Uma parte da parede estava a abrir-se como uma porta.
Mostrava uma pequena sala, dentro de uma velha gruta. A sala era feita de
grandes pedras, e no meio existia um caixão de vidro, com Claire lá dentro.
Estava frio lá dentro, parecia uma arca congeladora,
até as pedras ali espalhadas estavam congeladas e parecidas com cristal. No
caixão via-se uma bela e magra rapariga congelada e morta. Tinha o cabelo
castanho solto, e tão grande que lhe dava pela cintura.
Tinha na cabeça uma lindíssima coroa de rubis e
diamantes. O vestido era vermelho e prateado, e tinha a pele muito branca,
lembrava um fantasma congelado. As mãos dela estavam juntas e com uma rosa
vermelha sangue nas mãos.
Uma rosa sangue? Onde é que eu vira uma igual? Já me
lembro! Foi o Erik que me deu uma rosa sangue. O Erik, ele podia ter dito que
ia viajar, mas ficara lá para tratar dela. Ele mentira a toda a gente. Pensando
bem no assunto, a letra dos livros era parecida com a dele, a rosa igualmente
parecida com a que ele me dera e o modo como descreveram o que se passara era
igual á dele. Foi o Erik, que a amara, tivera a filha e matara-a.
- Oh, meu Deus!
- Gritei. - Foi ele que matara Claire.
- Quem?! -
perguntou-me Rodrigo. - Diz-me. Por favor ...
Ele aproximou-se dela e olhou para ela com a cara
muito triste. Lágrimas começaram a cair dos seus belos olhos esmeralda, e as
lágrimas pareciam cristal. A sua mão posou no vidro, mesmo por cima do coração.
Aquela cena estava a matar-me por dentro. Revivê-la daquela maneira, devia ser
muito triste. Principalmente, não sabendo que tinha sido o irmão a matar a sua
amada. Eu queria conta-lhe, mas tinha medo que ele não aguenta-se a verdade.
Ele desviou o olhar dela e olhou-me directamente nos
olhos. Era como se olhar me entra-se pela alma e a tristeza passa-se para mim
pelo vento. A cara dele estava cheia de dor e desespero de não saber a verdade.
- Por favor
diz-me quem foi que lhe fez isto. Por favor ... - Pediu-me ele, novamente.
- Foi ... foi
... foi ... - Tentei dizer-lhe, mas engasgava-me sempre que ia dizer o nome
dele.
- Foi?
- Foi o Erik. -
Disse baixinho.
- Quem? Não
ouvi nada.
- Foi o Erik!
Ele matou-a, porque ela lhe pediu.
- O quê? -
Exclamou ele chocado. - Não. Isso é mentira.
- É verdade.
Ela sabia que eras um vampiro e acabou contigo, por causa disso. Ela não queria
viver como vampira, por isso, pediu ao Erik que a mata-se por amor. Ele
amava-a, e cego de amores por ela, fez o que ela lhe pediu.
- Ele não tinha
o direito! Não tinha!
Nesse momento, parecia que tinha adivinhado, apareceu
Erik na gruta. Fiquei entre eles para evitar que Rodrigo tenta-se matar Erik.
Erik tinha cara de confusão e de quem não sabia que fazer ou dizer. Rodrigo era
o oposto, estava furioso e louco de raiva.
Rodrigo já tinha dado um murro ao irmão, se eu não
estivesse no caminho dele. Podia sentir e ver a fúria de Rodrigo e a confusão
do Erik. Talvez, devesse tentar acalmar a situação. Mas era tarde demais,
Rodrigo já estava a acusar Erik.
- Não tinhas o
direito!
- Ela sabia e
eu amava-a. Não me podes bater por ama-la.
- Tens razão.
Mas posso bater-te por a teres morto.
- Ela pediu-me
e eu recusei-lhe a principio. Mas aconteceu e ela implorou-me.
- O que é que
aconteceu?
- Nada que
tenhas de saber.
- No entanto,
eu quero saber. Agora, ou troço-te o pescoço.
- Rodrigo! -
Gritei-lhe.
- Desculpa. Ainda
quero saber o que aconteceu.
- Nós ...
tivemos uma relação.
- Uma relação?!
- Que numa
noite acabou na cama e ela ficou grávida.
- Tiveste um
bebé dela?!
- Não. Tive uma
bebé. Uma rapariga e não um rapaz.
- Eu mato-te
hoje!
Tinha já os punhos fechados e estava a preparar-se
para se atirar a Erik. No entanto, eu consegui impedi-lo a tempo. Ele tentou
acalmar-se e esperou pela continuação da história, enquanto eu lhe segurava as
mãos, para acontecer um interdito.
- Continua. -
Disse Rodrigo.
- Acho que a
bebé não era minha, porque nasceu com cabelos loiros e olhos prateados. Era
muito bonita, e tinha um sinal de nascença estranho.
- Estranho como
?
- Era uma
estrela na cintura. Por isso, achas que não era minha.
- Espera. Uma
estrela na cintura?
- Sim. Foi o
que disse.
- Continuando.
Tiveste uma filha e ...
- E não fiquei
com ela. Deixei-a a uma pessoa de confiança.
- Quem?
- Há bruxa
Julie. Ela prometeu-me cria-la e não revelar-lhe nada dos pais, se eu
promete-se proteger-lhe a familia.
- Ela não era
tua filha. Era minha filha! - Disse Rodrigo sério.
- Como?
- Nenhum dos
dois tem uma estrela na cintura, mas eu tenho. E nem tu ou ela, são loiros, mas
eu sou. Logo a bebé era minha.
- Faz sentido.
- Que nome lhe
deste?
- Helena.
- Bonito nome.
O que lhe aconteceu?
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