segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Capítulo Quatro

Olhava para ele e tentava desenhar, não ficou muito mau, ficou no meio, quando acabamos, mostramos os desenhos um ao outro, mostrei o meu e ele disse:
― Ficou melhor do que o desenho da última pessoa que me tentou desenhar.
― A sério?! Tu só podes estar a gozar!
― Não, estou. Acredita.
― Esta bem, eu acredito.
— Agora, é a tua vez de mostrares o desenho.
— Não sei, acho que podia ter feito melhor.
— Eu é não sei, ainda não vi o desenho.
— Tu estás ansiosa por vê-lo, não estás?
— Mas é claro que estou, sou eu que estou aí, ou pelo menos é isso que eu acho.
Assim que ele me mostrou o desenho, parecia que eu tinha começado a ver estrelas, a andar, á volta da minha cabeça.
Eu, no desenho, tinha um aspecto de princesa, com cabelos negros sedosos, uma branca, límpida e macia, uns lábios prefeitos, olhos castanhos cor de chocolate, e sem óculos. Achei estranho. Porque haveria ele de me desenhar sem óculos?
— Fizeste-me sem óculos, porquê?
— Porque eu ouvi-te dizer que detestavas ter de usar óculos.
— Ah! Ouvis-te.
— Sim.
Trimmmmm. Tocou para a saída. Arruma-mos as coisas e fomos embora. Já estávamos no portão, quando ele parou, e disse:
— Posso acompanhar-te a casa?
— Claro, Erik. Mas um aviso.
— Qual?
— Se o carro do meu pai lá estiver, tem cuidado.
— Porque?
— Porque ele, tem em casa dele 3 espadas de samurai em casa, e não lá estão só para enfeitar.
— Oh! Já percebi, não te preocupes eu tenho cuidado.
— Então, vamos.
Viemos todo o caminho a conversar sobre mim e ele. Descobri que era do Benfica, que tinha um irmão da idade dele, que se chamava: Rodrigo Adrian. Que tinha cabelos cor de mel, tinha os seus olhos eram verde-esmeralda, e que eles dois tinham a mesma altura (172 cm). Quando chega-mos a minha casa, eu comecei a despedir-me.
— Tchau.
— Tchau.
Depois deu-me um beijo na bochecha, senti um formigueiro na barriga, demorou uns segundos, mas os segundos suficientes para eu sentir que o beijo era quente, e carinhoso. Olhámo nos nos olhos, ele colocou uma mão nas minhas costas, por eu estava quase a cambalear no chão, os seus braços eram fortes como aço e tão cheios de músculos como ……, não tinha explicação.
Eu só pensava em olhar nos seus olhos cor de âmbar brilhante, que me faziam lembrar o Bambi, eram tão lindos, profundos e escaldantes como o fogo ou o Universo, e no meio disto tudo, eu vi desejo. Sim, parece estúpido, mas eu vi desejo, nos seus olhos. Queria ficar assim para sempre, abraçada ao amor da minha vida.
De repente, tudo desapareceu, e voltamos ambos ao mundo real, porque aquilo (infelizmente) não era a realidade.
— Bem, é melhor eu ir andando.
— É, é melhor. Eu também tenho que ir lanchar.
— Pois lanchar, uma coisa que também tenho que ir fazer. Até á manhã, então.
— Sim, até á manhã.
Ele virou-se, foi se embora. Eu fiquei a vê-lo ir, pensando no acabara de acontecer, como é que num minuto ele tinha desejo nos olhos e no outro já não tinha. Isso era estranho, até para mim que lia livros de coisa que nem existiram, existem ou iram existir. A minha avó é que me veio buscar, cá fora, porque eu havia, ficado cá fora meia hora, depois de ter saído e chegado a casa. Eu não dei pelo tempo passar porque simplesmente, eu sentia que alguém ou alguma coisa me chamava.
Entrei e contei á minha avó que o meu colega de carteira me tinha levado até casa, e que depois é que foi para a dele, a minha avó disse para eu ter cuidado, mas disse-lhe que ele era uma pessoa amiga, como a Vanessa, a Bárbara e a Guida.
A Guida? Mas quem é essa? Devem vocês estar a pensar, bem vou descreve-la.
A Guida têm cabelos castanhos parecidos com o café, olhos verdes-amarelados, é alta e magra. É uma querida, não hesita em ajudar alguém com problemas, e tem um grande coração, ás vezes grande demais.
Ela pareceu ficar mais calma, mas continuou a dizer para eu ter cuidado.
Pedi á avó para não dizer nada ao pai, é que o meu é um pouco mandão, gosta da saber tudo (mas não sabe nada), gosta de dizer aquilo que devo ou não fazer, etc….E a avó como minha amiga, que é, não lhe disse nada. Fui a casa com o pai, jantei, fiz a mala e por fim, fui ler um livro que tinha trazido da biblioteca, chamava -se :“ Nudez Mortal” de J.D. Robb, é um livro policial sobre três assassinatos que acontecem e que são feitos pela mesma pessoa, um homem, que percebe perceber bem de segurança, armas antigas e de histórias do século XX. Eve é a tenente que está responsável pela investigação dos casos, as provas vão apontar para Roarke, um super empresário lindo, de cabelos pretos e olhos azuis, que se apaixona por Eve, esta envolve-se com ele, e daí………… Querem saber o resto, terão de ler o livro. Já são horas de ir dormir. Adormeci, e comecei a sonhar.
Estava num castelo ou numa casa com esse formato, a casa era antiga feita em pedra, tinha algumas rosas a crescer e a desabrochar. Uma porta de madeira antiga, muito bem trabalhada, tinha flores nas laterais da porta, mas no centro da porta, havia sido desenhada a cabeça de um leão com a boca aberta, os olhos dele pareciam que me seguiam. As janelas já também velhas, tinham algumas flores, como se o castelo fosse medieval. Entrei, fiquei maravilhada com a sala. A sala estava pintada de vermelho-sangue, as paredes e o teto eram tom de ouro. Os sofás eram almofadados, os móveis tinham sido polidos, os tapetes eram fofinhos aos meus pés……
Aos meus pés?!
Olhei para baixo e vi que estava descalça e com um vestido branco que me dava pelos joelhos, era lindo, elegante e assentava-me muito bem. Era justinho ao meu corpo, e tinha um decote em “ V ”.
Havia umas escadas no meio, de onde eu ouvi passos, com um pouco de medo tentei esconder-me, mas já era tarde.
— Que fazes aqui? – Disse-me uma voz familiar.
Olhei para trás, e lá nas escadas, estava Erik, com uma camisa da mesma cor que o meu vestido, e com umas calças pretas, estava uma brasa.
— Tu não devias estar aqui. É muito perigoso. E estares aqui comigo ainda pior.
— Porquê? Nós somos amigos, e tu não és perigoso de maneira nenhuma, és um rapaz simpático, inteligente, divertido, protector e um querido com as raparigas.
— Sim, eu sei que sou isso tudo, mas no fundo de mim existe um monstro, uma besta.
— Mentiroso.
— Mentiroso?! Eu sou um monstro. Um monstro que tira o sangue ás pessoas, que vive para sempre, que está morto. Um vampiro, um nosferatu.
— Eu não acredito. Se isso fosse verdade eu já teria sido mordida. E pelo que me parece eu não estou aqui a ver nada. – dizia eu, enquanto apontava para o meu pescoço descoberto.
— Não estava á espera que tu não acreditasses. Tu lês tanto sobre vampiros, e sabes imenso sobre eles, agora não acreditas que eles existam.
— Erik, eu sou tonta, mas não sou estúpida. Além disso, eu posso saber muito sobre vampiros, mas sei perfeitamente que eles não existem, não existiram, nem iram existir. Se isso é verdade mostra-me.
Olhou-me nos olhos, e fez-me um movimento para que eu me aproxima-se.
Eu dei um passo em direcção a ele, outro passo, outro e outro. Até que fiquei á sua frente, em cima das escadas, olhei para aqueles olhos já meus conhecidos e vi. Ele puxou a cabeça para trás, depois voltou a olhar-me. Os seus olhos escureceram, ficando negros e frio. Sorriu-me para que pudesse ver-lhe os caninos, grandes e pontiagudos, como os dentes de um tubarão. Ele olhou-me, por uns segundos, e depois puxou-me mais para si. Aproximou-me mais dele e beijou-me. Os seus lábios eram quentes, suaves e sedutores, beijou com uma força e uma vontade, que era difícil dizer “ chega”. Colocou uma nas minhas costas e a no meu pescoço. Começou beijar-me os ombros até que chegou ao pescoço. Aproximou-se os lábios, mas depois afastou-se.
— Não, eu não posso.
E soltou-me, fugiu escadas a cima e eu fui atrás dele, cheguei a um salão de dança, com um chão tudo pintado e o teto com um desenho de um anjo e uma mulher abraçados. Havia um piano clássico, muito bonito. Um violino antigo, mas muito bem tratado. E também havia uma flauta transversal, cor de prata.
— Vai-te embora, por favor. Eu não te quero magoar.
— Se não me queres magoar, morde-me. Porque se não fizeres irei ficar chateada contigo. Prova-me eu não me importo.
— Mas importo-me eu, porque eu posso perder o controlo e matar-te. E eu não quero matar uma pessoa muito especial para mim.
— De qualquer maneira eu teria de morrer, por isso não faz muita diferença.
— Não me digas coisa dessas, que fico assustado.
Voltei aproximar-me, já perto dele, peguei-lhe numa das mãos e coloquei nas minhas costas e a outra no meu pescoço, e depois coloquei a cabeça para trás, fechei os olhos e esperei.
— Força.
Passado uns segundos reparei que ele se aproximava, abriu a boca, e vi novamente os seus dentes brancos, pontiagudos e que de certa forma lindos. Pôs a boca no meu pescoço, e ……
— Cristiana levantar.
Merda, estava eu a ter um sonho bom, e já ia na parte interessante, quando a minha avó tinha de me chamar para a escola. Bem, não me posso continuar a lamentar, talvez eu sonhe outra vez e o sonho continue.

Capítulo três

Tocou e nós fomos para as aulas, em silêncio. Só quando chegámos á sala é que ele voltou a falar.
— Olha se a tua mãe pedisse desculpas ao teu pai, e ele a desculpa-se e a deixa-se voltar a viver lá em casa, o que é que tu farias?
— Não sei.
— Pensa durante a aula e no final diz-me.
Não tomei atenção nenhuma á matéria, porque estava sempre a pensar naquilo que Erik me havia dito. Se a minha mãe pedisse desculpas ao meu pai, isso era bom, e se o meu pai a perdoa-se era bom por um lado, mas também era mau por outro. Era bom porque significava que ainda se davam bem, mas era estranho. E agora devem estar a pensar assim: Estranho? Porque é que haveria de ser estranho?
Era estranho porque á muito tempo que eu sou feliz com o meu pai, a avó e o avô, e se a mãe agora viesse viver com o pai, isso significava que ele tinha sido idiota o suficiente para perdoar a minha mãe de uma traição, de mentiras , etc.
E agora a parte mais difícil, o que é que eu faria se isso acontece-se?
Bem, o que qualquer filha faria, aceitava. Mas eu assim seria uma estúpida, por isso, o que eu faria era dizer o que sentia e pensava do assunto. E assim tenho a resposta certa á questão.
O toque para sair, e ir para casa, tinha sido o suficiente para me tirar dos meus pensamentos. Erik já tinha arrumado as suas coisas na mala, pelo que me ajudou a arrumar as minhas coisas, para nos despacharmos mais depressa.
Saímos da sala, e já nas escadas, Erik olhou para mim e perguntou-me:
— Então o que é que farias?
— Nada.
— Nada?! A sério?
— Não.
— Ah! Também já achava estranho.
— O que eu faria era, dizer ao meu pai que era estranho a mãe vir viver connosco.
— Eu sabia!
— O que é que tu sabias?
— Que me darias uma resposta sincera e bem pensada.
— Ah! Uau! Achas-te mesmo isso da minha resposta ou ………. só disseste isso para eu ficar feliz?
— Achei mesmo isso.
— Obrigada.
— De nada.
— Vemos nos daqui a pouco, na aula de EV.
— Ok. Espero por ti aqui ao portão!
— Está bem, mas não é preciso.
— Claro, que é preciso, os amigos fazem isso uns aos outros.
— Então ok, te já.
Sai pelo portão para ir almoçar a casa, como sempre faço, e pelo caminho ia a pensar que Erik era um bom amigo, não a por ter a defendido, nem pelo facto de ele ser inteligente, mas sim porque ele tem um grande coração. E normalmente essas pessoas compreendem quando as outras pessoas têm problemas ou não, ou sentem se aquela pessoa precisa de ajuda, entre outras coisas.
Cheguei a casa num instante, entrei em casa e pus a mala no sofá velho que está cá fora, depois fui lá dentro de casa, ao meu quarto mais porpriamente, buscar o telemóvel, para ligar ao meu pai.
Fui aos contactos e liguei…………………………………….passado 2 minutos o meu pai desliga, para que seja depois ele a ligar. Ligou-me e eu atendi:
— “ Tou, é a Cristiana….”
— Não! É a Maria.
— “ Ai, é! Eu julgava que era a Cristiana.”
— Olha, sabes uma coisa?
— “ Não, ainda não me disseste.”
— Queres saber uma coisa?
— “ Sim. Diz lá.”
— Lembras-te de eu ter dito que tinha vindo um rapaz novo para a nossa turma?
— “ Sim, lembro-me.”
— Eu sou amiga dele.
— “ Tem cuidado, Cristiana.”
— Sim, pai eu tenho, não te preocupes.
— “ E a escola?”
— Foi boa, como sempre.
— “ E trabalhos de casa?”
— Não há.
— “ Não há? Tenho que ir ralhar com esses professores, então.”
— Não! Assim é que é bom.
— “ Pois é. Só que tu descansas, e aqui o velhote tem que vir vergar a mola.”
— Pois claro, tens que fazer alguma coisa, não pode ser só descanso.
— “ Ai, é. A desde cá vir pedir alguma coisa.”
— Tá bem, eu vou.
— “ Olha porta-te bem, e boa escola.”
— Está bem.
— “ Beijinhos!”
— Beijinhos.
E desligou. No fim de falar com o pai, fui para a cozinha, onde já a avó tinha servido o almoço. E como sempre eu tenho que saber o que é que é o almoço.
— O que é que é o almoço?
— Batatas de Azeite e Vinagre. – respondeu a avó.
— Boa.
Batatas de Azeite e Vinagre, é a comida que eu mais gosto.
Sentei há mesa, e comecei a comer, no fim de comer, fui para o quarto fazer a mala da tarde: a capa de EV, lápis de cor, canetas de pintar, cola, tesoura, livro, e caderno.
As coisas para EV estavam prontas agora faltavam as de Ciências Naturais: o manual, caderno de actividades, bolsa das canetas e caderno de ciências.
Agora sim, estava tudo pronto, como não faltava muito, fui logo embora para a escola.
— Até logo.
— Vais-te já embora para escola?
— Vou, avó.
E assim segui o meu caminho directo para a escola, onde um amigo muito recente me esperava. Um amigo muito especial.
Cheguei á escola, entrei pelo portão. Mas de repente, por detrás de mim, meteram umas mãos dos meus olhos, não via nada, mas sentia. E o que eu sentia era umas mãos macias como um bebé e carinhosas como uma flor.
— Quem é?
― Deixa-me adivinhar…….Vanessa.
― Não.
― Bárbara.
― Não.
― Espera ai, Erik.
― Sim.
E depois ele tirou as suas mãos macias e carinhosas dos meus olhos. Virei para ele que já tinha nas mãos aquilo que a prof. havia pedido. Ainda tivemos tempo para conversar sobre o porquê, que a prof. nos fizera trazer aquele material. Tocou logo a nós acabarmos de falar.
Subimos as escadas e entramos na sala, fiquei ao lado do Erik, como em todas as aulas. A prof. “Bebé”, a alcunha dela, entrou já atrasada para a aula.
― Trouxeram todos o material?
― Sim! – Respondemos todos num único.
― Bom, hoje vão desenhar o colega do lado.
Eu olhei á minha volta, tinha Erik atrás de mim e a Raquel do meu lado esquerdo. Eu escolhi logo desenhar o Erik, seria difícil, mas eu iria conseguir, e Erik também já me tinha escolhido para desenhar.
― Eu faço-te a ti e tu fazes-me a mim, boa. - Disse eu.
E a seguir pensei “ o desenho vai ficar horrível”. Mas já era tarde, já o tinha escolhido. A única coisa que posso pedir é para que não fique muito mau.
Tirei uma folha do bloco, um lápis e borracha, olhei para ele com convicção, e disse para mim própria, “ eu consigo”.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Capítulo dois


No dia seguinte tinha logo de manhã a aula de matemática, mas porque é que tinham de inventar a matemática, quem a inventou não devia estar bem da cabeça.
Cheguei a tempo e a horas, como sempre, sentei-me e só depois é que ao tirar o caderno é que  reparei que me tinha esquecido dos livros de matemática. Mas assim do nada o meu colega de carteira apareceu, por ele ( não sei como) chega sempre encima do 2º toque. Ele deve ter reparado que eu não tinha livro, pelo que a seguir me disse:
— Não tens livro? – perguntou-me ele da forma mais calma, doce e sensual que eu alguma vez vira.
— Não, esqueci-me dele encima da minha secretária quando ontem estive a fazer os T.P.C.’s.
Mas porque é que , ele quer saber se eu tenho livro ou não. Aqui á qualquer coisa que não está a bater certo. Ele nunca falou comigo e agora, da noite para o dia começou a falar, eu tenho que lhe perguntar o que é que se está a passar.
— Erik, posso saber porque começas-te a falar comigo? É que tu ontem não me ligavas nenhuma, e hoje estas a falar comigo. Passa-se alguma coisa? Oh! Desculpa , eu não me queria me ter na tua vida!
Escondi a cara, entre as mãos para que ele não visse como eu estava. Eu tinha sido mal-educada, sempre me ensinaram a não me meter na vida dos outros se quero que eles também não se metam na minha. Senti-a me estúpida porque estava a esconder a cara, que é uma coisa, que ninguém naquela altura fazia; e sentia-me feliz porque tinha conseguido ser um pouco intrometida, que é uma coisa que eu normalmente não faço, a não ser entre amigos.
— Não, de maneira nenhuma te meteste na minha vida. E sim, passa-se alguma coisa, que é …………..tu não tens livro, e eu posso partilhar contigo o meu. Mas só se tirares as mãos da cara.
Disse aquilo com tanta delicadeza que eu não resisti a rir e a tirar as mãos da cara ao mesmo tempo. Depois de eu me começar a rir, ele também começou, mas sem perceber qual era a piada. Parei de rir e respondi-lhe.
— A sério que não me meti na tua vida?
— Sim, a sério. Já agora do que te estavas a rir?
— Da maneira, como me falaste, com delicadeza, calma e sinceridade. Normalmente a malta da escola fala-me aos berros, com brutalidade e ás vezes com ofensas, enfim. E aquilo de partilhar o livro era a sério ou era só para eu tirar as mãos da cara?
— Era a sério.
Tirou os seus livros e colocou-os a meio da mesa para que nós pudessemos ver. A prof. começou a ver quem é que tinha feito os T.P.C.’s. Eu tinha feito já no caderno por isso não tive falta de t.p.c., mas tive falta de material. A meio da aula, enquanto fazíamos os exercícios, virei-me para Erik e disse.
— Podia-mos ser amigos? Se quiseres, claro.
— Claro que quero, afinal de contas é a única coisa que me falta, um amigo.
— Então está bem, mas vais me contar algumas coisas sobre ti, certo? Comida favorita, livros, música, programas de TV, dia de aniversário, e se não fosse muito falar-me da tua família e a tua vida.
— Está bem, mas só se tu fizeres o mesmo.
— Ok.
— Já acabaram o exercício? – Perguntou a prof. que só por acaso estava mesmo ao meu lado a verificar os exercícios.
— Sim! – Respondemos nós os dois ao mesmo tempo.
Começa-mos a mostrar os exercícios já todos feitos á prof., no fim de ver foi dar, outra vez, a volta há sala para ver se alguém precisava de ajuda. Depois de ela se ir embora, eu e Erik rimo-nos muito daquilo que acabara de acontecer. 
Quando tocou para nós sairmos eu e Erik saímos juntos como amigos que éramos, toda a gente ficou a olhar para nós espantados. Fomos para o campo, sentámo-nos nos degraus grandes, bem longe de toda a gente, e começamos a conversar.
— Bem, queres começar tu ou começo eu? - Perguntou-me ele com uma voz doce como o chocolate e querida como um ursinho de peluche. Olhou-me com aqueles olhos adoráveis como quem diz: Vá lá, começa tu! Por favor!
Eu não resisti aquele olhar, tão fofini ( fofinho).
— Vá, pronto. Eu começo, o que é que queres saber sobre mim.
— Tudo. Quer dizer tudo o que tu me quiseres dizer.
— Então não te preocupes, porque se depender de mim, tu irás saber tudo.
— Ainda bem, porque é mal ser amigo de alguém que não se conhece muito bem.
— Concordo contigo, mas olha que isso já me aconteceu.
— A sério?!
— Sim.
— Uau! Quero saber tudo acerca disso e de tudo o resto.
— Está bem, mas não te esqueças que depois és tu quem me vai contar tudo, mas mesmo tudo sobre ti.
— Sim, já sei. Não te preocupes que eu conto, prometi que contava e irei contar. Mas terás de ter paciência e calma, porque eu nunca falei sobre mim a ninguém nem nunca tive amigos.
— Eu tenho, juro. Mas olha que eu ás sou assim um pouco passada da cabeça, ok?
— Ok, eu também ás vezes sou passado da cabeça.
Olhamos um para o outro com os olhos arregalados de admiração e depois ……rimo-nos, de tanta gargalhada que demos, quase nos esquecíamos que estava a tocar para entrarmos, outra vez, para as aulas.
Começámos a levar-nos, já íamos a chegar á porta quando………..

Namorados,
Simples e casados
Foram há igreja
Beber uma cerveja!

Era o Jorge, da minha antiga turma. Ainda gostava de saber como é que aquele merdas é da minha família, meu primo. Mas enfim é meu primo, é meu primo. E vocês perguntam mas ele é assim tão mau e horrível? Sim, ele é mau, é gordo como uma bola, só tem é negas e é um parvo.
— E se tivéssemos ido, havia algum problema. – Respondeu logo Erik.
— Erik, ele não vale a pena, anda para as aulas. – Foi só o que eu consegui dizer.
— Vai, faz o que ela diz ó maricas!
Isso foi a gota de água, nem tive tempo para o impedir, Erik foi directo ao Jorge e deu um murro, pela cara, tão grande que ele nem se levantou.
— Só te aviso, voltas a ofende-la e a seguir levas mais! Percebes-te ou queres que te faça um desenho?
— Não é preciso, eu percebi, não sou idiota. 
— Acho bem.
Deixou o Jorge e veio ter comigo, com uma calma, como se nada tivesse acontecido ali. Como se ele não tivesse andado há porrada com o Jorge.
— Vamos para as aulas, porque já estamos atrasados.
Olhei para ele, nos seus olhos parecia-me ter visto uma sombra negra, mas essa sombra desapareceu tão depressa como apareceu, depois de olhar para ele olhei para o Jorge que se levantava do chão. Erik ter reparado pelo que disse:
— Não te preocupes, ele irá ficar bem.
— Achas mesmo?
— Sim.
— Então, está bem.
Fomos para a aula, quando chegamos a prof. perguntou-nos porque só tínhamos chegado agora, eu não sabia o que dizer, mas Erik inventou que nós tivemos a ajudar a carregar umas coisas e que só agora é que nos deixaram vir.
Não sei como, mas a prof. acreditou em tudo, ficou tão emocionada que nos retirou as faltas de atraso, foi estranho, mas altamente. Acabou a aula e nós caminhamos para o campo novamente.
Durante o resto do dia de aulas estive com Erik, ele mostrou-me um desenho que tinha feito há muito tempo, era um coração com assas. Um coração vermelho cor de sangue e umas assas brancas como a neve, parecia real, lindo e verdadeiro, disse-me também que apenas a especial iria receber aquele desenho.
— Uau! É lindo, como o fizeste?!
— Com um lápis e uma folha.
— Ah! Ah! Ah! Até me esqueci de rir.
— Então tu perguntas-te como, não perguntas-te para eu explicar o processo.
— Pareces o meu pai: “ Sabe suma coisa?” , “Não, ainda não me disseste.” , “ Pronto, queres saber uma coisa?”.
— Faz sentido o que o teu pai diz.
— Tu, estas do lado dele!?
— Sim.                                                                                                                 
— Agora estou chateada contigo.
— Tu não estás chateada comigo, coisíssima nenhuma.
— Ai não?
— Não, tu estás é amuada comigo, porque eu disse que estava do lado do teu pai e não do teu, não é isso?
— Sim.
— Mas pensa ele de certa forma até que tem razão.
— Sim, de certa forma ele tem razão. Aliás ele tem sempre razão, por isso é que ele é o meu paizinho querido.
— Tu gostas muito dele não gostas?
— Sim, eu amo-o.
— Que bonito, olha já não estás amuada comigo.
— Nunca estive, foi só para ver se dizias que eu tinha razão.
— Há! Isso é batotice.
— Não, não. Isto foi uma batatise.
— Uma batatise? Mas essa palavra existe no dicionário?
— Quer dizer existir, existe, no dicionário é que não.
— Ah! Bem, me parecia.
E nós rimo-nos daquilo que tinhas-mos acabado de dizer, se me tivessem perguntado há meia dúzia de horas se Erik iria ter amigos, eu diria que não, mas agora ……
— Ei! Ainda não me contaste qual é a história da tua vida? Isto é se ainda quiseres contar.
— O prometido é devido. Mas aviso-te já, a minha história não é daquelas felizes, e piegas.
— Oh! Deixa-me adivinhar é daquelas tristes, e com algumas lágrimas.
— Exactamente.
Olhei para ele com cara de cachorrinho mal morto, ele percebeu que não era um assunto que eu gosta-sse de falar, mas que lho iria contar na mesma.
— Bem, tudo começou no dia em que a minha mãe, me contou que eu iria ter um irmão. Fiquei feliz, quer dizer, o meu maior sonho iria se realizar. Mas …
Continuei a contar o resto da história, até chegar ao fim, só depois de chegar ao fim é que reparei que Erik tinha tomado atenção a tudo o que eu disse, como se eu tivesse dito a coisa mais interessante há face da Terra.
Ficámos a olhar um para o outro o resto do intervalo, mas olhávamos olhos nos olhos, olhava para ele via a pessoa mais querida, bondosa, inteligente e bonita que eu alguma vez conhecera.

Capítulo 1

Acordei com a minha avó a chamar: Cristiana levantar! E eu a pensar mas por que é que têm de haver escola. Demorei cinco minutos para acordar bem, mas com vontade nenhuma de ir para a escola, mas se não acordasse depressinha e me despachasse tinha a minha avó a berrar comigo outra vez. Vesti-me, penteei-me, tomei o pequeno-almoço e lá fui eu para a porcaria da escola. Bem devem estar a pensar: Mas por que carga de água é que ela vive com a avó, não tem mãe para tomar conta dela!? Bem eu ter mãe, até que tenho, ela é que está longe. É que há cinco longos anos os meus pais divorciaram-se, porque a minha mãe foi engravidar de outro homem, que não era o meu pai. Disse a toda a gente que estava feliz por ir ter um bebé, que eu iria ter um irmãozinho ou uma irmãzinha. Eu fiquei felicíssima porque ia ter o irmão ou irmã que sempre pedira, a minha avó também ficou contente por ir ter outro neto uma vez eu já era muito grande, mas um pouco desconfiada, pois achava estranho é que a minha mãe tinha engravidado, da noite para o dia. E ela tinha razão, isso só se soube quando o meu maninho nasceu, foi o dia mais feliz da minha vida e da vida do meu pai. Três meses, depois o meu pai soube a verdade, que o pai do meu irmão não era ele. Ele ficou triste, e partido por dentro, pois mesmo não sendo pai dele, ele amava-o como um filho, e ainda hoje é assim. Quando vou ver a minha mãe e o Luís Miguel mais tratado por Miguel ou Miguelinho ou como eu gosto de chamar Mi, ele leva sempre uma prenda para ele, pois ele é como eu disse um filho, mas o meu irmão também gosta dele, às vezes até chego a pensar que o meu irmão gosta mais do meu pai do que do dele. Parecem os melhores amigos um do outro. A minha mãe quando pediu o divorcio ao meu pai logo a seguir a ele saber tudo. Perguntou se eu queria ir com ela e se eu a perdoava pelo que ela me fez. E agora vocês vão me perguntar: Foste viver com ela? Perdoaste-a?
Quanto há primeira pergunta eu respondi……não, sabem porquê. Porque se eu fosse com a minha mãe ela ficaria comigo e com o Miguel, já para não falar que deixaria para trás todos os meus amigos e a minha família avó, avô e principalmente o meu pai, que ficaria sozinho e sem ninguém.
Quanto há segunda pergunta eu respondi…….sim, sim eu sei, como é eu pude perdoar uma coisa daquelas, mas é que se eu dissesse que não, eu nunca mais a iria ver, e nem ela me iria nunca mais, e também porque me ensinaram a perdoar as pessoas para que as pessoas mais tarde nos perdoem a nós.
Com isto tudo nem sequer me lembrei que já estava a poucos centímetros da escola, que ficava a cinco minutos da casa da avó. Como sempre espero por uma das minhas melhores amigas que tive até hoje, a Bárbara mais tratada por Baby. Ela tem cabelos castanhos pelos ombros, olhos da mesma cor, e tem uma maneira de ser querida e amiga, mas em termos de vida entre amigos assim …… tirando eu e mais uns poucos somos assim iguais para ela, mas de resto um pouco má, porque toda a gente lhe pede ajuda, mas depois quando é ao contrário já não querem retribuir. Por isso ela este ano, passou-se completamente e começou a ser mais fria com a pessoas que começassem as ser assim para ela, e eu acho que ela faz muito bem, por aquilo não podia continuar assim.
E eu, tenho cabelos compridos negros, olhos castanhos, bem até é tudo “um mar de rosas” literalmente, mas o problema é que uso óculos, e isso estraga todo o meu “ mar de rosas”. Mas não faz mal, já me acostumei a isso, mas tiram os óculos, tenho um grande coração, sou uma pessoa simpática e que gosta de ajudar, pelo menos é o que me dizem. Bem, mas como toda a gente tenho defeitos, por exemplo: tenho a mania de gastar imenso dinheiro a comprar minerais, nunca ouso tudo o que me dizem e mesmos depois dizer que ouvi tudo, e andar sempre a ler livros de vampiros, etc.
Chega de falar sobre mim, vamos voltar onde parámos, que foi…….hum…há sim, na escola. Como sempre ficamos as duas a conversar um pouco, antes de tocar para as aulas, e nos separar-mos.
Trim, trim, o toque para o inferno das aulas, lá nos separámos e fomos para as aulas, que era aula de «apresentações», que seca, todos os anos é a mesma coisa “ Olá, eu chamo-me Cristiana tenho 15 anos sou de Alpiarça.... blá, blá, blá” se é para  andar sempre a repetir a mesma coisa, vale mais comprar-mos uns gravadores, não é assim.
Bem eu esperava que este ano fosse acabar como todos os outros, que no fim das
«  apresentações » a Prof. nos manda-se ir fazer o que nós quisesse-mos, mas este ano foi diferente. Já o sentira desde o inicio da aula, algo novo iria acontecer e tinha razão, tivemos um colega novo, mas este colega era um pouco estranho, como se acabasse de sair de um filme de terror.
Tinha cabelos negros como os meus mas às ondinhas que lhe dava pelos ombros, olhos cor de âmbar, era alto e magro, e com alguns músculos, até aqui é um sonho, mas tinha um estilo quase gótico.
Toda a turma ficou de boca aberta, Prof. apresentou-o, chamava-se Erik Adrian. Todas as raparigas da minha turma incluindo eu (claro, com um borracho daqueles qualquer rapariga quer, não). O mais interessante ainda foi ele ser meu companheiro de carteira! Eu fiquei assustada e feliz, ao mesmo tempo.
Falávamos de vez em quando, mas sempre sobre os trabalhos, mas já era de esperar não é, ele é o gajo e eu a simples rapariga sua companheira de carteira. Ás vezes quando ele não estava a ver, eu olhava para ele e pensava só espero encontrar alguém como tu. Mas ás vezes a mim também, me parecia que ele me olhava quando eu não estava a ver. Parecia. Mas era impossível, eu não passa de uma rapariga que se sentava a seu lado nas aulas. Até que ser dia, ele me perguntou uma coisa que eu, fiquei a olha-lhe nos seus olhos cor de âmbar, e perdi-me naquele olhar quente, carinho e sincero, no qual eu me imaginava a ver o pôr-do-sol nunca praia com areias brancas e o mar mais azul-claro que já alguma vez tinha visto. Foi mágico. Um sonho. Uma miragem.
Mas com um único clique acabou-se, não tinha reparado que estávamos tão próximos um do outro, mais cinco centímetros e ………bam, era um beijo, mas a Prof. tinha que me chamar há atenção naquela hora, e estragou tudo. Fiquei fula da vida, mas em fim, já tinha tido muita fantasia por aquele dia. 






Rosas Vermelhas Imortais

Ela sempre voltará, como as rosas de uma roseira, perfeitas e vermelhas, tintas e doces como o sangue que trocámos enquanto nos amávamos. Iguais, vindas da mesma essência, vindas de uma mesma alma imortal.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Amor Mortifiro






Cristiana Teodoro
2011-09-12

Amor Mortífero
Quando pensamos que a nossa vida acabou, que já não cá estamos a fazer nada, aparecemos uma luz ao fundo do túnel.
Bem isso aconteceu-me, uma das minhas melhores amigas abandonou-me, eu estava em baixo no primeiro dia de aulas, devido a isso. Mas depois de entrar para a primeira aula, a minha vida nunca mais foi a mesma.
Ele era lindo, tão lindo que fazia lembrar um anjo, era a combinação de carinho, força, inteligência, beleza e sensualidade tudo junto. Tornou-se um dos melhores que tive, mas ele tinha um segredo, um segredo misterioso e arrepiante, que eu apenas soube quando fui a sua casa.

Agradecimentos

Quero agradecer á minha família, principalmente ao meu pai, á minha mãe e aos meus avós, pois todos eles me ensinaram lições de vida importantes.
O meu pai ensinou que nunca, mas nunca devemos deixar irmo-nos a baixo, pois isso só mostrará que estamos vulneráveis,
A minha mãe ensinou-me que não devemos mentir às pessoas que amamos, mesmo que seja para protege-los, pois quando souberem a verdade a tristeza será muito maior.
Os meus avós ensinaram-me que mesmo que estivamos tristes nunca devemos rebaixarmo-nos a ninguém, e se, às vezes, for preciso haver ao murro e á estalada, que haja.
Depois quero agradecer aos meus amigos verdadeiros:
Bárbara, Vanessa, Guida, e claro ao resto dos meus amigos das turmas do 9º, mas quero agradecer principalmente á maravilhosa turma do 9º A, pois são uma turma espectacular.

Dedicatória

Quero dedicar este livro as raparigas e rapazes que na vida tiveram um trauma, que devido a isso se afastaram de tudo e todos, e que agora foram abandonados e estão sozinhos.
O meu concelho é que tentem fazer novos amigos, e que convivam mais com as pessoas, em vez de se afastarem delas, isso poderá ajudar.
Por isso aqueles que julgam que estarão sempre sozinhos devido á beleza ou a outra coisa qualquer, merecem saber que a vida danos sempre segundas oportunidades.