Olhei para a Nessa, que tinha cara de quem precisava
de ajuda, e ela olhava para mim com os olhos muito abertos. Apressei - me a
pensar em algo para a ajudar. A Nessa ainda corada, tirou as mãos dele.
- Nessa, qual
será o teu animal? - Perguntei - lhe depressa.
- O meu quê?
- O teu animal.
Cada personalidade é parecida com a de um animal, o nos liga a esse animal,
caso descubras qual é o animal. Qual é o teu? - Disse o Aaron.
- Não sei.
- Então, vamos
descobrir.
Aaron agarrou, outra vez, na mão da Nessa e levou - a
pelas enormes portas, que davam para o jardim. Eu e Rodrigo fomos de mão dada,
atrás deles. Marcus e a Rose imitaram - nos. A Aurora foi a única que não quis
vir connosco, preferiu ir ver como estava o Erik. Que relação teriam eles?
Amorosa? Amizade? Não sei, mas não era da minha conta. Logo, não me ia meter.
Aaron e a Nessa ficaram na linha da frente, saiu - me
um pouco futebolístico. Nós ficamos atrás a observar, a Nessa estava meio
assustada e Aaron a tentar concentrar - se para a ajudar. Aaron pediu á Nessa
para se concentrar, … blá... blá... blá... blá; entregou - lhe um caderno e fez
ela lê - lo. Esperamos, esperamos, esperamos e esperamos. E nada aparecia.
Estávamos quase a irmos embora, quando um barulhinho
nos chamou á atenção, e acabamos por ficar para ver o que iria sair dos
arbustos. Saiu dos arbustos, nada mais ou nada menos, um gatinho. Era uma
gatinho branco, com um olho azul claro e o outro olho dourado, e era adorável.
Assim que viu a Nessa, correu e saltou para o colo dela. Não sei como, mas ela
agarrou o gato no momento certo. Fez - lhe umas festas e o gato começou a
ronronar.
- Vou chamar -
te…hum...Aaronessa. Gostas?
O gatinho abanou a cauda, em sinal de concordância.
Aaron aproximou - se da Nessa, e segredou - lhe ao ouvido qualquer coisa que eu
não ouvi. Ela olhou para ele e abanou a cabeça a concordar. Ela posou o gatinho
no chão e deixou que Aaron a leva - se.
Tinha um pressentimento que ele lhe ia contar dos
vampiros. Estava certa, porque quando olhei para Rodrigo ela confirmou - me.
Ela iria precisar de mim, depois da revelação. Ou talvez não. Afinal, tínhamos
visto muitos filmes de vampiros e ela aguentou. Apesar de ás vezes se agarrar
com muita força, ás minhas almofadas nas partes assustadoras.
Fomos para dentro, e eu sentei - me com Rodrigo á
espera deles. Mas a espera, fazia com que eu começa - se a pensar demais na
situação. Que estaria ele a dizer - lhe? Porque se demoravam tanto? Estaria a
correr tudo bem? Ela teria aceitado? Sim? Não?
- Isto está a
dar comigo em doida. - Disse em voz alta.
- O que é que
te está a deixar doida? - Perguntou - me Rodrigo.
- A
curiosidade.
Então pensei em ir pôr - me a espreitar por uma
janela, mas não sabia qual era janela. Que vou fazer? Não posso começar a ver
todas as janelas da casa! São muitas! Já sei, o que vou fazer! É uma ideia
muito pouco desconhecida, mas eficaz.
Agarrei no telemóvel, e escrevi um SMS a perguntar á
Nessa a que janela é que ela estava mais próxima. Ela perguntou - me para que
queria eu saber isso. Para disfarçar, disse que era para não me aproximar dessa
janela e não ver alguma coisa que não devia. Ela deu - me a descrição, e eu
descobri que a janela era da cozinha. Levantei - me e tentei pôr - me a
caminho.
- Vais onde? -
Perguntou - me Rodrigo.
- Vou á cozinha
fazer uma coisa que não devia.
- O que é?
- Espiar a
melhor amiga.
- Posso ir
contigo?
- Com certeza.
Agarrei na mão dele e fomos para a cozinha. Não era
difícil dar com a janela, porque era a única janela. Tinha uma cortina creme, o
que nos ajudava a esconder deles. Fiquei eu a uma ponta e Rodrigo a outra ponta
da cortina. O visionamento e a audição para a cena era perfeito, por isso,
ficamos calados e á espera que a conversa começa - se. Aaron tinha relva no
cabelo, não sei porquê, mas também me iria meter. A Nessa tinha uma rosa
vermelha nas mãos, que provavelmente teria sido Aaron a oferecer - lhe. De
repente a conversa começou.
- " Um
vampiro?! A sério? "
- " Sim,
mas amo - te."
- " Eu
também te amo."
- " E
porque continuas a me dizer que não consegues estar comigo? "
- " Tu
vais viver para sempre, eu não. "
- " A
mortalidade é o problema? "
- " Sim.
"
- " Eu
prometo - te transformar - te quando quiseres. "
- " Quero
que o faças aos meus 19 anos. Ok? "
- " Ok.
"
Aaron deu - lhe
um beijo. E foi bastante quente, porque a Nessa ficou corada depois do beijo, e
agarrou na mão dele para se irem embora, como se quisesse fugir. Eu e Rodrigo,
ficamos na cozinha.
De repente, o meu estômago fez barulho a dizer que
tinha fome. Rodrigo de certeza, tinha ouvido, porque começou a tirar bolachas,
pão, doses, fruta, etc. Tinha um verdadeiro banquete, e não sabia por onde
começar a comer.
Rodrigo agarrou numa bolacha e fez - me mordê - la,
para depois ele comer a outra metade da bolacha. Foi tão romântico que decidi
apanhar um morango e fiz com que ele morde - se para eu comer a outra metade.
Ele adorou e, por esse motivo, partiu um pedaço de bolo e começamos a comê - lo
juntos até faltar um pedaço. Ele ficou com o pedaço, mas levou - me o pedaço
quase á boca. Quase. No momento, em que estava para o comer, ele tirou - me o
pedaço da frente e deu - me um beijo. Foi um beijo muito doce e agradável. Amei
o beijo!
- Mas isto é
sítio para estas poucas - vergonhas?! - Disse a Nessa, no gozo e sem avisar.
- Tens algum
problema!? - Respondi - lhe na brincadeira.
- Sim. Não
existe outro sítio para estes namoricos? - Disse Aaron. - Sim, chama - se
quarto!
- Não nos
apeteceu ir para lá. - Reclamou Rodrigo.
- Preciso de
ralhar com alguém? - Perguntou a Rose.
- Talvez. -
Respondeu Marcus.
- A culpa é
dele. - Disse, apontado para Rodrigo. - Ele é demasiado adorável e eu não lhe
consigo resistir. E existe uma frase que diz: "A única maneira de livrar -
se da tentação é ceder a ela."
- Faz sentido.
- Concordaram todos.
Depois apareceu uma onda de amor, vinha não sei de
onde, que fez os casais que ali estavam começarem a dar um beijo. Os primeiros
foram eu e Rodrigo, seguiu - se a Rose e Marcus e por fim, a Nessa e o Aaron.
Tinha sido uma cena muito amorosa.
- Tenho uma
cena para te contar! - Disse a Nessa, para me fazer curiosidade.
- O que é?! -
Perguntei - lhe.
- Eu e o Aaron
namoramos.
- Eu sei, ele
sabe e nós sabemos. - Respondi.
- Sabem?! -
Exclamaram a Nessa e o Aaron.
- Sim, vimos o
beijo ali fora.
- Não sabes,
que a curiosidade matou o gato. - Disse - me ela.
- Isso
aconteceu, porque o gato não teve cuidado e gastou as 7 vidas.
- Tu és uma
cusca.
- Quem? Eu? Não
sei do que estás a falar, cusca! - Disse - lhe.
- Eu não sou
cusca. - Respondeu irónica.
- Eu também
não!
Depois abraçámos - nos. Mas o abraço não demorou
muito, porque era horas de lanchar e estava tudo com fome.
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