domingo, 10 de junho de 2012

Capítulo 13

− Eram 1:00 da manhã, quando o meu pai se deitou, mas não consegui-a dormir sossegado. Pensava na minha mãe, que tinha ido lá a casa procurar um quarto. O lhe teria acontecido? Era o que ele pensava. Depois começou a achar que a minha estava a ser perseguida. Ele não sabia as respostas, mas teria de lhe perguntar, logo que pudesse. Ele achou que se a minha mãe, tivesse um algum familiar ou amigo deveria dizer alguma coisa sobre o seu parentesco.
Depois de pensar, o meu pai adormeceu, pelas 2:00 horas. Ele disse-me que teve um sonho, muito esquisito. Sonhou que estava numa espanhola, com a minha mãe, comigo e com o meu irmão. Disse eu lhe perguntei se ele me ajudava, o meu fez o mesmo e a minha mãe respondeu que ele ajudava os dois. Nesse preciso momento ele acordou sobressaltado. Imaginou-se a contar isto aos meus avós e a seguir ir para o manicómio. Para esquecer isso ele, foi tomar banho e voltou a pensar na minha mãe. Nos seus cabelos negros como a noite, os olhos verdes e brilhantes semelhantes às esmeraldas e o seu sorriso amável e carinhoso. E declarou, também, que a minha mãe era tão bonita que matava só de olha-la, e que ela era simpática, doutrinada, tímida e muito mais. A partir desse dia, ele decidiu que iria conquistar a minha mãe.
A minha mãe estava triste nesse dia. Os seus pais tinham morrido, lorde David e ladie Ruth, e ela estava sozinha. Mas, logo, se lembrou que estaria em segurança, pelo menos naquele dia, meu pai, tinha sido muito cavalheiresco e generoso com ela. Minha mãe achava o meu pai um guerreiro, pois tinha e tem os cabelos e os olhos dourados. Depois olhou para o relógio e começou a despachar-se, porque o pequeno-almoço estaria quase a ser servido e ela estava cheia de fome. Imaginou ovos, fruta, café, e pão quente. Depois de se despachar ela desceu as escadas e encontrou Lucy, que a esperava para a acompanhar até á sala de almoçar.
Atravessaram um corredor, pintado de dourado, com algumas molduras. Assim que chegaram a uma porta branca que dava para uma sala creme, com uma mesa enorme e 6 cadeiras. Estavam todas ocupadas, menos a que ficava ao lado do meu pai. Meu pai fez-lhe um sinal para que ela se senta-se, foi o que ela fez, para não parecer descortês.
Toda a família do meu pai olhou para a minha mãe, um pouco, desconfiados, mas compreensivos. O meu pai, em primeiro lugar, apresentou a minha avó Katherine, que tinha na altura cabelos ruivos e olhos prateados, e o meu avô Dimitri, que era de cabelos castanhos e olhos dourados. Depois as minhas tias, Biatrice, que tinha longos cabelos castanhos e olhos prateados, e Madeleine, com os olhos castanhos e os cabelos arruivados. Minha mãe já conhecia o nome de todos, menos o do meu pai, por isso perguntou-lhe. Ele respondeu que se chamava Marcus Adrian. O meu pai pediu para a minha mãe para o tratar por, apenas Marcus e se podia trata-la por Rose, minha mãe não se importou. O meu avô perguntou, a seguir, por que motivo ela ali estava. Minha mãe respondeu que tinha notícias de que seus pais estavam mortos. O meu avô ofereceu-lhe o quarto de hóspedes para que ela ficasse lá em casa, o resto da semana.
Nesse mesmo dia, eles conversaram e conheceram-se melhor. Viram o pôr-do-sol, e depois foram jantar. O jantar decorreu com alguns conflitos, meu pai queria que as minhas tias o acompanhassem, no dia seguinte, ao mercado, pois minha mãe precisava de roupas. A minha mãe teve de intervir, pois o meu pai estava descontrolar-se. No fim acabou por ficar tudo bem, combinaram que iria apenas a minha mãe e o meu pai ao mercado.
Então ele percebeu que estava a agir mal para com as suas irmãs, por isso, os ombros descaíram e a cara pareceu envelhecer. As mãos caíram e ficaram em cima do seu colo, deixou de olhar para as minhas tias e passou a olhar para as mãos. Pediu desculpas pela forma como agira. As minhas tias aceitaram as suas desculpas e explicaram-lhe que não podiam ir porque tinham que ir a Le Marns.
− Espera aí! Não era de lá que a tua mãe vinha? – Interrompendo-o.
− Sim, era.
− Então porque é que não voltou ela para casa, nesse dia? Ela tinha, ainda, casa lá, certo? - Pensei um pouco e voltei a falar. – É verdade que os pais dela morreram lá, mas … talvez ela devesse ocupar a casa.
− Ela tinha casa lá e não se importava que os pais tivessem morrido naquele lugar, mas o que ela lhe metia medo era que os assassinos estivessem à sua espera.
− Compreendo. – Justifiquei-me. – Já imaginas-te se me acontecesse o mesmo?
− Não. Nem quero pensar nisso.
− Esta bem, então não penses. Mas ajudavas-me se acontecesse?
− Sempre.
E abraçou-me, logo de seguida, com tanta força, como se transmitir-se a verdade. Retribui o abraço, para dizer que me alegrava disso.
− Podes continuar?
− Sim. – E continuou. – Meu pai, disse que mandaria alguém para revistar o perímetro e ter a consciência tranquila. A mãe não se opôs, porque no fundo ela estava mais descontraída com aquilo.
Depois do jantar eles, todos, encaminharam-se para a sala. A sala era rectangular e em cada parede, haviam pendurado quadros, com o retrato de cada um da família.
As paredes eram amarelas claras, e tinam três janelas quadradas, enormes, que estavam viradas para Oeste. A Leste, existia uma lareira de pedra, esculpida com rosas e folhas, e á sua volta havia uma pequena mesa de carvalho e com grandes poltronas.
Do lado oposto, ficavam umas portas que davam para uma biblioteca, que era grande e com duas mesas, com 4 cadeiras. E as prateleiras da biblioteca, estavam sempre cheias de livros, até chegavam ao teto.
Ao das portas, estava um piano preto, muito brilhante. Em cima do banco, que pertencia ao piano, estavam várias folhas, com letras de músicas. As teclas estavam, com algum pó, porque não havia inspiração.
Depois de todos entrarem, foram-se a sentar. A mãe, perguntou quem tocava o maravilhoso piano. A tia Biatrice respondeu que era o pai e o avô. A mãe interrogou o pai, porque é que ele não lhe tinha falado daquilo.
O pai, como modo de conquistar a mãe, levantou-se e foi tocar piano. Começou a tocar uma música harmoniosa, suave e docemente romântica. O coração da mãe pareceu despedaçar-se perante tanto romantismo.
Foi a partir desse dia, que os meus pais, passaram a estar mais tempo juntos, como nós, dois loucos apaixonados. O resto da semana, foi passada muito rapidamente. O pai levou a mãe às compras e ao jardim. Tomaram chá na sala de música e leram, um para o outro, histórias de amor e fantasia.
No final da semana, o pai foi ter com a mãe e pediu-a em casamento. Ela ficou estado de choque, mas completamente feliz. Depois deram um beijo e logo anunciaram o casamento a toda a gente. Nessa noite, eles encontraram-se na velha cabana do meu pai, secretamente, e tiveram uma noite de entrega e amor.
Na semana seguinte, estava tudo pronto. Os pais do pai estavam na primeira fila da igreja. A igreja estava decorada com rosas vermelhas, em arranjos nas filas. Os padrinhos e as madrinhas estavam nos seus lugares, ao lado de padre Innocent. A música começou a tocar, e os convidados levantaram-se. A mãe estava muito nervosa, por dois motivos. Um deles era o casamento. O outro era porque estava grávida.
− Grávida?
− Sim, grávida de mim e do meu irmão. Mas isso foi o menor de todos os problemas.
− Como assim?
− O casamento não aconteceu como o esperado.
− Porquê?
− Porque o meu pai ainda não tinha chegado, nem chegou, quando a minha mãe entrou na igreja. Nesse preciso momento, a mãe desmaiou porque julgava que o pai a tinha abandonado.
− Coitada da tua mãe. Mas o teu a pai apareceu?
− Sim, mas dois anos mais tarde. A mãe já morava na sua casa de Le Marns, comigo e com o meu irmão.
− Le Marns, mas a tua mãe não …
− Não, ela já não tinha medo. A casa estava, sempre, cheia de guardas. E ela queria estar longe da família do meu pai, porque continuava a achar que ele a tinha abandonado e não queria sofrer.
− Mas não foi isso que aconteceu. Algo se passou, não foi? – Interroguei-o.
− Sim.
− O quê? – Perguntei.
− Em casa, no dia do casamento, enquanto o meu pai se preparava, entrou um homem desconhecido. O homem era muito alto e magro, tinha cabelos cor de caramelo e olhos violetas escuro. Ele era assustadoramente bonito.
− Mas quem era esse homem e o que queria?
− Este homem chamava-se Valentin Belickov, e era o vampiro que levara, transformara e educara o meu pai para ser um, bom, vampiro. O pai viveu com ele até, ter a certeza, que estava preparado para vir ter com a mãe e lhe contar a verdade.
− Ela compreendeu?
− Sim. Ela disse-lhe que tinha tido dois rapazes dele, e cada um tinha uma característica dele. O pai quis logo conhecer-nos, mas a mãe não deixou. Não por maldade, mas porque estava receosa. Ela não sabia o que é que poderia acontecer, por isso, não deixou.
− Compreensível.
− O meu pai perguntou-lhe: “Não acreditas que sou eu?”. A mãe não lhe respondeu. Então ele contou-lhe “coisas”, que eu não sei, que apenas eles sabiam e mais ninguém.
− Eu não quereria, saber essas “coisas”.
− Nem eu. – Concordou ele.
− Mas tu continuas ou não?
− Oh! Quer dizer ela é que me interrompe e eu é que tenho que continuar. Mas onde é que isto já se viu?
− Aqui. Agora continua!
− A mãe acreditou e deixou o pai conhecer-nos. Ele ficou tão feliz que decidiu qie ficaria perto de nós, custasse o que custasse. A mãe disse que para isso ele tinha de ficar no quarto de hóspedes.
Três dias depois, ele decidiu que seria boa ideia transformar, a mãe, eu e Rodrigo em vampiros. A mãe não achou nada boa ideia, e exclamou que talvez fosse melhor eles mantivessem uma distância, mesmo que se amassem.
− Tenho muita pena. – Disse-lhe. – Mas ficaram juntos?
− Sim. Uma semana, a seguir, eles votaram e encontrar-se e acabaram, desta vez, por se casar. A mãe pronunciou que apenas aos 20 anos é que eu e Rodrigo seriamos transformados. O pai concordou, pois não queria que acontecesse algo, a mima ou a Rodrigo.
− Aos 20 anos? Tu foste transformado á 77 anos, juntando os 20, são…
− 97 anos.
− Meu Deus. Tu queres que eu tenha um ataque de coração?!
− Não. Mas é claro que não.
− Então não me assustes desta maneira.
− Acho que deveríamos voltar? - Disse ele.
− Concordo contigo.
− Olha, um dia destes, podemos acampar aqui? - Interroguei-o.
− Claro que sim.
Levantei do seu colo, e pus-me de pé. Ele levantou-se muito mais rapidamente, pois era um vampiro. Fizemos o mesmo caminho de regresso, passa-mos a ponte, entramos e atravessamos o corredor e, finalmente, chegamos á porta assustadora. Depois de sair e voltar a ver a casa do Erik, tive a sensação de que tudo tinha mudado, mas não tinha. Era como ver o mundo pela primeira vez, como se eu sentisse, ouvir-se e visse tudo pela primeira vez. Os pássaros cantavam alegremente, o sol brilhava incandescente e no ar vinha o perfume de várias flores.
Que iria eu agora fazer? Os meus dois namorados são vampiros. Não sei qual deles gosto mais. Tenho que acabar com um deles. Mas qual?
Fui com ele para o jardim, como se nada se tivesse passado. Atravessa-mos o perímetro e chegamos á pequena casa num instante.
Quando lá chegamos, reparei que estava lá sentado o homem que eu tinha visto, no corredor, quando me perdi. Mas quem era ele? De repente, lembrei.
O homem que eu tinha encontrado era, o pai do Erik e do Rodrigo, Marcus. A mãe deles, Rose, estava a seu lado, de mãos dadas. Rodrigo estava de costas para mim e assim não pode ver, eu entrar com Erik a segurar-me pela cintura. Eu precisava fazer alguma coisa.
− Rodrigo… - Quando eu falei até deu um salto. – Posso falar contigo? A sós. Por favor.
Ele virou-se para mim, com uma cara que dizia: “ Eu já sei tudo”. Pareceu não saber o que fazer nem o que dizer. Depois de um minuto, respondeu-me:
− Sim, claro.
− Então, vamos.

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