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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Capítulo 22

Fuia a casa buscar a minha mala, pra apanhar a boleia do pai do Erik. O carro era um lindo, Mercedes-Benz branco deste ano. Por dentro, era de pele preta e macia. Estava muito brilhante, como se fosse acabado de comprar.
Erik sentou-se, nos bancos de trás, comigo. Mete-mos o cinto, e o pai do Erik arrancou.Como é que seria viver assim? Provavelmente, era muito bom.
- Erik, tu podes entrar em casa da avó sem seres descoberto?
- Sim. - Disse-me ele, antes de deixar chocada. - Até posso entrar no teu quarto, quando menos esperares.
- Experimente, entrar sem aviso, que vais o que te acontece. - Ameaçei-o.
- O que é que me acontece?
- Agarro-te, se conseguir, e amarro-te a uma cadeira, se encontrar corda.
- E depois?
- Ficas assim o resto da tarde.
- E?
- Quieto. - Disse-lhe. - Não mexe, não fala, não respira.
- Sim, meu capitão.
- Agora, retomando o tema de conversa. A sério que podes entrar?
- Claro, mas porque perguntas?
- Por nada. Curiosidade.
- A curiosidade matou o gato.
- Isso aconteceu, porque o gato não teve cuidado.
Quando dei por mim, já estava a chegar a casa. Enquanto eu tirava o meu cinto, já Erik tinha tirado o cinto dele e estava a abrir-me a porta. Pediu-me a mão, e eu não recusei, dei-lhe a minha mão.
Parecia que tinhamos recuado no tempo. No tempo em que, os cavalheiros, de fatos e laços ao pescoço, ajudavam as damas, com os vestidos compridos e lindamente decorados, a descer das carruagens, muito altas e grandes. Eram tempos, muito maravilhosos, onde as mulheres podiam gastar dinheiro no guarda-roupa e os homens podiam andar, até manhã, nos cabarés e ir á casa aos Sábados.
Depois de sair, ele fechou-me a porta suavemente e pediu ao pai, mais 5 minutos comigo. O pai ficou no carro á espera. Encontrava-nos á porta da casa a conversar.
- Erik, eu aquela pergunta, á pouco, porue queria que viesses ter comigo. Podes?
- Claro, seria um prazer.
- Ficarei á espera. - Disse-lhe, enquanto o abraçava.
- Quem é este rapaz? - Perguntou o pai, de repente.
Entrei em pânico. Deixei de abraçar o Erik, para o meu pai não pensar coisas. Como vou dizer lhe que tenho um namorado? E que fuia sua casa? Como? Acalmei-me e deixei fluir tudo.
- Pai, este é o Erik. Erik, este é o pai.
- Este rapaz é teu namorado? - Perguntou-me ele.
- Pai. Paizinho. Querido ...
- Vem aí coisa. - Exclamou o pai.
- Queres que eu diga? - Interrogou-me Erik, com calma.
- Importavas-te?
- Nada. - Disse-me ele. - Senhor, eu sou o namorado da sua filha. Espero que não se importe, porque eu irei cuidar muito bem da sua menina.
- E pedis-te autorização a quem? - Interrogou-o o pai.
- Eu pedi a ela, mas se tiver de pedir a si, tudo bem. - Exclamou Erik. - Posso namorar a sua filha?
- Talvez.
- O que tenho de fazer para poder namora-la?
- Quero a tua palavra. - Disse o pai, muito sério. - Se tomares bem conta dela podes namora-la.
- Cuidarei bem dela. Só por curiosidade, o que me acontece se a tratar mal?
- Vou a tua casa, com uma catana, e corto-te aquilo que tu tens entre as pernas. Entendido?
- Sim. - Respondeu Erik, muito branco. Parecia um fantasma.
Depois o meu pai fez mais umas perguntas rápida ao Erik. Ele respondeu a todas, com a verdade e amor nas palavras e estanpadas na cara. Fiquei ali a observar, o pai queria saber tudo sobre Erik e Erik queria agradar o pai. Depois de acabarem as perguntas, o pai mandou-me para dentro porque eram horas de jantar.
- Está bem. Vou só despedir-me dele?
- Despacha-te. E olha que eu estou aqui.
Abraçei Erik muito depressa. Estavamos perfeitos. Abraçei-o pelos ombros e ele pela minha cintura. Depois colocamos a cabeça de cada um no ombro de outro.
- Já tenho saudades tuas. - Disse-me ele.
- Eu também. - logo, ouvi o meu estômago com fome. - Tenho fome, por isso, vamos apresar.
- OK.
- Toma bem, conta do Brancura.
- Tomarei.
- Porta-te bem.
- Está bem.
- Beijinhos.
- Beijinhos.
Deu-me um beijo, muito suave e caloroso, na bochecha e foi-se embora, no carro do pai. Acenei-lhe e ele fez-me o mesmo. Dei a volta, e fuia para dentro para ir comer. Cheguei para a cozinha e sentei-me.
- Boa noite. - Disse a todos.
- Como foi? - Perguntou a avó.
- Bom. Conheci os pais dele, o irmão e o primo.
- São boas pessoas?
- Sim, tem uma casa enorme, um lago, etc.
- Deviamos preocupar com esse rapaz? - Perguntou o tio Rui, que lá estava coma a tia.
- Talvez.
- Porquê? - Perguntou a tia.
- Porque talvez, ele seja meu namorado.
- E se não a tratar bem, sabe o que lhe acontece. - Comentou o pai

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