Páginas

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Capitulo 38

Olá, meus amados filhos das trevas ...


Uma parte da parede estava a abrir-se como uma porta. Mostrava uma pequena sala, dentro de uma velha gruta. A sala era feita de grandes pedras, e no meio existia um caixão de vidro, com Claire lá dentro.
Estava frio lá dentro, parecia uma arca congeladora, até as pedras ali espalhadas estavam congeladas e parecidas com cristal. No caixão via-se uma bela e magra rapariga congelada e morta. Tinha o cabelo castanho solto, e tão grande que lhe dava pela cintura.
Tinha na cabeça uma lindíssima coroa de rubis e diamantes. O vestido era vermelho e prateado, e tinha a pele muito branca, lembrava um fantasma congelado. As mãos dela estavam juntas e com uma rosa vermelha sangue nas mãos.
Uma rosa sangue? Onde é que eu vira uma igual? Já me lembro! Foi o Erik que me deu uma rosa sangue. O Erik, ele podia ter dito que ia viajar, mas ficara lá para tratar dela. Ele mentira a toda a gente. Pensando bem no assunto, a letra dos livros era parecida com a dele, a rosa igualmente parecida com a que ele me dera e o modo como descreveram o que se passara era igual á dele. Foi o Erik, que a amara, tivera a filha e matara-a.
 - Oh, meu Deus! - Gritei. - Foi ele que matara Claire.
 - Quem?! - perguntou-me Rodrigo. - Diz-me. Por favor ...
Ele aproximou-se dela e olhou para ela com a cara muito triste. Lágrimas começaram a cair dos seus belos olhos esmeralda, e as lágrimas pareciam cristal. A sua mão posou no vidro, mesmo por cima do coração. Aquela cena estava a matar-me por dentro. Revivê-la daquela maneira, devia ser muito triste. Principalmente, não sabendo que tinha sido o irmão a matar a sua amada. Eu queria conta-lhe, mas tinha medo que ele não aguenta-se a verdade.
Ele desviou o olhar dela e olhou-me directamente nos olhos. Era como se olhar me entra-se pela alma e a tristeza passa-se para mim pelo vento. A cara dele estava cheia de dor e desespero de não saber a verdade.
 - Por favor diz-me quem foi que lhe fez isto. Por favor ... - Pediu-me ele, novamente.
 - Foi ... foi ... foi ... - Tentei dizer-lhe, mas engasgava-me sempre que ia dizer o nome dele.
 - Foi?
 - Foi o Erik. - Disse baixinho.
 - Quem? Não ouvi nada.
 - Foi o Erik! Ele matou-a, porque ela lhe pediu.
 - O quê? - Exclamou ele chocado. - Não. Isso é mentira.
 - É verdade. Ela sabia que eras um vampiro e acabou contigo, por causa disso. Ela não queria viver como vampira, por isso, pediu ao Erik que a mata-se por amor. Ele amava-a, e cego de amores por ela, fez o que ela lhe pediu.
 - Ele não tinha o direito! Não tinha!
Nesse momento, parecia que tinha adivinhado, apareceu Erik na gruta. Fiquei entre eles para evitar que Rodrigo tenta-se matar Erik. Erik tinha cara de confusão e de quem não sabia que fazer ou dizer. Rodrigo era o oposto, estava furioso e louco de raiva.
Rodrigo já tinha dado um murro ao irmão, se eu não estivesse no caminho dele. Podia sentir e ver a fúria de Rodrigo e a confusão do Erik. Talvez, devesse tentar acalmar a situação. Mas era tarde demais, Rodrigo já estava a acusar Erik.
 - Não tinhas o direito!
 - Ela sabia e eu amava-a. Não me podes bater por ama-la.
 - Tens razão. Mas posso bater-te por a teres morto.
 - Ela pediu-me e eu recusei-lhe a principio. Mas aconteceu e ela implorou-me.
 - O que é que aconteceu?
 - Nada que tenhas de saber.
 - No entanto, eu quero saber. Agora, ou troço-te o pescoço.
 - Rodrigo! - Gritei-lhe.
 - Desculpa. Ainda quero saber o que aconteceu.
 - Nós ... tivemos uma relação.
 - Uma relação?!
 - Que numa noite acabou na cama e ela ficou grávida.
 - Tiveste um bebé dela?!
 - Não. Tive uma bebé. Uma rapariga e não um rapaz.
 - Eu mato-te hoje!
Tinha já os punhos fechados e estava a preparar-se para se atirar a Erik. No entanto, eu consegui impedi-lo a tempo. Ele tentou acalmar-se e esperou pela continuação da história, enquanto eu lhe segurava as mãos, para acontecer um interdito.
 - Continua. - Disse Rodrigo.
 - Acho que a bebé não era minha, porque nasceu com cabelos loiros e olhos prateados. Era muito bonita, e tinha um sinal de nascença estranho.
 - Estranho como ?
 - Era uma estrela na cintura. Por isso, achas que não era minha.
 - Espera. Uma estrela na cintura?
 - Sim. Foi o que disse.
 - Continuando. Tiveste uma filha e ...
 - E não fiquei com ela. Deixei-a a uma pessoa de confiança.
 - Quem?
 - Há bruxa Julie. Ela prometeu-me cria-la e não revelar-lhe nada dos pais, se eu promete-se proteger-lhe a familia.
 - Ela não era tua filha. Era minha filha! - Disse Rodrigo sério.
 - Como?
 - Nenhum dos dois tem uma estrela na cintura, mas eu tenho. E nem tu ou ela, são loiros, mas eu sou. Logo a bebé era minha.
 - Faz sentido.
 - Que nome lhe deste?
 - Helena.
 - Bonito nome. O que lhe aconteceu?

Sem comentários:

Enviar um comentário

Se tiveres coragem de um filho da trevas, comenta os capitulos.