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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Capítulo 23

Depois de jantar, fui para dentro de casa. Porque a cozinha fica numa outra casinha afastada de casa. Vi TV, até normalmente ás 11 horas, e depois fui preparar a cama para me ir deitar.
Erik ainda não tinha aparecido, pelo que pude vestir á vontade. Depois de vestida, lavei os dentes e fui me sentar na cama a ler o "Drácula", não li muito se querem saber. Estava a aborrecer-me com o livro.
De repente, ouvi um ruído, era arrepiante e fantasmagórico. Vinha, detrás, da minha porta, por isso, levantei-me e fui ver o que era. Fui passinho a passinho, muito devagarinho, até chegar á porta, comecei a abri-la, até ... ver que não lá estava nada nem ninguém.
Contei até 10 e voltei a fechar a porta descontraídamente. Assim, que me virei para a cama, Erik apareceu. Do nada, como se tivesse aparecido com o vento. Apanhei um susto, que na escala de 1 a 10, eu daria 9.
- Merda Erik! - Respondi-lhe surpresa, e com o coração quase a sair do peito. - Nunca mais me faças isso. Oh, e descalça-te, ainda sujas os lençóis.
- É para já.
- Como é que achas que as pessoas vão reagir amanhã?
- Em relação a quê?
- A nós. Quer dizer, nós hoje de manhã eramos apenas amigos, agora somos ...
- Somos namorados, Cris. Namorados!
- Pois isso.
Ele levantou-se da cama e foi descalçar-se. E enquanto ele fazia isso, eu já estava sentada na cama, enroladinha, como um cachorro, nas minhas mantas. Ele ficou sentado na cama também, mas por cima dos lençóis, eu não queria ali misturas. Depois, chegou-me o sono.
Deitei e tapei-me com as mantas, Erik também se deitou com a cabeça na minha outra almofada e depois pôs o braço á minha volta, como uma forma de protecção. Adorei. Logo adormeci.
Voltei a sonhar, e desta vez o sonho era uma merda, no ínicio, porque eu não o entendia. Mas pelo meio, acho, que o comecei a entender. Desta vez, eu estava de fora a assistir, como se estivesse a ver uma visão ou uma recordação. Parecia bastante real, mas era ímpossivel.
Estava numa sala simples, mas de gente com posses e dinheiro, as paredes eram cremes, com pedaços de prata nos retoques, dando muito brilho á sala, na luz do Sol. Olhei um jornal que estava em cima de uma mesa, na sala, estavamos em 1939. Mais precisamente, 23 de Novembro de 1939.
Depois, entraram na sala, Rodrigo, Erik e uma rapariga. Ela era bonita, longos cabelos pretos e grandes olhos azuis marinhos penetrantes, e era alta e esbelta. Todos se sentaram, nos sofás que estavam ali, e depois a rapariga falou:
- Rodrigo, eu não te amo mais, por isso, acabou. Lamento.
- Porquê? Fiz-te algo de mal?
- Não, mas eu encontrei outro.
- E, só por curiosidade, o que é que o meu irmão faz aqui?
- A pessoa que eu encontrei, é o teu irmão.
- O quê?! - Virou-se para Erik. - Como podes-te? Somos irmãos, sangue do mesmo sangue.
- Temos personalidades diferentes. - Respondeu-lhe Erik.
Fiquei chocada e, pelo que me pareceu, Rodrigo também. Agora, eu percebia porque é que o Brancura me tinha avisado. Erik era um canalha, que não se importava de ver o irmão sofrer. Então o irmão endiabrado era o Erik, e o santo era o Rodrigo. Como é que eu pude ser tão parva? Como?Era óbvio, com 13 namoradas, ou ele era muito bom ou não prestava para nada. Neste momento, acho que é mais a segunta opção. Que estúpida, mas agora não importa, tenho de voltar á visão ou recordação, ou lá o que isto seja.
Rodrigo não aguentando mais, levantou-se e saiu da sala, triste e com o coração desfeito em mil pedaços, batendo com a porta ruidosamente. Na sala ficaram Erik e a rapariga, sozinhos. Erik tinha um sorriso, não bondoso e alegre, mas maldoso e arroaseiro. A rapariga, estava muito quieta e, pouco, assustada, mas tentava não mostrar-lo.
- Já agora acabou-se. - Declarou Erik.
- Mas ...
- Mas o quê? Se julgavas que ficaria contigo se acabasses com o idiota do meu irmão, estás muito enganda. Mas, muito enganada mesmo.
- Parvalhão! Idiota! Estúpido! Monstro!
- Pois, pois. Agora, se não te importas, sai.
Despois esta situação aconteceu outra vez, outra vez, outra vez e outra vez. Até que, finalmente, chegou á 12º namorada. A rapariga era magra e de altura média, tinha cabelos castenhos e olhos, estranhamente violetas, como uma bruxa. Porque dizia-se que as raprigas que nasciam com olhos violetas eram bruxas. Entram todos, sentaram-se, ela acaba com Rodrigo, o Rodrigo sai triste, ficam eles sozinhos e ...
- Está tudo acabado. - Disse, novamente, Erik.
- Aí é que te enganas. - Declarou ela. - Eu amaldiçoou-te Erik Anthony Rashell Adrian.
- O quê?
- Quando sentires a tua alma-gémea e te apaixonares por ela, irás perdê-la para o teu irmão. Ele irá amá-la de verdade e dar-lhe-á muitas alegrias, enquanto tu ficarás sozinho, a assistir.
- Bruxa!
- A única maneira de impedires que aconteca é, depois de a perderes e teres o teu coração partido, voltares a amar outra mulher e desta vez, verdadeiramante, de alma e coração.
- Como assim?
- Depois de a tua alma-gémea estar com o teu irmão, irá aparecer uma outra pessoa já tua conhecida, pela qual tu te irás apaixonar perdidamente.
- Sai. Não quero ouvir mais nada.
- Com todo o prazer.
Depois de ela sair, Erik levantou-se inquieto e começou a andar de um lado para o outro. Agarrou numa jarra de flores, que estava na mesa, e atirou-a violentamente contra a parede, fazendo com que ela se parti-se em milhares de pedaços no chão. A seguir, saiu da sala furioso e com os punhos fechados, e quando ele saiu o sonho transformou-se
De repente, estava, agora, num pequeno jardim de flores com várias borboletas e abelhas a voar por ali, e apareceu o Brancura.
O Brancura, assim que me viu, começou a mudar. Sim, a mudar! Começou a mudar de lobo para uma pessoa, como se fosse um Metamorfo (Um Metamorfo é aquele que se pode transformar em qualquer animal, só olhando para ele). Transformou-se na rapariga do sonho anterior, e tinha um vestido branco.

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