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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Capitulo 37

Olá, meus amados filhos das trevas ...


Abri o livro e folhei umas páginas. Era velho e algumas palavras não se conseguiam ler, mas com um pouco de paciência éramos capazes ler o que lá estava escrito. Exclusivamente, as páginas finais falavam de Claire. Comecei a ler uma das páginas, que dizia:

"Ela irá ser minha. Farei o que tiver de fazer,
para a conseguir para mim."

Ele fez o que tinha de fazer para a conseguir, incluindo matá-la. O modo como escreveu, mostra que ela estava com outro e que ele a amava muito. No entanto, o amor que ele tinha era doentio, por isso, quando percebeu o mal que fizera, o amor dele transformou-se em ódio. Um ódio muito grande, que fez com que ele não se apercebe-se do que fazia.
Mais á frente, escreveu palavras mais fortes e exigentes, loucas:

"Ele não faz nada, e ela sabe o segredo. Se ele
não fizer, eu farei alguma coisa."

No livro, avancei dois meses, e nas frases que ele voltara a escrever eram chocantes. E descreveu como faria as coisas para não desconfiarem. Antes de chegar a umas frases, ele disse que a iria congelar depois de morta, para a puder ver para sempre. Mas o interessante foi:

"Ela está grávida. A bebé é minha,
ou pelo menos penso que é minha.
Mas não vou poder ficar com ela, pois iriam
desconfiar. Por isso, ficará com uma pessoa de confiança."

Ele sabia que ela estava grávida, e que a bebé era dele, ou pensava ele que era. Mas foi matá-la na mesma. Porque o fez? Ao menos não matou a bebé, deixou-a a alguém de confiança. Mas quem seria? Alguém que lhe deu educação. No entanto, teria sido boa ideia deixa-la? Não me parece.
Ele tinha linhagem, independentemente, do que acontece-se a ela. Continua faltar o porquê nesta história. Se ele a amava, porque a matou. Porquê? Ela podia não ama-lo, mas teria sido por isso que a matou? Sim ou não?
Segui umas páginas para a frente, e 6 meses se passaram. E foi nestas páginas que tive a resposta ao porquê. Ele escrevera o que se passara:

"A bebé está bem e a mãe também. Mas ela disse-me que
não suportaria viver como vampira e pediu-me que a mata-se.
Não o fiz. E ela ordenou-me a mata-se por amor.
Disse que se eu a amava que a mata-se. Foi o que fiz,
 e irei arrepender-me para o resto da vida de o ter feito.
Matei-a. Matei-a por ama-la."

Coitado. Ele matou-a, mas foi por ama-la. Não entendi-a. Como é que isso fez ele ou ela mais felizes? Ele amava-a tanto, que a matou, porque ela lhe pediu. Por um lado compreendo, mas por outro lado não compreendo. Não era certo, mas também não era errado, pelo menos não era completamente errado.
Ela era o amor dele, por isso, ele fez tudo o que ela queria. Só para a ter para ele, nem que fosse nos últimos minutos da vida dela. No entanto, deveria ter dito que não, mas para ele era impossível recusar-lhe alguma coisa. Nem que fosse, o mais insignificante desejo ou pedido. O amor é mágico e, por vezes, trágico. Neste caso amoroso, o amor foi uma tragédia mortal.
Voltei a pôr o livro onde estava, e fui para a enorme caixa. Era realmente bonita, e tinha uma placa com um nome. Retirei o pó e li : Claire. Acho que tive um ataque, quando vi o nome dela ali escrito. Recomecei a ler as frases, e desta vez, chamei Rodrigo para junto de mim.
Lê-mos os dois e sentarmo-nos a pensar. Vi que ele queria abrir a caixa. ou será caixão? É o mesmo!
Agarrei nele e puxei-o para me ajudar a abrir a caixa, ou caixão. Ele pareceu ficar confuso, mas animado.
 - Sei que queres abrir isto, por isso, vamos abri-la.
Eu fiquei a uma ponta e ele na outra ponta. Contei até três e fizemos força. A principio, quase não se mexeu. Mas com a força de Rodrigo, começou a mexer-se um bocado. Continuamos a fazer força, até não aguentar-mos mais. Ele acabou primeiro, por isso, veio ajudar-me.
Quando acabamos de abrir a caixa, olhamos para dentro dela, e ... Nada. Tinha um pequeno cartão, e mais nada. Estava fazia, mas eu sabia que ela estava perto. Ele amava-a demais, para a deixar num sitio tão visível, onde todos a podiam ver.
Ela estava num sitio perto, mas escondida. Talvez por detrás de uma parede ou armário, num santuário secreto para ela. Devíamos procurar uma pedra saída, uma alavanca ou outra coisa parecida. Antes disso, estiquei-me e agarrei o cartão. Abri-o e li-o em voz alta:

  "O vampiro tem a Rosa.
A Rosa tem o mundo.
O mundo esconde um segredo.
Para a encontrares, procura o mundo.
E a Rosa encontrarás.
Dentro dela o vampiro."

 - Temos de procurar o mundo e uma rosa. Mas onde? - perguntou-me ele.
 - Talvez, á volta da caixa. Foi onde o cartão estava.
 - Boa ideia, querida.
 - Obrigada.
Rodrigo viu a tampa da caixa, enquanto que eu vi-a á volta. De repente, vi um circulo no meio da caixa. Tirei o pó com a mão, e encontrei o mundo e, por cima, a rosa. Empurrei-a e, logo se ouvir uma porta a abrir-se.

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