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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Capítulo 16

Pouco depois, apareceu uma empregada. Era jovem, alta e magra, tinha cabelos castanhos e pequenos olhos azuis penetrantes. Muito bonita, mesmo com o uniforme aul escuro e o avental branco . Trazia nun pequeno tabuleiro um prato com bolachas de chocolate e um bule de chá de camomila.

As bolachas cheiram muito bem, como se tivessem sido feitas mesmo agora, e o chá estava quentinho e cheirava deliciosamente bem. Estava já a ficar com água na boca. Hum!

- Rapariga tem calma! Isso tem de chegar para todos. - Retroquiu Erik.

- Ham! Onde? - Perguntei eu. - O que é que disseste?

- Eu disse que isso tem de chegar para todos e para tu teres calma.

- Porque me dizes isso?

- Porque tu tens cara de quem se podesse, se atirava para o prato das bolachas e nunca mais o largava.

- Isso nota-se assim tanto?!

- Sim, querida.

- Ok. - Disse. - Quando é que começamos a comer?

- Mas que rapariga esfomeada tu arranjas-te! - Comentou Aaron.

- É, diz que sim.

Enquanto eles conversavam, a Rose serviu-me. Como eles ainda, conversavam pedi a Rose se servi-a Erik. Ele não se calava, por isso, bati-lhe, com toda a força, na cabeça. Um espécie de estalda, mas na cabeça.

- Ai! - Disse ele, levando a mão á cabeça. - Mãe, já viste o que ela me fez?

- É bem feito, merecias.

- Para que raio foi isso?

- Para te calares e começares a comer. - Respondi-lhe. - Nunca te incinaram que á mesa não se fala, come-se.

- És mesmo chata.

- Sim, sou o que tu quiseres.

- A sério?

- Come e cala-te.

Virou-se para a frente, a resmungar, e começou a comer. Tinha uma cara de chateado e piedoso. Tive pena dele, por isso, dei-lhe um beijo na bochecha.

- Ainda estás chateado?

- Não.

Levantou a cabeça e virou-se para mim. Olhou-me nos olhos, com um olhar escaldante e confortável. Pôs a sua mão na minha, que estava em cima da mesa. Sorriu-me e deu-me, depois, um beijo. Carinhoso e ardente.

- A coisa está quente! - Disse Aaron, logo que o beijo terminou.

Eu e Erik, recomperamos, ou tentámos, o folêgo. Ouvi-a os nossos corações a baterem harmoniosamente, e a respiração em sintonia, uma com a outra. Era fascinante. O nosso sangue passava pelas artérias, capilares, veias; ao mesmo tempo, como se estivessem juntos nun só.

- Uau! - Disse eu.

Seria que se ele podia ouvir os meus pensamentos? Não. Porque ele teria de beber, um pouco, do meu sangue para podermos estar ligados, tanto fisicamente com espiritualmente. Sem isso ele não conseguia. Como seria estar ligado por espirito com um vampiro? Com certeza, seria maravilhoso. Sentir o que ele sente. Ouvir o que ele ouve. Ver o que ele vê.

Parece um poema que eu li, um dia destes. Como é que ele era ... hum ... há sim. Era assim:

O amor é:

Sonhar, intuindo sensações e emoções...
Brilho nos olhos e intensa alegria na alma...
Sentir o palpitar acelerado do coração só de pensar...
Desejar estar junto, sem reservas, disfarces, cúmplice.
Tocar e ser tocada de tantas formas...
Com palavras, com silencio, com olhares, dar e sentir prazer.
Não precisar perguntar, nem responder, apenas compreender.
Falar sobre tudo ou não precisar dizer nada.
Aceitar os defeitos e reconhecer as qualidades
Compartilhar tempo e espaço.
Recordar o passado, viver o presente
e não pensar no futuro.

É lindo! Quando o li pela primeira vez, não acreditei que o que o peoma dizia fosse verdade. Mas a vida deu uma reviravolta, e então acreditei. Hoje, mesmo depois do que se passou á 6 anos, eu sou feliz. Tenho amigos com quem me divirto, familia com quem falar e, claro, eu própria. Eu própria em quem posso sempre confiar, desabafar, divertir, e amar.

Porque antes de amares alguém, deves ter sempre a certeza, de que amas primeiro tu próprio, e só depois os outros. Pois, se amares os outros em primeiro lugar, vais sofrer mais, caso sejas rejeitado, abandonado, ou outra qualquer situação.

Por isso, dou-te o concelho de que nunca te esqueças que existe sempre com quem falar, ou que te ajude. E, ás vezes, tornas-te amigo, ou namorado ( dependendo da situação) das pessoas que menos pensarias.

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