Este é único blog acerca deste bom, apaixonante e excitante romance nunca antes criado. Por isso felizes e apaixonantes leituras.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Capítulo 14
Deixei as mãos de Erik e fui com o seu irmão. Fomos para, o canto mais longínquo, do lago. Certifiquei-me de que ninguém ouviria a nossa conversa. Eu estava de costas para ele, desta vez, porque não era capaz de olha-lo nos olhos. Depois tive um impulso e virei-me.
Ele tinha no olhar sofrimento, mágoa e dor. Os olhos verdes alegres, que tinha visto antes, agora estavam de um verde-escuro, sombrio e frio. Era arrepiante. Tinha os punhos serrados, com tanta força que a mão até estava vermelha. Nas suas feições via-se o sofrimento que estava a passar, e também se via parte sombria dele. Podia-se, com mais atenção, ler no seu olhar o perigo e o desespero. Os cabelos louros pareceram escurecer, e tornarem-se castanhos avermelhados, como fogo.
− Porquê? – Exclamou ele. – Porquê? Porquê?!
− Eu não sei. Eu não sei. – Retorqui eu.
− Isso não é resposta.
− Ok. Eu gosto muito de ti, mas amo o teu irmão. – Expliquei. – Não me perguntes porquê, pois eu não sei a resposta.
− Tu gostas de mim? Boa. – Falou ele, para si. – Mas como amigo ou algo mais?
− Como amigo.
− Então porque me beijaste daquela maneira?
Disse ele, enquanto se aproximava de mim. Quando dei por ele, já ele estava á minha, com os nossos corpos juntos. Ele segurava-me pela cintura e tinha a cabeça rente ao meu pescoço. Depois aproximou os seus lábios do meu ouvido e segredou-me:
− Porque escolhes ele, quando eu posso dar-te tudo? Mais do que ele te irá dar, algum dia. – Articulou ele, de modo a seduzir.
− Eu amo-o, e por isso escolho a ele.
Empurrei-o, e depois dei-lhe uma estalada na cara. Ele pareceu ficar surpreendido, porque, a seguir, olhou-me com os olhos muito abertos. E devo ter-lhe batido com força, porque ele foi com a mão á cara, como se doesse.
— Nunca mais me voltes a falar, odeio-te. – Disse-lhe.
− Podes odiar-me, mas também me amas.
− Eu o quê?
− Tu amas-me. Porque o ódio é parte do amor.
− Não mereces resposta.
Virei-lhe as costas e comecei, a preparar-me para, me ir embora. Mas ele agarrou-me o braço, com força, e puxou-me de volta para ele. Os olhos dele estavam negros naquele momento, um negro puro como a noite. Estava furioso, eu sentia isso através da força que ele estava a fazer para me manter ali. Comecei a entrar no estado de pânico horroroso, e a estremecer de medo.
− Larga-me!
− Não! – Objetou ele. – Tu nunca serás dele, e se fores, não terão um final feliz.
− Monstro!
− Eu sei, por isso, porque não mostra-lo. – Disse ele, rindo-se. – Ouve-me com atenção. Não te atrevas a falar da nossa “conversinha” com ele, ou então alguma coisa poderá acontecer-lhe.
− Não te atreverias.
− Experimenta e verás.
domingo, 10 de junho de 2012
Capítulo 13
− Eram 1:00 da manhã, quando o meu pai se deitou, mas não consegui-a dormir sossegado. Pensava na minha mãe, que tinha ido lá a casa procurar um quarto. O lhe teria acontecido? Era o que ele pensava. Depois começou a achar que a minha estava a ser perseguida. Ele não sabia as respostas, mas teria de lhe perguntar, logo que pudesse. Ele achou que se a minha mãe, tivesse um algum familiar ou amigo deveria dizer alguma coisa sobre o seu parentesco.
Depois de pensar, o meu pai adormeceu, pelas 2:00 horas. Ele disse-me que teve um sonho, muito esquisito. Sonhou que estava numa espanhola, com a minha mãe, comigo e com o meu irmão. Disse eu lhe perguntei se ele me ajudava, o meu fez o mesmo e a minha mãe respondeu que ele ajudava os dois. Nesse preciso momento ele acordou sobressaltado. Imaginou-se a contar isto aos meus avós e a seguir ir para o manicómio. Para esquecer isso ele, foi tomar banho e voltou a pensar na minha mãe. Nos seus cabelos negros como a noite, os olhos verdes e brilhantes semelhantes às esmeraldas e o seu sorriso amável e carinhoso. E declarou, também, que a minha mãe era tão bonita que matava só de olha-la, e que ela era simpática, doutrinada, tímida e muito mais. A partir desse dia, ele decidiu que iria conquistar a minha mãe.
A minha mãe estava triste nesse dia. Os seus pais tinham morrido, lorde David e ladie Ruth, e ela estava sozinha. Mas, logo, se lembrou que estaria em segurança, pelo menos naquele dia, meu pai, tinha sido muito cavalheiresco e generoso com ela. Minha mãe achava o meu pai um guerreiro, pois tinha e tem os cabelos e os olhos dourados. Depois olhou para o relógio e começou a despachar-se, porque o pequeno-almoço estaria quase a ser servido e ela estava cheia de fome. Imaginou ovos, fruta, café, e pão quente. Depois de se despachar ela desceu as escadas e encontrou Lucy, que a esperava para a acompanhar até á sala de almoçar.
Atravessaram um corredor, pintado de dourado, com algumas molduras. Assim que chegaram a uma porta branca que dava para uma sala creme, com uma mesa enorme e 6 cadeiras. Estavam todas ocupadas, menos a que ficava ao lado do meu pai. Meu pai fez-lhe um sinal para que ela se senta-se, foi o que ela fez, para não parecer descortês.
Toda a família do meu pai olhou para a minha mãe, um pouco, desconfiados, mas compreensivos. O meu pai, em primeiro lugar, apresentou a minha avó Katherine, que tinha na altura cabelos ruivos e olhos prateados, e o meu avô Dimitri, que era de cabelos castanhos e olhos dourados. Depois as minhas tias, Biatrice, que tinha longos cabelos castanhos e olhos prateados, e Madeleine, com os olhos castanhos e os cabelos arruivados. Minha mãe já conhecia o nome de todos, menos o do meu pai, por isso perguntou-lhe. Ele respondeu que se chamava Marcus Adrian. O meu pai pediu para a minha mãe para o tratar por, apenas Marcus e se podia trata-la por Rose, minha mãe não se importou. O meu avô perguntou, a seguir, por que motivo ela ali estava. Minha mãe respondeu que tinha notícias de que seus pais estavam mortos. O meu avô ofereceu-lhe o quarto de hóspedes para que ela ficasse lá em casa, o resto da semana.
Nesse mesmo dia, eles conversaram e conheceram-se melhor. Viram o pôr-do-sol, e depois foram jantar. O jantar decorreu com alguns conflitos, meu pai queria que as minhas tias o acompanhassem, no dia seguinte, ao mercado, pois minha mãe precisava de roupas. A minha mãe teve de intervir, pois o meu pai estava descontrolar-se. No fim acabou por ficar tudo bem, combinaram que iria apenas a minha mãe e o meu pai ao mercado.
Então ele percebeu que estava a agir mal para com as suas irmãs, por isso, os ombros descaíram e a cara pareceu envelhecer. As mãos caíram e ficaram em cima do seu colo, deixou de olhar para as minhas tias e passou a olhar para as mãos. Pediu desculpas pela forma como agira. As minhas tias aceitaram as suas desculpas e explicaram-lhe que não podiam ir porque tinham que ir a Le Marns.
− Espera aí! Não era de lá que a tua mãe vinha? – Interrompendo-o.
− Sim, era.
− Então porque é que não voltou ela para casa, nesse dia? Ela tinha, ainda, casa lá, certo? - Pensei um pouco e voltei a falar. – É verdade que os pais dela morreram lá, mas … talvez ela devesse ocupar a casa.
− Ela tinha casa lá e não se importava que os pais tivessem morrido naquele lugar, mas o que ela lhe metia medo era que os assassinos estivessem à sua espera.
− Compreendo. – Justifiquei-me. – Já imaginas-te se me acontecesse o mesmo?
− Não. Nem quero pensar nisso.
− Esta bem, então não penses. Mas ajudavas-me se acontecesse?
− Sempre.
E abraçou-me, logo de seguida, com tanta força, como se transmitir-se a verdade. Retribui o abraço, para dizer que me alegrava disso.
− Podes continuar?
− Sim. – E continuou. – Meu pai, disse que mandaria alguém para revistar o perímetro e ter a consciência tranquila. A mãe não se opôs, porque no fundo ela estava mais descontraída com aquilo.
Depois do jantar eles, todos, encaminharam-se para a sala. A sala era rectangular e em cada parede, haviam pendurado quadros, com o retrato de cada um da família.
As paredes eram amarelas claras, e tinam três janelas quadradas, enormes, que estavam viradas para Oeste. A Leste, existia uma lareira de pedra, esculpida com rosas e folhas, e á sua volta havia uma pequena mesa de carvalho e com grandes poltronas.
Do lado oposto, ficavam umas portas que davam para uma biblioteca, que era grande e com duas mesas, com 4 cadeiras. E as prateleiras da biblioteca, estavam sempre cheias de livros, até chegavam ao teto.
Ao das portas, estava um piano preto, muito brilhante. Em cima do banco, que pertencia ao piano, estavam várias folhas, com letras de músicas. As teclas estavam, com algum pó, porque não havia inspiração.
Depois de todos entrarem, foram-se a sentar. A mãe, perguntou quem tocava o maravilhoso piano. A tia Biatrice respondeu que era o pai e o avô. A mãe interrogou o pai, porque é que ele não lhe tinha falado daquilo.
O pai, como modo de conquistar a mãe, levantou-se e foi tocar piano. Começou a tocar uma música harmoniosa, suave e docemente romântica. O coração da mãe pareceu despedaçar-se perante tanto romantismo.
Foi a partir desse dia, que os meus pais, passaram a estar mais tempo juntos, como nós, dois loucos apaixonados. O resto da semana, foi passada muito rapidamente. O pai levou a mãe às compras e ao jardim. Tomaram chá na sala de música e leram, um para o outro, histórias de amor e fantasia.
No final da semana, o pai foi ter com a mãe e pediu-a em casamento. Ela ficou estado de choque, mas completamente feliz. Depois deram um beijo e logo anunciaram o casamento a toda a gente. Nessa noite, eles encontraram-se na velha cabana do meu pai, secretamente, e tiveram uma noite de entrega e amor.
Na semana seguinte, estava tudo pronto. Os pais do pai estavam na primeira fila da igreja. A igreja estava decorada com rosas vermelhas, em arranjos nas filas. Os padrinhos e as madrinhas estavam nos seus lugares, ao lado de padre Innocent. A música começou a tocar, e os convidados levantaram-se. A mãe estava muito nervosa, por dois motivos. Um deles era o casamento. O outro era porque estava grávida.
− Grávida?
− Sim, grávida de mim e do meu irmão. Mas isso foi o menor de todos os problemas.
− Como assim?
− O casamento não aconteceu como o esperado.
− Porquê?
− Porque o meu pai ainda não tinha chegado, nem chegou, quando a minha mãe entrou na igreja. Nesse preciso momento, a mãe desmaiou porque julgava que o pai a tinha abandonado.
− Coitada da tua mãe. Mas o teu a pai apareceu?
− Sim, mas dois anos mais tarde. A mãe já morava na sua casa de Le Marns, comigo e com o meu irmão.
− Le Marns, mas a tua mãe não …
− Não, ela já não tinha medo. A casa estava, sempre, cheia de guardas. E ela queria estar longe da família do meu pai, porque continuava a achar que ele a tinha abandonado e não queria sofrer.
− Mas não foi isso que aconteceu. Algo se passou, não foi? – Interroguei-o.
− Sim.
− O quê? – Perguntei.
− Em casa, no dia do casamento, enquanto o meu pai se preparava, entrou um homem desconhecido. O homem era muito alto e magro, tinha cabelos cor de caramelo e olhos violetas escuro. Ele era assustadoramente bonito.
− Mas quem era esse homem e o que queria?
− Este homem chamava-se Valentin Belickov, e era o vampiro que levara, transformara e educara o meu pai para ser um, bom, vampiro. O pai viveu com ele até, ter a certeza, que estava preparado para vir ter com a mãe e lhe contar a verdade.
− Ela compreendeu?
− Sim. Ela disse-lhe que tinha tido dois rapazes dele, e cada um tinha uma característica dele. O pai quis logo conhecer-nos, mas a mãe não deixou. Não por maldade, mas porque estava receosa. Ela não sabia o que é que poderia acontecer, por isso, não deixou.
− Compreensível.
− O meu pai perguntou-lhe: “Não acreditas que sou eu?”. A mãe não lhe respondeu. Então ele contou-lhe “coisas”, que eu não sei, que apenas eles sabiam e mais ninguém.
− Eu não quereria, saber essas “coisas”.
− Nem eu. – Concordou ele.
− Mas tu continuas ou não?
− Oh! Quer dizer ela é que me interrompe e eu é que tenho que continuar. Mas onde é que isto já se viu?
− Aqui. Agora continua!
− A mãe acreditou e deixou o pai conhecer-nos. Ele ficou tão feliz que decidiu qie ficaria perto de nós, custasse o que custasse. A mãe disse que para isso ele tinha de ficar no quarto de hóspedes.
Três dias depois, ele decidiu que seria boa ideia transformar, a mãe, eu e Rodrigo em vampiros. A mãe não achou nada boa ideia, e exclamou que talvez fosse melhor eles mantivessem uma distância, mesmo que se amassem.
− Tenho muita pena. – Disse-lhe. – Mas ficaram juntos?
− Sim. Uma semana, a seguir, eles votaram e encontrar-se e acabaram, desta vez, por se casar. A mãe pronunciou que apenas aos 20 anos é que eu e Rodrigo seriamos transformados. O pai concordou, pois não queria que acontecesse algo, a mima ou a Rodrigo.
− Aos 20 anos? Tu foste transformado á 77 anos, juntando os 20, são…
− 97 anos.
− Meu Deus. Tu queres que eu tenha um ataque de coração?!
− Não. Mas é claro que não.
− Então não me assustes desta maneira.
− Acho que deveríamos voltar? - Disse ele.
− Concordo contigo.
− Olha, um dia destes, podemos acampar aqui? - Interroguei-o.
− Claro que sim.
Levantei do seu colo, e pus-me de pé. Ele levantou-se muito mais rapidamente, pois era um vampiro. Fizemos o mesmo caminho de regresso, passa-mos a ponte, entramos e atravessamos o corredor e, finalmente, chegamos á porta assustadora. Depois de sair e voltar a ver a casa do Erik, tive a sensação de que tudo tinha mudado, mas não tinha. Era como ver o mundo pela primeira vez, como se eu sentisse, ouvir-se e visse tudo pela primeira vez. Os pássaros cantavam alegremente, o sol brilhava incandescente e no ar vinha o perfume de várias flores.
Que iria eu agora fazer? Os meus dois namorados são vampiros. Não sei qual deles gosto mais. Tenho que acabar com um deles. Mas qual?
Fui com ele para o jardim, como se nada se tivesse passado. Atravessa-mos o perímetro e chegamos á pequena casa num instante.
Quando lá chegamos, reparei que estava lá sentado o homem que eu tinha visto, no corredor, quando me perdi. Mas quem era ele? De repente, lembrei.
O homem que eu tinha encontrado era, o pai do Erik e do Rodrigo, Marcus. A mãe deles, Rose, estava a seu lado, de mãos dadas. Rodrigo estava de costas para mim e assim não pode ver, eu entrar com Erik a segurar-me pela cintura. Eu precisava fazer alguma coisa.
− Rodrigo… - Quando eu falei até deu um salto. – Posso falar contigo? A sós. Por favor.
Ele virou-se para mim, com uma cara que dizia: “ Eu já sei tudo”. Pareceu não saber o que fazer nem o que dizer. Depois de um minuto, respondeu-me:
− Sim, claro.
− Então, vamos.
Depois de pensar, o meu pai adormeceu, pelas 2:00 horas. Ele disse-me que teve um sonho, muito esquisito. Sonhou que estava numa espanhola, com a minha mãe, comigo e com o meu irmão. Disse eu lhe perguntei se ele me ajudava, o meu fez o mesmo e a minha mãe respondeu que ele ajudava os dois. Nesse preciso momento ele acordou sobressaltado. Imaginou-se a contar isto aos meus avós e a seguir ir para o manicómio. Para esquecer isso ele, foi tomar banho e voltou a pensar na minha mãe. Nos seus cabelos negros como a noite, os olhos verdes e brilhantes semelhantes às esmeraldas e o seu sorriso amável e carinhoso. E declarou, também, que a minha mãe era tão bonita que matava só de olha-la, e que ela era simpática, doutrinada, tímida e muito mais. A partir desse dia, ele decidiu que iria conquistar a minha mãe.
A minha mãe estava triste nesse dia. Os seus pais tinham morrido, lorde David e ladie Ruth, e ela estava sozinha. Mas, logo, se lembrou que estaria em segurança, pelo menos naquele dia, meu pai, tinha sido muito cavalheiresco e generoso com ela. Minha mãe achava o meu pai um guerreiro, pois tinha e tem os cabelos e os olhos dourados. Depois olhou para o relógio e começou a despachar-se, porque o pequeno-almoço estaria quase a ser servido e ela estava cheia de fome. Imaginou ovos, fruta, café, e pão quente. Depois de se despachar ela desceu as escadas e encontrou Lucy, que a esperava para a acompanhar até á sala de almoçar.
Atravessaram um corredor, pintado de dourado, com algumas molduras. Assim que chegaram a uma porta branca que dava para uma sala creme, com uma mesa enorme e 6 cadeiras. Estavam todas ocupadas, menos a que ficava ao lado do meu pai. Meu pai fez-lhe um sinal para que ela se senta-se, foi o que ela fez, para não parecer descortês.
Toda a família do meu pai olhou para a minha mãe, um pouco, desconfiados, mas compreensivos. O meu pai, em primeiro lugar, apresentou a minha avó Katherine, que tinha na altura cabelos ruivos e olhos prateados, e o meu avô Dimitri, que era de cabelos castanhos e olhos dourados. Depois as minhas tias, Biatrice, que tinha longos cabelos castanhos e olhos prateados, e Madeleine, com os olhos castanhos e os cabelos arruivados. Minha mãe já conhecia o nome de todos, menos o do meu pai, por isso perguntou-lhe. Ele respondeu que se chamava Marcus Adrian. O meu pai pediu para a minha mãe para o tratar por, apenas Marcus e se podia trata-la por Rose, minha mãe não se importou. O meu avô perguntou, a seguir, por que motivo ela ali estava. Minha mãe respondeu que tinha notícias de que seus pais estavam mortos. O meu avô ofereceu-lhe o quarto de hóspedes para que ela ficasse lá em casa, o resto da semana.
Nesse mesmo dia, eles conversaram e conheceram-se melhor. Viram o pôr-do-sol, e depois foram jantar. O jantar decorreu com alguns conflitos, meu pai queria que as minhas tias o acompanhassem, no dia seguinte, ao mercado, pois minha mãe precisava de roupas. A minha mãe teve de intervir, pois o meu pai estava descontrolar-se. No fim acabou por ficar tudo bem, combinaram que iria apenas a minha mãe e o meu pai ao mercado.
Então ele percebeu que estava a agir mal para com as suas irmãs, por isso, os ombros descaíram e a cara pareceu envelhecer. As mãos caíram e ficaram em cima do seu colo, deixou de olhar para as minhas tias e passou a olhar para as mãos. Pediu desculpas pela forma como agira. As minhas tias aceitaram as suas desculpas e explicaram-lhe que não podiam ir porque tinham que ir a Le Marns.
− Espera aí! Não era de lá que a tua mãe vinha? – Interrompendo-o.
− Sim, era.
− Então porque é que não voltou ela para casa, nesse dia? Ela tinha, ainda, casa lá, certo? - Pensei um pouco e voltei a falar. – É verdade que os pais dela morreram lá, mas … talvez ela devesse ocupar a casa.
− Ela tinha casa lá e não se importava que os pais tivessem morrido naquele lugar, mas o que ela lhe metia medo era que os assassinos estivessem à sua espera.
− Compreendo. – Justifiquei-me. – Já imaginas-te se me acontecesse o mesmo?
− Não. Nem quero pensar nisso.
− Esta bem, então não penses. Mas ajudavas-me se acontecesse?
− Sempre.
E abraçou-me, logo de seguida, com tanta força, como se transmitir-se a verdade. Retribui o abraço, para dizer que me alegrava disso.
− Podes continuar?
− Sim. – E continuou. – Meu pai, disse que mandaria alguém para revistar o perímetro e ter a consciência tranquila. A mãe não se opôs, porque no fundo ela estava mais descontraída com aquilo.
Depois do jantar eles, todos, encaminharam-se para a sala. A sala era rectangular e em cada parede, haviam pendurado quadros, com o retrato de cada um da família.
As paredes eram amarelas claras, e tinam três janelas quadradas, enormes, que estavam viradas para Oeste. A Leste, existia uma lareira de pedra, esculpida com rosas e folhas, e á sua volta havia uma pequena mesa de carvalho e com grandes poltronas.
Do lado oposto, ficavam umas portas que davam para uma biblioteca, que era grande e com duas mesas, com 4 cadeiras. E as prateleiras da biblioteca, estavam sempre cheias de livros, até chegavam ao teto.
Ao das portas, estava um piano preto, muito brilhante. Em cima do banco, que pertencia ao piano, estavam várias folhas, com letras de músicas. As teclas estavam, com algum pó, porque não havia inspiração.
Depois de todos entrarem, foram-se a sentar. A mãe, perguntou quem tocava o maravilhoso piano. A tia Biatrice respondeu que era o pai e o avô. A mãe interrogou o pai, porque é que ele não lhe tinha falado daquilo.
O pai, como modo de conquistar a mãe, levantou-se e foi tocar piano. Começou a tocar uma música harmoniosa, suave e docemente romântica. O coração da mãe pareceu despedaçar-se perante tanto romantismo.
Foi a partir desse dia, que os meus pais, passaram a estar mais tempo juntos, como nós, dois loucos apaixonados. O resto da semana, foi passada muito rapidamente. O pai levou a mãe às compras e ao jardim. Tomaram chá na sala de música e leram, um para o outro, histórias de amor e fantasia.
No final da semana, o pai foi ter com a mãe e pediu-a em casamento. Ela ficou estado de choque, mas completamente feliz. Depois deram um beijo e logo anunciaram o casamento a toda a gente. Nessa noite, eles encontraram-se na velha cabana do meu pai, secretamente, e tiveram uma noite de entrega e amor.
Na semana seguinte, estava tudo pronto. Os pais do pai estavam na primeira fila da igreja. A igreja estava decorada com rosas vermelhas, em arranjos nas filas. Os padrinhos e as madrinhas estavam nos seus lugares, ao lado de padre Innocent. A música começou a tocar, e os convidados levantaram-se. A mãe estava muito nervosa, por dois motivos. Um deles era o casamento. O outro era porque estava grávida.
− Grávida?
− Sim, grávida de mim e do meu irmão. Mas isso foi o menor de todos os problemas.
− Como assim?
− O casamento não aconteceu como o esperado.
− Porquê?
− Porque o meu pai ainda não tinha chegado, nem chegou, quando a minha mãe entrou na igreja. Nesse preciso momento, a mãe desmaiou porque julgava que o pai a tinha abandonado.
− Coitada da tua mãe. Mas o teu a pai apareceu?
− Sim, mas dois anos mais tarde. A mãe já morava na sua casa de Le Marns, comigo e com o meu irmão.
− Le Marns, mas a tua mãe não …
− Não, ela já não tinha medo. A casa estava, sempre, cheia de guardas. E ela queria estar longe da família do meu pai, porque continuava a achar que ele a tinha abandonado e não queria sofrer.
− Mas não foi isso que aconteceu. Algo se passou, não foi? – Interroguei-o.
− Sim.
− O quê? – Perguntei.
− Em casa, no dia do casamento, enquanto o meu pai se preparava, entrou um homem desconhecido. O homem era muito alto e magro, tinha cabelos cor de caramelo e olhos violetas escuro. Ele era assustadoramente bonito.
− Mas quem era esse homem e o que queria?
− Este homem chamava-se Valentin Belickov, e era o vampiro que levara, transformara e educara o meu pai para ser um, bom, vampiro. O pai viveu com ele até, ter a certeza, que estava preparado para vir ter com a mãe e lhe contar a verdade.
− Ela compreendeu?
− Sim. Ela disse-lhe que tinha tido dois rapazes dele, e cada um tinha uma característica dele. O pai quis logo conhecer-nos, mas a mãe não deixou. Não por maldade, mas porque estava receosa. Ela não sabia o que é que poderia acontecer, por isso, não deixou.
− Compreensível.
− O meu pai perguntou-lhe: “Não acreditas que sou eu?”. A mãe não lhe respondeu. Então ele contou-lhe “coisas”, que eu não sei, que apenas eles sabiam e mais ninguém.
− Eu não quereria, saber essas “coisas”.
− Nem eu. – Concordou ele.
− Mas tu continuas ou não?
− Oh! Quer dizer ela é que me interrompe e eu é que tenho que continuar. Mas onde é que isto já se viu?
− Aqui. Agora continua!
− A mãe acreditou e deixou o pai conhecer-nos. Ele ficou tão feliz que decidiu qie ficaria perto de nós, custasse o que custasse. A mãe disse que para isso ele tinha de ficar no quarto de hóspedes.
Três dias depois, ele decidiu que seria boa ideia transformar, a mãe, eu e Rodrigo em vampiros. A mãe não achou nada boa ideia, e exclamou que talvez fosse melhor eles mantivessem uma distância, mesmo que se amassem.
− Tenho muita pena. – Disse-lhe. – Mas ficaram juntos?
− Sim. Uma semana, a seguir, eles votaram e encontrar-se e acabaram, desta vez, por se casar. A mãe pronunciou que apenas aos 20 anos é que eu e Rodrigo seriamos transformados. O pai concordou, pois não queria que acontecesse algo, a mima ou a Rodrigo.
− Aos 20 anos? Tu foste transformado á 77 anos, juntando os 20, são…
− 97 anos.
− Meu Deus. Tu queres que eu tenha um ataque de coração?!
− Não. Mas é claro que não.
− Então não me assustes desta maneira.
− Acho que deveríamos voltar? - Disse ele.
− Concordo contigo.
− Olha, um dia destes, podemos acampar aqui? - Interroguei-o.
− Claro que sim.
Levantei do seu colo, e pus-me de pé. Ele levantou-se muito mais rapidamente, pois era um vampiro. Fizemos o mesmo caminho de regresso, passa-mos a ponte, entramos e atravessamos o corredor e, finalmente, chegamos á porta assustadora. Depois de sair e voltar a ver a casa do Erik, tive a sensação de que tudo tinha mudado, mas não tinha. Era como ver o mundo pela primeira vez, como se eu sentisse, ouvir-se e visse tudo pela primeira vez. Os pássaros cantavam alegremente, o sol brilhava incandescente e no ar vinha o perfume de várias flores.
Que iria eu agora fazer? Os meus dois namorados são vampiros. Não sei qual deles gosto mais. Tenho que acabar com um deles. Mas qual?
Fui com ele para o jardim, como se nada se tivesse passado. Atravessa-mos o perímetro e chegamos á pequena casa num instante.
Quando lá chegamos, reparei que estava lá sentado o homem que eu tinha visto, no corredor, quando me perdi. Mas quem era ele? De repente, lembrei.
O homem que eu tinha encontrado era, o pai do Erik e do Rodrigo, Marcus. A mãe deles, Rose, estava a seu lado, de mãos dadas. Rodrigo estava de costas para mim e assim não pode ver, eu entrar com Erik a segurar-me pela cintura. Eu precisava fazer alguma coisa.
− Rodrigo… - Quando eu falei até deu um salto. – Posso falar contigo? A sós. Por favor.
Ele virou-se para mim, com uma cara que dizia: “ Eu já sei tudo”. Pareceu não saber o que fazer nem o que dizer. Depois de um minuto, respondeu-me:
− Sim, claro.
− Então, vamos.
domingo, 3 de junho de 2012
Capítulo 12
Reparei que estávamos num antigo e clássico corredor, de grandes pedras retângulas, como as do Egipto, e com algumas Eras (flor) frescas e verdes a crescer nas paredes. O melhor do corredor era que, pelo caminho, existiam apoios nas paredes, com tochas a arder, segundo era mais antiga, para dar luz aquele lugar. O caminho era enorme, pelo que eu conseguia ver, e tinha encostado á parede, uma de cada lado, antigas armaduras de combate. Todas elas eram constituídas por uma espada, um escudo, um capacete, e todo o resto do equipamento, a que tem direito. Estavam bem estimadas, e isso via-se, porque estavam tão limpas, que davam para ver o nosso reflexo, e cintilantes. Para além do equipamento, todas elas tinham uma coisa em comum, o brasão. O brasão estava gravado em todos os escudos, pelo que calculei que noutros tempos a família de Erik tivesse sido da realeza, um lorde, por exemplo.
− A tua família já foi da realeza, não já? – Perguntei-lhe curiosa.
− Sim. O meu trisavô deixou-nos uma grande fortuna e uma casa, em Paris, antes de falecer.
− Levas-me para lá? – Questionei-o. – Mas contigo claro.
− Um dia destes.
− Viva! – Gritei de alegria.
Ele parou de andar, para depois olhar para mim. Tinha no olhar a expressão como dizem: “ ela não regula bem da cabeça ”.
− Que foi?
− Nada. – Respondeu-me ele, á beira do riso.
Virou-se para a frente e riu-se um bocadinho, antes de voltar a andar silenciosamente. Tinha a sensação que algo de arrepiante, mas bom estava para chegar. Brevemente. Provavelmente ainda durante esta semana. E hoje era só quarta-feira.
Continuamos a andar pelo corredor até que este deu lugar a um alçapão, que pelo que se via dava para fora! Subimos umas escadinhas, que davam para subir de dois em dois degraus, já gastas e escorregadias. Erik abriu o alçapão, e saiu comigo atrás de si, para uma…floresta. Uma floresta? A sério? Só podem estar a gozar? Não estão a gozar, pois não? Não, infelizmente, não.
A floresta era, inesperadamente, sossegada. Não se ouvia pássaros a cantar ou uma coruja a fazer: “ U, U, U ”. Nem tão-pouco, se ouvia abelhas a zumbirem.
Existia um caminho de terra batida, marcada com pedras de um lado e do outro, que passava por cima de uma ponte, e posteriormente continuava até uma capela, ou pelo menos o que sobrou dela.
Finalmente, ouvi algo. Era a água a cair de uma cascata, acho eu, e a embater em pedregulhos por baixo da ponte. O som era vibrante, adoravelmente melodioso e apreciável ao ouvido. Os milhares de pingos de água, que caiam suavemente, sobre pedras pesadíssimas e fazendo um som do tipo: “ping, ping, ping ”. Era deslumbrante. Encantador. Esplêndido.
Após ele fechar o alçapão, seguimos pelo caminho de terra de pedras perpendicular para a ponte. A ponte era de tábuas, e com algumas flores a crescer pelo meio. Flores que, com o tempo, foram enrolando-se a troncos, que estava a segurar a ponte.
Cheguei á frente, para ver o que havia acolá em baixo. Era bocadinho alto, deveria ter a altura de um prédio de 4 andares. Quando me aproximei mais, pareceu-me ter sentido a minha alma a arrepiar-se. Era aterrador e sinistro, porque se formos a ver, a alma não se pode arrepiar, mas a pessoa pode. Se alguém cai-se aqui abaixo nem alma se aproveitava.
Lá em baixo, permanecia árvores partidas, com longos bicos virados para cima, e pedras grandíssimas, capazes de rachar uma cabeça a meio. Entre os bicos das árvores podia-se ver… esqueletos. Sim, esqueletos de vários tamanhos e alguns já deformados pelo clima e pelo tempo. As cabeças dos esqueletos olhavam para mim, diretamente para mim, como se eu pudesse fazer alguma coisa por eles. Eles estavam mortos! Mortos! Eu não podia fazer nada! NADA!
Erik voltara para trás para me vir buscar, pois eu ficara a meio da ponte a olhar para baixo. Levou-me pela mão. A minha mão encontrava-se gelada, devido aquilo que tinha visto á pouco, mas a mão dele estava muito quente, até parecia queimar a pele.
Chegamos á ruínas da capela muito rápido. Numa das paredes, ainda, havia vidros coloridos, e neles estavam pintados vários anjos e anjinhos. Numa outra parede havia uma janela, já um pouco danificada, com formas e texturas deslumbrantes e tinha, pouco mas tinha, um cortinado branco com pequenas rosas e jóias bordadas. Tinha-se ainda a parede por altar, era cinzento claro, tão claro como a prata, e decorada com uma camada de ouro, atenção ouro verdadeiro. Mas é que manda pintar uma casa em ouro? Era bonito, mas esquisito.
Em redor das ruínas, cresciam diversas flores, acácias, begónias, crisântemos, gladíolos, miosótis, túlipas e perpétuas. Cada flor era mais bonita que a outra, era uma explosão de cores, existiam flores vermelhas, amarelas, brancas, azuis, rosa, púrpura e laranja. Dava vontade de saltar lá para dentro, e começar a apanhar todas as flores, pelo menos a que conseguirmos.
Logo a seguir, apareceram borboletas, de todas as formas, cores e tamanhos diferentes, e abelhas, que tinham vindo buscar o pólen das flores. Senti-a que era que aquele lugar, provavelmente, tinha mais alegria e cor, agora, do que alguma vez tivera.
− Cris! – Chamou-me ele.
Procurei-o. Estava debaixo de uma árvore de jasmim, o jasmim estava em flor. E por isso era magnífico, ver ele debaixo do jasmim á espera da sua amada. Ah! Que bonito e lamechas.
− Espera por mim!
− Sempre, minha amada. – Respondeu-me ele, para depois me sorrir.
Corri para debaixo da árvore, e sentei-me num dos troncos que a árvore tinha lançado para fora. Erik estava mesmo ao meu lado, com os olhos fixos nos meus, e pronto a contar-me a verdade.
− Antes de começar, quero pedir-te que não me interrompas, ou eu posso arrepender-me do que tinha dito até lá. E quero pedir-te que, acredites ou não, não contes nada disto a ninguém, será um segredo só nosso. – Respirou fundo e continuou. – Tudo o que te irei contar é verdade, a partir de agora. Ok?
− Ok, eu prometo não contar nada a ninguém e não te interromper. – Prometi-lhe eu.
− Lembras-te de no teu sonho eu dizer: “Eu sou um vampiro”? Com certeza que te lembras. A verdade é que, eu … eu… sou mesmo um… vampiro. – Disse-me ele.
Eu queria dizer-lhe que isso era estúpido e impossível. Mas nesse mesmo instante, ele acabou comigo e com o meu coração, literalmente. Mostrou-me um sorriso tão aberto, que eu pode ver as presas. Presas brancas e pontiagudas, capazes de cortar qualquer coisa.
Eu não queria acreditar, mas era impossível, as provas estavam todas ali: a beleza sobrenatural, a força, os olhos que eram avermelhados num segundo e depois eram amarelos âmbar, as presas. Tudo estava á minha frente eu nem sequer desconfiei de nada. Então isso significa que, toda a sua família é vampiros. A família vampe. Que merda de vida a minha!
− Uau! Todo este tempo, eu julgava que os vampiros eram ficção, mas agora já não tenho tanta certeza. – Disse eu, olhando o céu. – Como conseguiste manter este segredo de mim? Como? Como! – Questionei-o. - E porquê? Eu sou tua namorada, e primeiro que isso tua amiga, porque não me contas-te. Porquê?
− Porque eu tinha medo.
− Medo? Medo?! Mas de quê?
− Medo que tu não aceitasses a verdade e me deixasses. Medo que, de repente, tu te fosses embora e nunca mais voltasses para mim. – Respondeu-me, com uma lágrima a cair-lhe pela bochecha.
− Eu nunca, mas nunca, me iria embora e te deixaria. Eu amo-te e, por isso, já mais te faria uma coisa dessas. – Disse-lhe, para depois o ajudar a limpar a lágrima.
− Obrigada.
Agarrou-me pelas mãos e puxou-me para si. De modo, que eu tive de sentar ao seu colo e abraçá-lo pelo pescoço. Ele deu-me, logo, um beijo meigo e amoroso. Logo me recordei de uma coisa muito importante. A idade verdadeira dele. Se ele era um vampiro, e controlado, é porque já foi á algum tempo. Mas á quanto tempo seria? Teria ele 80 anos? 90 anos? Talvez mais? Oh, meu Deus! E se ele tivesse mais de 100 anos? Não, não, não. Isso não pode acontecer.
− Que idade tens, na verdade? – Perguntei-lhe medrosa. – Por favor diz-me que tens menos de 100 anos. Por favor!
− Eu tenho menos de 100 anos. Eu tenho 77 anos.
− 77 anos? A sério? – Perguntei-lhe eu.
− Sim. A sério.
− Ufa! Que alívio. Ainda bem, que não tens 100.
− Porquê? – Perguntou ele. - Só para que saibas é a melhor idade na hierarquia vampírica.
− O quê? Verdade?
− Verdade. É quando começamos a ter mais tino, para a vida. Até lá, falta sempre um parafuso.
− Ah! Ah! Ah! – Ri-me eu. – Então falta-te um parafuso.
− Falta.
− Pois, não te preocupes. A mim faltam-me muitos. – Proferi eu.
− Eu sei, querida.
− Obrigada, pela parte que me toca. – Gozei eu. – Vamos, agora a coisas mais sérias. Como foste transformado? Quando é que isso aconteceu? O que sentiste?
− Calma. Só consigo responder, a uma pergunta de cada vez.
− Podes contar-me como tudo aconteceu? – Pedi-lhe, fazendo olhinhos.
− Eu conto, chérri.
− Falas francês?
− Sim.
− Isso, fica para mais logo. Agora vamos á história.
− Tudo começou em 1913. Era sexta-feira de 1913. Como qualquer dia de Inverno, estava a cair neve branca, deixando Paris transformada num mundo branco, e fazia muito vento.
Meu pai morava numa casa muito bonita, decorada em tons de creme, branco e cor de ouro, era bastante grande e tinha 6 quartos. Quatro dos quartos estavam virados para cada ponto cardeal. O quarto da minha tia Madeleine ficava virado para Este, o da minha tia Beatrice ficava virado para o lado oposto, dando uma paisagens para as ruas movimentadas de Paris, o dos meus avós estava para Norte. Logo, o do meu pai, encontrava-se virado para Sul.
Sobram os 2 quartos que eram os quartos de hóspedes. Um deles situava-se entre os quartos dos avós e da tia Madeleine, o outro era entre os quartos dos avós e da tia Beatrice.
Eram 23:30, quando tocaram á campainha. Todos dormiam, menos o meu pai, que ficava horas a olhar pela janela a ver os cabriolés passar, e á espera de ver o nascer do Sol. O nascer do sol, em França, é dourado e reluzente, como o próprio Sol. Não existe descrição possível.
O meu pai estava louco de curiosidade, por isso, desceu velozmente as escadas, que dava para o hall da entrada, para ver quem seria. As escadas eram muitas, mediante isso, quando chegou lá a baixo, a porta já estava aberta. Ele nem acreditou.
Há sua porta estava um anjo, dizia ele, com longos cabelos negros olhos verdes, alta e magra. Foi amor á primeira vista. Olharam-se nos olhos e perceberam, logo, que eram almas-gémeas. O meu teve que aproximar dela, pois não acreditava que uma beleza daquelas estivesse á porta da sua casa.
− Quem sois milady? – Perguntou-lhe ele.
− Eu sou D. Rosemarie Rashell de Le Marns.
− Porque vendes aqui, milady?
− Não tenho aposentos para ficar, milorde.
− Então oferecer-vos-ei o nosso quarto de hóspedes, para que ficais aqui até arranjardes uma casa, ou algum outro sítio para ficar.
− Muito obrigada, milorde.
− Não tendes que me agradecer.
Minha mãe entrou. Um pouco gelada e molhada, da chuva que caíra de manhã, por isso, meu pai pediu a uma das empregadas, da época, para preparar o quarto de hóspedes, para que minha mãe descansa-se, e um banho para ela se aquecer.
− Oh! Que querido o teu pai foi para a tua mãe. – Comentei eu, não conseguindo aguentar mais.
− Vais voltar a interromper-me, ou eu posso continuar?
− Acho que podes continuar.
− Bom… Aonde é que eu ia? – Tentou ele lembrar-se.
− A tua mãe entrou, e foi para o quarto, porque tinha uma cama e um banho á sua espera.
− Obrigada.
− De nada.
Capítulo 11
− Erik? – Tentei eu, chamá-lo à razão.
Tão depressa como apareceu. Desapareceu tudo, ele tinha voltado a ser o meu Erik, os olhos ficaram dourados e sorriso voltara a ser acolhedor, estava novamente calmo e com um ar apaixonado. Não sabia o que tinha acontecido ali, mas ele teria de me explicar. Como é que ele num momento parece um monstro e no seguinte parece um anjo? Porque teria acontecido aquilo a ele? Teria ele alguma coisa a ver com o acontecimento? Sim? Não? Talvez?
− Erik?! – Chamei-o, novamente. Logo de imediato ele olhou para mim. – O que aconteceu aqui? E não tentes dizer-me que estive a imaginar, porque eu sei, muito bem, aquilo que vi. Quero uma explicação, agora!
Ele olhou-me com um olhar preocupado e assustado. Reparei que ele queria explicar-me, mas tinha medo do que eu poderia achar. Eu estava mesmo a ver, que ele iria mentir-me, por isso ameacei-o com umas palavras.
− Olha a promessa. Diz-me a verdade, e eu prometo não te censurar. – Declarei-lhe. – Se tentares mentir-me nunca mais te falo.
− Eu quero explicar-te, mas tu podes não aguentar. – Explicou-se ele.
− A verdade eu posso aguentar, a mentira já não posso dizer o mesmo.
− Muito bem. Se quiseres saber a verdade vem comigo. – Respondeu ele.
Fui atrás dele, dê-mos a volta pela casa e entramos pelas traseiras. As traseiras davam para a entrada na cozinha. A cozinha era muito grande e bonita, tinha uma mesa pequena circular e 6 cadeiras, no centro da mesa, havia uma saladeira de fruta com maçãs, peras, bananas, uvas, etc.
Passamos pela cozinha e virámos á direita para uma porta, completamente assustadora, mas ainda assim linda. Era de madeira escura e ferro, por cima da porta encontrava-se uma cabeça de um verdadeiro monstro. Tinha dentes tão grandes como os de um tigre, uns cornos como os touros, tinha olhos negros e frios como os de um tubarão e ainda umas grandes garras parecidas com as dos leões. Aquela porta, estava-me a meter medo, porque parecia que os olhos do monstro me seguiam, para onde quer que fosse. Se dava um passo para traz, ele olhava para mim, se dava um passo para a frente, ele continuava olhar-me. Começava a achar que aquilo era má ideia, mas se eu queria a verdade tinha de ter um pouco de coragem.
Ele abriu a porta e puxou-me para lá, mas eu recuei. Não era só os olhos que me assustavam, mas também as garras. Pareciam querer agarrar-me e nunca mais deixar-me sair.
Ele olhou-me, e sussurrou-me que eu não precisava ter medo, porque ele ia-me proteger. Fiquei mais descansada e fui atrás dele. Ok, isto é uma loucura. Como é que eu vim parar aqui? E por que é que ele me está a levar para ali? O que estaria ele a pensar? Estaria louco?
Depois de passar a porta, vi umas escadas velhas, mais velhas e degradadas do que tempo podia dizer, de pedra e cheias de musgo. Ouvia-se ratos a passar por todo o lado, e via-se, aqui e ali, teias de aranhas. Havia ar gélido que entrava pelos ossos, e que faria qualquer pessoa tremer, tanto de frio como de medo.
De repente, enquanto eu começava a descer as escadas, a porta fechou-se furiosamente. O barulho foi tão grande, que fez eco, e me fez arrepiar de alto a baixo.
Erik dava-me a mão, tal como me prometa, e isso era a única coisa que me impedia de não correr escada a cima aos gritos e fugir daquela casa para sempre. Eu apertava-lhe cada vez mais, e não percebia como é que ele ainda não se tinha queixado.
A única luz era a do candeeiro portátil que ele levava á minha frente, sem essa luz nós, mais propriamente eu, estaríamos perdidos e numa escuridão infinita, muda e tenebrosa.
Há medida que ia descendo aquelas escadas, ia cada vez mais me sentindo sufocada de escuridão e tristeza. Era como se existisse alguma coisa sobrenatural ali, que me fazia sentir triste, desgostosa e amargurada. Eu sentia, principalmente, dor. Uma dor tão forte, que se pudesse, eu diria que ali tinha acontecido, noutros tempos, algo de terrível. Um suicido. Um assassinato. Esse crime, pareceu ter abalado, muito, alguém ou alguns.
As escadas eram em espiral, por isso, demos voltas e voltas e mais voltas. E eu comecei a enjoar-me, felizmente, quando dei por mim estávamos já no último degrau das malditas escadas. Assim que chegamos, Erik largou-me a mão, e desapareceu na escuridão, levando com ele toda a luz que havia ali em baixo.
Olhei á minha volta, não havia luz e estava escuro, muito escuro. Tudo estava em silêncio, não se ouvia um ruído, a não ser o som do meu coração. O coração batia, batia e batia muito ferozmente e aceleradamente, com o medo e o pânico que eu sentia.
De repente ouvi outro ruído. Era pesado mas carinhoso, barulhento mas calmo. Eram passos de uma pessoa, que não estava nada longe, parecia-me a mim, que estava a uns 2 metros de mim. Não sei como consegui, mas comecei a andar para longe. Mas quanto mais eu andava, mais perto eu senti-a e ouvi-a os passos. Então, em vez de eu andar, eu iniciei uma corrida. Corri, corri e corri, não para onde, mas foi o suficiente para deixar de ouvir passos. Pus-me á escuta, não se ouvia passos. Ufa! Que alivio!
Contei até dez, para ver se conseguia acalmar o meu coração e tudo o resto. Logo a seguir, senti uma mão por cima do meu ombro. A mão era grande e forte, de mais para ser a de Erik, e tinha um anel de ouro, com um pequeno brasão. Não consegui ver qual era o esboço do anel, pois estava demasiado ocupada a tentar pensar como iria eu sair dali.
Isto não me está a acontecer! Isto não me está a acontecer! Isto não me está a acontecer! Oh, mas quem é que eu quero enganar. É claro que isto me está a acontecer. Que vou eu fazer? Será que irá ele me fazer? Matar-me? Não, não e não. Ou será que me levará para um lugar muito longe dali, para me prender numa cela para o resto da minha vida? Talvez ele seja boa pessoa. Talvez.
Conta até três e depois logo veremos. Um…Um e meio…Dois…Dois e meio…Três.
Ganhei coragem e olhei para trás de mim. Não era Erik, mas isso eu esperava, era um homem novo, com uns 26 ou 27 anos e tinha na outra mão um candelabro aceso, revelando como ele era.
Era alto e magro, e tinha alguma fibra. A cara dele era, absolutamente, espantosa, quase não tinha palavras para o descrever. A cara era creme, de um creme caramelo, e levemente rosada nas bochechas. Tinha olhos dourados brilhantes como estrelas e cabelos loiros, como ouro, pelos ombros.
Estava vestido como uma camisa branca, um casaco e calças cinzentas e um colete preto, estava maravilhoso. O homem apesar de ter, uma cara adorável e bonita, metia-me pavor.
Então, comecei a recuar e para longe dele. O homem não fez nada, ficou ali a ver-me afastar, com o candelabro aceso na mão.
Não sabia onde estava, mas a única coisa que sabia era que, por agora, estava em segurança. Eu sentia que estava em segurança e que estava protegida, mesmo estando no meio do nada e às escuras. Não explicar, mas posso tentar. Tinha a sensação de que tinha alguém, ou alguma coisa, que me estava a proteger com uma espécie de escudo invisível e inquebrável.
Do nada, apareceram duas luzes, eram pequenas e brilhantes, assemelhavam-se aos olhos dos felinos de noite. Estava tão feliz por ver luzes, que nem sequer reparei que se estavam a aproximar. Depois ouvi, um rugido. O rugido era grotesco e horripilante. Lembrei-me que nenhuma luz, que eu conheça, podia fazer aquilo, mas talvez dois olhos pudessem. O que seria aquilo? Seria um animal? Ou seria algo nunca antes visto? O que iria eu fazer? Será que se eu correr, conseguirei escapar? Talvez sim? Talvez não?
Estranhamente recordei-me de uma coisa que aconteceu, não á muito tempo. Os olhos do Erik tinham ficado brilhantes, quando a luz se apagou na sala de aula. Os olhos tinham uma tonalidade amarelada, com um toque de laranja, como se tivesse estrelas dentro dos olhos. Tinha sido bonito, mas arrepiante.
Sem sequer ter tempo de evitar, gritei pelo seu nome, o mais alto que era possível.
− Erik! Erik! Erik! – Eu gritava o seu nome, mas cada vez mais achava que estava enganada. – Erik?
− Eu. – Respondeu-me ele, por detrás de mim.
− Ah! Merda, Erik assustaste-me. Qualquer dia, tenho um ataque cardíaco e a culpa será tua. – Disse-lhe. – Espera ai! Se tu estás aqui o que é que está ali?
Apontei eu, às escuras, para o lugar onde antes estavam os dois pequenos olhos, e que agora não lá estava nada. Nada. Vazio. Era como se tivesse evaporado no ar. Eu com certeza tinha imaginado, porque agora ali não estava nada. Também sem luz não se via nada.
− Erik, podes acender uma luz, por favor?
Ele como bom namorado acendeu, uma luz que a, princípio, fez-me impressão aos olhos, mas logo fiquei boa. Encontrava-me tão feliz por vê-lo que nem acreditava que era mesmo ele. Quando não acreditamos que alguma coisa não é real, o que é que fazemos? Não sabem. Eu também não. Só depois de lhe dar um beijo, é que acreditei. Um beijo pequeno, mas o suficiente para me acalmar os nervos.
− Para que foi tudo isto? – Perguntou-me ele.
− Para que eu tivesse a certeza que eras tu e que não era imaginação.
− E… ainda queres ter a certeza absoluta? – Interrogou-me ele, atrevido. – Eu não me importo de ajudar.
− Atrevido. – Ralhei-lhe eu. – Mas eu gosto.
− Pois ainda bem, porque senão havia problemas.
− Que tipo de problemas? Valentão. – Armei-me eu para ele.
− Muito grandes e perigosos. – Respondeu-me ele. – Agora anda.
Logo fui atrás dele, para desta vez não me perder dele. Ainda não sabia onde estávamos, mas também não queria saber. Estava com Erik e isso era o que, para mim, importava.
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