preferires o nosso namoro pode ser secreto e se queres saber tudo sobre mim, eu digo. Digo-te tudo. O que é que achas?
— Assim é capaz de haver salvação.
Estendi-me e dei-lhe um pequeno e rápido beijo nos lábios. Mas ele fez com que o beijo passasse a ser um beijo grande e demorado.
— Aproveitador. – Acusei-o eu.
— Quem? Eu? Não, não deve haver aí um pequeno erro. – Defendeu-se logo ele.
— Estás a ser irónico, certo?
— Não, errado.
— Então se não és aproveitador, o que és afinal?
— Eu sou um rapaz loucamente louco por beijar os lábios da sua nova namorada, que acabou de conhecer.
— Hum. E talvez a nova namorada queira ser beijada.
— E talvez ela seja mesmo beijada, e muito mais.
— Atrevido! Me beija, agora. Se apodere da minha boca.
— Nem precisas de dizer duas vezes.
E apoderou-se dos meus lábios. Dei a volta no seu colo e sentei-me de frente para ele, ele aproveitou e desceu as mãos até às minhas ancas, eu pôs os meus braços á volta do seu pescoço. Uma das suas mãos moveu-se por dentro da minha camisola, e subiu até ao meu soutien. Os meus dedos enrolaram-se no seu cabelo loiro, puxando-o mais para mim, fazendo com que o meu peito choca-se com o peito dele. Por entre os beijos eu ouvi-o gemer, como se aquilo lhe um prazer incalculável.
— Mais, querida. Eu quero mais. – Murmurou ele, pelo meio.
Senti que ia explodir de fogo, vi que ele senti-a o mesmo. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, ele tirou a sua camisa creme, e foi aí que eu vi a coisa mais bonita que até á aquele dia tinha visto. Todo o seu peito era músculos, fortes, quentes, sensuais, e doces parecia que tinha sido esculpido, eu não conseguia explicar, mas posso tentar.
Era tão musculado como um super herói, tão quente como o fogo, tão sensual como uma rosa e tão doce como o chocolate.
— CRISTIANA! – Olhei para trás e lá estava ele, o Erik.
— Erik, isto não o que parece. – Apresei-me a explicar.
— Não, mas é claro que não é. Eu não estou a ver a minha melhor amiga enrolada aos beijos com o meu irmão.
— Por que é que te estás a preocupar, eu já sou crescidinho. – Meteu Rodrick, para me defender.
— Não, não és nada crescidinho.
— Ah, não. Vamos descobrir.
— Vocês os dois nem pensem em ir lutar, porque eu não o permitirei.
— Não precisamos da tua permissão. – Respondeu logo Erik.
— Escusas de ser arrogante.
— Não te preocupes eu não irei lutar, se assim desejares. É isso que desejas?
— Sim, não quero que se magoem, principalmente por uma pessoa insignificante como eu.
— Tu não és insignificante para mim. – Disse Erik.
— Nem para mim. – Retorquiu Rodrick.
— Não para vocês, mas para mim própria.
— Tu tens uma grande falta de auto-estima. – Disseram os dois.
— Eu sei. Erik peço-te desculpas pelo que aqui aconteceu. Desculpa.
Levantei-me do colo do seu irmão, com a cabeça para não olha-lo nos olhos. Se o olha-se nos olhos agora, acho que não conseguiria evitar de chorar. Como é que eu pude fazer uma coisa destas, principalmente a ele? Como? Se eu fosse ele, nunca mais olharia para mim ou se meu amigo. Era o que eu merecia.
— Estás desculpada.
Já estava a descer as escadas, quando ele disse isso. Parei a meio das escadas, para depois olha-lo. Fiquei paralisada, estavam os dois lado a lado a olharem para mim, não sabia qual deles dois o melhor. Eram os dois bonitos, inteligentes, sensuais, doces, amorosos e queridos. Ambos quando os olhei sorriram, devo ter corado, porque eu senti-a as minhas bochechas a ferver.
— Obrigada. – Respondi-lhe eu, como um tom calmo.
Depois de lhe responder, virei-me e continuei a descer as escadas até chegar ao último. Reparei que Erik também virara, mas para o seu irmão.
— Veste-te e depois vem ter connosco ao jardim. Vamos comer lá fora, porque está bom tempo. Despacha-te!
— Sim, meu capitão.
Ri-me da situação. Já no piso de baixo, olhei para cima e vi Rodrick gozar com o irmão, enquanto este descia as escadas para vir ter comigo. O meu namorado secreto era um máximo. Sem o irmão ver, claro, mandou-me um beijo, e eu fingi que o apanhava.
— O que é que estás a fazer? – Perguntou-me Erik.
— Quem? Eu? Nada.
— Então mete-te á minha frente, que é para eu ter a certeza que desta vez não te perdes.
— Obrigada, pela ajuda.
Peguei novamente na minha mala, e saí da biblioteca com Erik a trás de mim. Fomos calados um bom bocado do caminho. Saímos do corredor para o extenso jardim, por umas portas de vidro, que vinham do chão e iam até ao teto.
Erik tinha razão, havia um sol maravilhoso cá fora, estava calor e passava uma aragem fresca, para refrescar.
— Porque me fizeste isto? – Começou ele.
— O que é queres dizer com isso?
— Primeiro dizes que me amas e depois vejo-te aos beijos com o meu irmão. Afinal que raio de amor é este?
— Eu não te sei explicar. Eu amo-te de verdade, mas naquele momento, o teu irmão é que lá estava. Foi por isso que é que eu estava nos braços do teu irmão, eu estava assustada e a entrar em pânico, quando o teu irmão me ajudou.
— Mas ajudou-te de uma maneira imprópria. Eu é que lá deveria estar, não ele.
— Como assim, tu é que lá devias estar?
— Por eu é que te vi primeiro, por isso, tu és minha.
— Tua? Tua, nada. Eu sou, é do meu pai e da minha mãe.
— Até aí já eu tinha chegado. Peço-te desculpas por ter sido arrogante contigo ainda á pouco.
— Não faz mal, estás desculpado.
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